Alexandrina de Balasar

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Testemunho pessoal

Dar testemunho da verdade é uma obrigação que nós, filhos de Deus, temos, sobretudo quando se tem a «sorte» de beneficiar do carinho e da bondade infinitas desse mesmo Deus de Amor, «rico em misericórdia».

Isto que agora vou contar é uma homenagem que quero publicamente prestar à Alexandrina de Balasar, a quem devo muito, muito... e provar assim que ela é na verdade «o canal» pelo qual o Senhor quer fazer passar as graças que às mãos cheias distribui, mesmo aos mais indignos dos seus filhos...

Depois da escola primária entrei para o Seminário no intuito de vir a ser sacerdote. Mas, com o tempo, a minha vocação começou a esvair-se e, quatro anos depois, deixei o seminário e logo a seguir viajei para França, onde vivo desde 1964.

Nos primeiros tempos ia à Missa aos domingos, mas depois abandonei tudo: acabaram-se para mim a Missa, os Sacramentos, a oração de uma maneira geral, salvo as três «Ave-Marias», antes de me deitar, vestígio, penso eu, da educação que recebera quando criança.

Em 1967 casei-me pela Igreja, mas nem por isso continuei a assistir aos ofícios dominicais, ou então, de vez em quando, quando a eles não podia escapar por qualquer razão alheia à minha vontade.

Depois, duas filhas nasceram, desejei fossem baptizadas e que, chegada a idade, fizeram a primeira Comunhão e a Comunhão Solene. Só nessas ocasiões, e porque a isso era obrigado, frequentava a igreja.

Por razões profissionais conheci numerosas cidades de França, em algumas das quais existiam santuários famosos que nem visitava, porque a religião já não fazia parte das minhas preocupações quotidianas.

Apesar disso ― não sei explicar por que razão! ― continuava todavia a recitar aquelas «três Ave-Marias» que os meus pais me tinham recomendado muito. Era raríssimo que as esquecesse. Será bom dizer que o meu afastamento da prática religiosa nunca apagou em mim a veneração que sempre nutri para com Nossa Senhora, que mais tarde disso se lembrará, estou agora plenamente convencido.

Efectivamente, um dia recebi na minha caixa do correio uma «publicidade» sobre as aparições de Medjugorje. Li o folheto descontraidamente e guardei-o depois, sem lhe prestar outras atenções particulares. Morava eu nessa ocasião na região de Estrasburgo.

Alguns dias mais tarde, vindo de Colmar na direcção de Estrasburgo ― era eu então viajante ― vi um sacerdote vestido com a sua batina, que na berma da estrada pedia boleia. Eu nunca parava em tais circunstâncias... E, ao vê-lo, parei e perguntei-lhe para onde ia. «Estrasburgo», disse-me ele. Mandei-o subir e continuei o meu caminho.

A minha primeira conversa com o homem de Deus foi esta:

― Sabe o Senhor que tem sorte ? Eu nunca dou boleia a ninguém e ainda muito menos a um padre, porque não os tenho em odor de santidade!

A minha reacção foi verdadeiramente mesquinha para com o sacerdote que nenhum mal me tinha feito. Mas ele sorriu e nada disse.

Instantes depois perguntou-me se eu conhecia as aparições de Medjugorje. Eu disse-lhe que conhecia isso como toda a gente, visto que uma emissão na televisão francesa tinha relatado esse fenómeno. Mas logo pensei na «publicidade» que tinha recebido algumas semanas antes.

Depois perguntou-me se eu gostava de ler. Como lhe respondesse afirmativamente, ele perguntou-me se podia marcar o título de alguns livros que eu poderia ler. Disse-lhe que sim e o bom sacerdote marcou-os num papel que depois me deu. Peguei nesse papel e, quase indelicadamente, atirei-o para o fundo do meu saco.

Chegámos a Estrasburgo... Deixei o sacerdote onde me indicou e continuei o meu caminho...

Algumas semanas mais tarde, fui com a minha esposa fazer compras a um supermercado próximo e, como era meu hábito, fui visitar as estantes dos livros. O primeiro que vi foi aquele que relata as aparições de Medjugorje. Para comigo mesmo disse: «Decididamente esta história persegue-me!» E comprei o livro, lendo-o de seguida com uma certa curiosidade. Quando acabei de o ler o meu estado de «agnóstico» começava já a cambalear!

Comecei então a pensar naquelas «coincidências»: a publicidade sobre Medjugorje, o encontro com o sacerdote e agora aquele livro... Veio-me então uma vontade irresistível de voltar a encontrar aquele sacerdote a quem tinha dado boleia. Mas eu nem sabia como se chamava... nem ainda menos onde morava...

Foi então que me fiz «agente secreto» e comecei a pesquisar, acabando mesmo por descobrir onde ele morava e como se chamava.

Telefonei-lhe e expliquei-lhe quem eu era... Falámos durante algum tempo e combinámos um encontro...

No dia fixado fui e durante mais de uma hora conversámos sobre diversos assuntos. No fim pedi-lhe se fazia o favor de ouvir a minha confissão, o que ele aceitou paternalmente. Chegado o momento, disse-me para recitar o acto de contrição... mas eu já o não sabia recitar... Ele ajudou-me, não sem me dizer que para a próxima vez deveria sabê-lo... e na próxima vez eu já o sabia!

Este episódio da minha vida ocorreu em Março de 1983.

Depois deste encontro com o sacerdote alsaciano, comecei de novo a rezar o terço e a assistir à Missa todos os domingos e a confessar-me regularmente.

As aparições de Maria tornaram-se para mim factos a aprofundar e, para melhor as conhecer, comecei a comprar livros e a lê-los atentamente.

Num momento dado, disse para mim mesmo: ― «Não é normal que um português seja quase ignorante da história das Aparições de Fátima!...» Foi então que me debrucei sobre esta história extraordinária e, graças a este estudo, conheci a existência da querida Alexandrina de Balasar.

Tendo comprado um livro escrito pelo americano John Haffert, antigo responsável do Apostolado Mundial de Fátima, encontrei um capítulo onde ele fala das almas-vítimas e em nota de rodapé vinha uma referência à Alexandrina e ao papel por ela desempenhou na consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria.

Esta descoberta excitou a minha curiosidade natural e desde então procurei — deixando para mais tarde as aparições marianas — saber um pouco mais sobre esta alma predilecta de Jesus. Não foi coisa fácil porque não se encontravam então à venda biografias da Alexandrina. Por um mero «acaso» expliquei a minha decepção a um amigo que logo me disse: — «Eu tenho uma biografia dela e ofereço-ta com prazer...»

É formidável como estas coisas difíceis em tempos normais se tornam fáceis quando o contexto é diferente e «teleguiado» por Quem tudo pode!

Claro está que aceitei a oferta com entusiasmo e grande júbilo! Tratava-se do livro do Padre Mariano Pinho Uma vítima da Eucaristia, traduzido para a língua de Molière pelas Irmãs dum convento —  beneditino, creio —  situado na região de Grenoble.

Escrevi ao dito convento, mas tinha mudado e, no momento da muda, todas as biografias da boa Alexandrina tinham «desaparecido»... Pouco importava então, visto que tinha um exemplar.

Desse exemplar fiz um grande número de cópias que distribuí depois junto de amigos e amigos de amigos, com o intuito de melhor fazer conhecer aquela alma de excepção que por caminhos escusados me tinha chamado a conhecê-la, chegando mesmo a fazer sobre ela conferências às quais participavam por vezes mais de cem pessoas.

Este período em que vivi na Alsácia, não longe de Estrasburgo, foi certamente o período mais intenso — do ponto de vista espiritual — da minha vida em França, período que lembro muitas vezes com nostalgia, pois cheio de recordações inesquecíveis.

Nesse período tinha como Director espiritual o responsável em França do Movimento Sacerdotal Mariano, um santo sacerdote que tantos bons conselhos me deu, mas que o Senhor chamou a Si.

Entretanto a minha esposa — então com 40 anos de idade — ficou grávida. Como já tínhamos duas filhas, o nosso desejo seria que nos nascesse um filho, mas ao mesmo tempo desejávamos que se chamasse Alexandrina... Até nisso o Senhor nos ouviu, porque nos nasceu uma filha à qual demos o nome daquela que tanto amávamos: Alexandrina.

Como todos os anos — ou quase — vamos passar as nossas férias a Portugal, preparámos tudo para que a recém-nascida fosse baptizada em Balasar, na mesma pia baptismal que a “Doentinha de Balasar”. Assim aconteceu em Agosto de 1988, sendo a cerimónia do baptismo celebrada pelo R. P. Francisco Azevedo, então pároco.

Nessa ocasião estávamos de novo instalados em Reims, cidade onde tinha vindo habitar quando em 1964 cheguei em França.

Privado dos amigos do este da França, comecei a «arrefecer» espiritualmente e a dar mais lugar às coisas profanas e particularmente à história local do que aos assuntos religiosos. Acabei mesmo por escrever um livro sobre essa mesma história, que teve um sucesso importante, e consequentemente me deu uma certa notoriedade e com ela uma grande vaidade que me fez de novo esquecer os assuntos religiosos: ia menos à Missa, rezava menos e não me ocupava quase nada de fazer conhecer a Alexandrina a quem já tanto devia.

Felizmente, esta situação durou pouco tempo e uma nova aurora se levantou para mim quando tomei a decisão de criar um Sítio na Internet sobre a Alexandrina. A partir desse momento tudo mudou e, animado do desejo de a conhecer cada vez mais e melhor, continuei — como o fazia para os assuntos profanos — a fazer pesquisas e a traduzir para francês tudo quanto podia e tudo o que dizia respeito aquela que desde 1988 era a «madrinha» — está escrito no livro de baptismo — da nossa última filha.

Este primeiro Sítio teve grande sucesso, mas não me proporcionou nem vaidade nem notoriedade: proporcionou sobretudo um melhor conhecimento, no mundo inteiro, da vida e das obras da Alexandrina de Balasar.

Graças a este Sítio, pude encontrar novos caminhos, novos amigos e ter assim o prazer de ver que um trabalho feito por amor, sem outras pretensões que a de servir e de ser útil; ela era mais importante do que todas as demonstrações vaidosas que até aí conheci.

Agora sinto-me feliz e tenho a impressão de pertencer a uma família numerosa que age no mesmo sentido e com o mesmo fim: levar ao longe a mensagem que nos deixou a Alexandrina Maria da Costa, a quem, do fundo do coração agradeço tudo o que fez por mim... e o que fará ainda, estou intimamente persuadido.

Obrigado, «comadre», continua em mim a tua obra materna.

Afonso Rocha

  

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