Tempo Comum
XXII Domingo
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Leitura do Livro de
Ben-Sirá Sir 3, 19-21.30-31 (gr.17-18.20.28-29)
Filho, em todas as
tuas obras procede com humildade e serás mais estimado do que o homem generoso.
Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te e encontrarás graça diante
do Senhor. Porque é grande o poder do Senhor e os humildes cantam a sua glória.
A desgraça do soberbo
não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio
compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria.
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Salmo 67 (68),
4-7ab.10-11 (R. cf. 11b)
Os justos alegram-se na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.
Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.
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Leitura da Epístola
aos Hebreus Hebr 12, 18-19.22-24a
Irmãos:
Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas no monte
Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a tempestade, o som
da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram que não lhes
falasse mais. Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma
assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos
espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova
aliança.
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Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Lc 14, 1.7-14
Naquele tempo, Jesus
entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma
refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros
lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um
banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido
convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a
ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado,
se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai
sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo,
sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será
humilhado e quem se humilha será exaltado».
Jesus disse ainda a
quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides
os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos
ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas
quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os
cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á
retribuído na ressurreição dos justos.
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ISTO É O MEU CORPO.
Estimado
leitor, o santo Evangelho desse domingo nos diz que Jesus foi comer
na casa de um dos chefes dos fariseus. Jesus é um mestre que
transmite os ensinamentos mais importantes durante as refeições: perdão,
desvio do amor de Deus, serviços ao próximo, quebra de preconceitos, e o
mais importante foi numa ceia que ele tomou o pão e o cálice de vinho e
disse isto é o meu corpo e o meu sangue. Os ouvintes de Jesus
ficavam espantados com os seus ensinamentos porque ele falava e ensinava
com autoridade, frente a isso alguns ficavam pasmados: Quem é ele?
Uma coisa
sabemos, Jesus participa da vida do povo, sofre com o povo, alegra-se
com ele. Ele é o Emanuel, Deus-presença. Ele mostra por meio de sua
atitude a imagem de Deus próximo. Ele é Deus. Esse Deus não mais se
separa ou se distancia das pessoas. É um Deus que defende os interesses
dos pequenos e não os interesses dos grandes. Não compactua com as
injustiças cometidas contra o seu povo. Contra os pequenos: os
pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Esses eram desprezados
pela religião da época.
Somos
cristãos, ou seja, os continuadores da missão de Jesus. Assumir a missão
de Jesus encarnar na realidade dos sofredores, dos excluídos leva a
implicações na vivência da fé. O homem/mulher é chamado a identificar-se
com seu semelhante, o que irá favorecer a descoberta da proposta de Deus
para a humanidade, em particular para com o povo sofrido. Não importa se
ele é cego, isto é, pessoas que não tem a luz do evangelho, pessoa que
dão cabeçadas por aí. É preciso que lembremos de que cada um
individualmente é objecto das particulares atenções de Deus, ele com seu
amor misericordioso inclina-se sobre cada um para comunicar seu amor e
sua fidelidade.
Eduquemo-nos a
capacidade de diálogo respeitoso com quem pensa de maneira diferente.
Brota daqui a necessidade da formação em vista do não julgar nunca, de
não desvalorizar nem condenar quem quer que seja, fazendo-se o possível
para compreender o irmão ou irmã, lembrando-se que ele merece ser amado
também, e inclusive, mais ainda quando erra, pois, com frequência, o
erro é consequência da fragilidade humana ou de alguma outra ferida. A
verdadeira caridade começa aqui, na maneira de conhecer-compreender o
outro que comporta a conversão da mente.
Todo
necessitado – pobre, doente ou pecador – deve encontrar-nos sensíveis e
dispostos a intervir, para que ele possa reencontrar a sua dignidade de
filho de Deus, livre e responsável para aceitar o seu Amor.
Caro leitor
lembre-se, quanto mais o ser é miserável, tanto mais Jesus sente ternura
por ele. Toda acção de Jesus tem como destinatário o ser humano.
Todavia, de onde é que nasce esta tenra compaixão, humanamente
inexplicável, para com os pecadores? É que Jesus multiplica seu amor em
proporção à miséria humana. Todos os atributos de Jesus estão a serviço
do amor à medida que o homem vai sendo mais miserável.
Irmãos:
Esforçamo-nos por não excluir ninguém que venha até nós à procura de
paz, de conforto e de ajuda, convencidos de que os mais necessitados são
os bens mais queridos por Jesus.
Pe Vicente
Paulo Braga, FAM
http://homiliadominical.blogspot.com/ |
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