Tito
veio do mundo pagão e Timóteo veio do mundo judeu. Trabalharam com o
apóstolo Paulo, que os liderou sem lhes tirar o brilho. E deu à eles
"a gloria de uma perene lembrança", como disse Eusébio de
Cesareia
no primeiro milénio, e será ainda assim nos outros que se seguirão:
toda a Igreja os veneram juntos. Mas suas trajectórias foram tão
distintas, que são relatadas em páginas individuais.
As
únicas informações concretas nos são dadas pelas cartas do apóstolo
Paulo. Tito era grego e pagão. Ainda jovem se converteu ao
cristianismo e se tornou companheiro e inestimável colaborador do
apóstolo. Quando Paulo disse a Tito: "Isto deves ensinar, recomendar
e reprovar com toda autoridade", fez surgir um outro grande
evangelizador, que permaneceu trabalhando ao seu lado.
Encarregado pelo apóstolo para executar importantes missões, foi uma
vez a Jerusalém para entregar a importância duma colecta em favor
dos cristãos pobres. "Meu companheiro e colaborador" como escreveu o
apóstolo na segunda carta aos Corintos. Companheiro dos momentos
importantes, como a famosa reunião do concílio de Jerusalém, que
tratou da necessidade de renovação e diversificação dos ritos devido
a evangelização no mundo pagão. Tito, porém, foi também um mediador
persuasivo, e entusiasmou Paulo resolvendo uma grave crise entre ele
e os Corintos.
Entre
os anos 64 e 65, tendo sido libertado da prisão romana o apóstolo
Paulo foi com ele para a ilha de Creta, onde fundou uma comunidade
cristã, que confiou à Tito. Mais tarde, visitou a Paulo em
Nicópolis. Voltou novamente à Ilha de Creta, onde recebeu uma carta
do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados.
Depois, retornou à Roma para se avistar com o apóstolo que o mandou
provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é
intenso.
Segundo
a tradição mais antiga, Tito permaneceu como bispo de Creta até sua
morte, que ocorreu em idade avançada, por causa natural e não por
martírio. Ele teria conservado a virgindade até a morte. São Paulo o
chama repetidamente "meu companheiro e colaborador", e na segunda
carta aos Corintos, num momento de especial amargura, diz: "Deus me
consolou com a chegada de Tito".
As três
cartas escritas pelo apóstolo Paulo a estes dois discípulos têm alto
valor, pelo conteúdo exclusivamente pastoral, de tal modo que podem
ser consideradas como primeiro guia pastoral dos bispos de todos os
tempos.
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