Timóteo Giaccardo, sacerdote paulino, italiano, pertence à
Congregação da Pia Sociedade de São Paulo. A originalidade de sua
vida está em ter sido o primeiro sacerdote da Família Paulina e um
fidelíssimo discípulo
do
Fundador, Padre Tiago Alberione. Nasceu em Narsole
Cuneo, Piémont,
norte da Itália,
a 13 de Junho de 1896.
Sua família era pobre de bens materiais, mas rica de fé e virtudes
cristãs. Em 1908 José encontrou-se pela primeira vez com o jovem
padre Tiago Alberione que, em Narzole estava dando sua colaboração
na paróquia. Padre Alberione, percebendo no pequeno José profunda
piedade e grande vontade de ser padre; encaminhou-o para o seminário
da diocese de Alba.
Tendo como guia espiritual padre Alberione, em 1917 Timóteo entrou
na “Obra de São Paulo” fundada em 1914 por seu mestre e cuja
finalidade específica era a evangelização por meio da imprensa, a
principal mídia da época. Desde cedo José Timóteo mostrou-se uma
pessoa de profunda vida interior, desejosa de ser cada dia melhor e
ajudar seus semelhantes no bem. Por isso com grande fé acatou as
orientações de Padre Alberione que indicava uma nova forma de
santidade e de evangelização.
Timóteo, movido pela fé, foi fiel companheiro da “primeira hora”,
seguidor incondicional e colaborador ativo do Fundador da então
nascente Família Paulina. Acompanhou todas as obras e todas as
pessoas com grande perspicácia e sensibilidade. Além de alguns
livros, deixou como preciosa herança espiritual um “Diário”, rico da
presença de Deus e desejos profundos de santidade para si mesmo e
para todos. Sua fé em Deus e amor à missão fazia dele uma pessoa
autêntica e radical. Lemos em seu “Diário”: “Ó Jesus, quero viver de
tua vida, transforma-me. Quero ser “outro Jesus” na minha vida e com
todas as pessoas”.
Diante das grandes dificuldades para a aprovação da Congregação das
Discípulas do Divino Mestre (uma das congregações fundadas por
Alberione) que se dedicam à missão eucarística, missão sacerdotal e
missão litúrgica, padre Timóteo não mediu esforços nem súplicas.
Diante das respostas negativas não hesitou em oferecer a própria
vida para a garantir a existência na Igreja desta congregação,
certamente querida por Deus.
E o importante é que Deus aceitou a oferta. Foi assim que ele,
acometido por leucemia, veio a falecer alguns dias após a aprovação
pontifícia das Discípulas do Divino Mestre, no dia 24 de janeiro de
1948. A aprovação chegara no dia 12 de janeiro de 1948.
Dele escreveu o Fundador: “De 1909 a 1914, quando a Divina
Providência preparava a Família Paulina, ele, embora não entendendo
tudo, teve clara intuição da obra. As luzes que recebeu da
Eucaristia, sua fervorosa devoção Mariana, a reflexão sobre os
documentos pontifícios o iluminaram sobre as necessidades da Igreja
e sobre os meios modernos para anúncio do Evangelho”.
Desde 1917, ainda seminarista, orientava os mais novos; foi chamado
e tornou-se para sempre: o senhor mestre: amado, ouvido, seguido e
venerado por todos. Foi o mestre que a todos precedia com o exemplo,
que ensinava, aconselhava e construía com suas orações iluminadas e
fervorosas. Gravou, pode-se dizer, em cada pessoa sua marca, e
imprimiu algo de si em cada coração dos Sacerdotes e Discípulos, das
Paulinas, Discípulas e Pastorinhas e em todos aqueles que se
aproximaram dele por motivos espirituais ou sociais e econômicos.
Foi mestre na oração: sabia falar com Deus. Vivia intensamente a
devoção à eucaristia, a Nossa Senhora, à liturgia e nutria um grande
amor à Igreja e ao Papa. Foi mestre na missão. Ele a sentia, a amava
e a desenvolvia. Sabia suscitar energias, ser o sustento para os
fracos e luz e sal, no sentido evangélico, para todos.
Foi o coração e a alma da Família Paulina. Quem quiser conhecer
alguém que encarnou totalmente o ideal e o carisma da missão paulina
em sua integralidade, deve olhar o “senhor mestre”. (Alberione) A
aprovação e o reconhecimento de suas virtudes, por parte da Igreja,
não se fizeram esperar. Em 1985 foi declarado venerável. A 22 de
outubro de 1989, o Papa João Paulo II declarou-o solenemente
bem-aventurado.
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