Xisto II foi o vigésimo quarto sumo pontífice de Roma. Era grego,
nasceu em Atenas e assumiu a direção da Igreja em 30 de agosto de
257. O seu governo durou apenas onze meses, tempo em que não poderia
ter feito muitas obras.
Mas
fez uma das mais importantes para a Igreja. Com seu caráter reto e
bondoso, conseguiu solucionar as discórdias que haviam atormentado a
Santa Sé desde o governo de Vítor I. A questão polêmica era a
seguinte: se um herege quisesse retornar à Igreja, após ter renegado
a fé, deveria ser batizado de novo ou seria suficiente o batismo que
havia recebido a primeira vez? Isso dividia a Igreja. De um lado, a
de Roma, que aceitava o retorno ape-nas com a confirmação por meio do
crisma. De ou-tro, a do Oriente, em especial a da Antioquia e da
Alexandria, que exigia um novo batismo. A discórdia aumentou quando
o papa Vitor I impôs o procedi-mento romano a ser seguido por todos,
sob pena de excomunhão.
Moderado e pacifista, Xisto II neutralizou a exco-munhão. Dizendo que
não estava em jogo a fé comum, nem a união com o sucessor de Pedro,
cada Igreja ou grupo de igrejas devia resolver a questão com
independência e de acordo com as circuns-tâncias dos fatos,
resolvendo o antigo problema. As-sim, trouxe de volta à Igreja os
cristãos da Antioquia e da Alexandria que se haviam distanciado, e a
har-monia estabeleceu-se. Em meados de 258, o im-perador Valeriano,
por meio de um segundo decreto, obrigou que os cristãos renegassem a
própria religião publicamente, sob pena de terem os bens confisca-dos
e sofrerem morte por decapitação. Para os sacerdotes e integrantes
da Igreja, seriam confiscados até mesmo os cemitérios.
Xisto II fez o traslado das relíquias de são Pedro e são Paulo para
um local seguro após esse decreto. Depois, surpreendido pelos
soldados enquanto celebrava a santa missa, no cemitério, foi preso
com outros sete religiosos. Durante as perseguições, os cristãos
encontravam-se nos cemitérios subterrâneos para receberem a
eucaristia, era lá que escondiam os livros sagrados e os objetos
litúrgicos. Foram condenados, pelo imperador, à decapitação e houve
o confisco dos bens. O papa Xisto II morreu junto com seis diáconos
— Agapito, Estêvão, Feliz, Januário, Magno e Vicente —, no dia 6 de
agosto de 258. O sétimo, Lourenço, foi morto quatro dias depois.
A
festa de são Xisto II e seus companheiros, com a reforma do
calendário da Igreja, passou a ser celebrada no dia 7 de agosto. No
livro dos papas, sua morte foi definida como "soglio pontificio",
pois estava em exercício da santa missa. As suas relíquias estão na
cripta dos papas de São Calisto, em Roma. |