Alexandrina de Balasar |
LIVRO DA VIDA JHS
1. Quisera eu que, tal como me mandaram e deram ampla licença para escrever o
modo de oração e as mercês que o Senhor me tem feito, ma dessem para, mui por
miúdo e com clareza, dizer meus grandes pecados e ruim vida. Dar-me-ia isso
grande consolação. Mas não quiseram, antes me ataram muito neste caso. E por
isso peço, por amor de Deus, a quem ler este discurso da minha vida, que tenha
diante dos olhos que fui tão ruim, que não tenho encontrado santo ― dos
que se voltaram para Deus ― com quem me consolar. Porque considero que, depois
do Senhor os ter chamado, não O tornavam a ofender. Eu não só tornava a ser
pior, mas parecia estudar o modo de resistir às mercês que Sua Majestade me
fazia, como quem se visse obrigado a servir mais e entendesse que não podia
pagar o mínimo que devia. 2. Seja bendito para sempre, que tanto me esperou! E, com todo o meu coração, suplico me dê graça para, com toda a clareza e verdade, fazer esta relação que meus confessores me mandam. Que o Senhor a quer, sei-o eu há muitos dias, mas não me tenho atrevido; e que seja para glória e louvor Seu e para que, de aqui em diante, conhecendo-me eles melhor, ajudem a minha fraqueza, para poder servir algo do que devo ao Senhor, a Quem sempre louvem todas as coisas, amem. |
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