Alexandrina de Balasar

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XXIV Domingo do Tempo Comum
Ano B

Livro de Isaías 50,4-9.

« O Senhor DEUS ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.

O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.

Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.

Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.

O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.

O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados, como roupa velha, roída pela traça. »

 

Livro de Salmos 116 (114), 1-6.8-9.

Amo o SENHOR,
porque ouviu a voz do meu lamento.

Ele inclinou para mim os seus ouvidos,
no dia em que o invoquei.

Cercaram-me os laços da morte,
caíram sobre mim as angústias do sepulcro;
estava aflito e cheio de ansiedade,
mas invoquei o nome do SENHOR:
«Ó SENHOR, salva-me a vida!»

SENHOR é bondoso e compassivo,
o nosso Deus é misericordioso.

SENHOR guarda os simples;
eu estava sem forças e Ele salvou-me.
Ele livrou da morte a minha vida,
das lágrimas, os meus olhos, da queda, os meus pés.

Andarei na presença do SENHOR,
no mundo dos vivos.

 

Leitura da Carta de S. Tiago 2,14-18.

De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo?

Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: « Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome », mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará?

Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta.

Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo S. Marcos 8,27-35.

Jesus partiu com os discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta : « Quem dizem os homens que Eu sou? »

Disseram-lhe: « João Baptista; outros, Elias; e outros, que és um dos profetas. »

« E vós, quem dizeis que Eu sou? » perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra, e disse: « Tu és o Messias. »

Ordenou-lhes, então, que não dissessem isto a ninguém.

Começou, depois, a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de três dias.

E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco, começou a repreendê-lo.

Mas Jesus, voltando-se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: « Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens. »

Chamando a si a multidão, juntamente com os discípulos, disse-lhes: « Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. »

Na verdade, quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la.

 

“Quem é Jesus para ti!”

Crer é viver como Jesus. O verdadeiro crente sente que a fé o faz vibrar intensamente. Portanto, mais do que um credo de verdades, a fé é, sobretudo, uma adesão do coração e um compromisso que se traduz em obras. Só uma fé comprometida é sincera e autêntica. Eis algumas considerações a propósito:

— A fé é sempre um dom de Deus. Ela é também uma força poderosa que dá sentido à vida. Ora, será que ela ilumina verdadeiramente o nosso interior?

Como?

— A fé prova-se com a nossa maneira de agir. A fé sem obras é oca, é morta.

Como é que nós, no nosso dia-a-dia, manifestamos a nossa fé?

— Será que não nos enche de entusiasmo e admiração a fé robusta e sólida dos santos?

— A fé compromete sempre. Que compromissos concretos nos pede a nós?

Será que os pomos em prática?

O texto evangélico de hoje é, ao mesmo tempo, uma surpresa e um desafio.

Nenhum cristão, por pouco que medite no evangelho, pode escapar ao inquérito que Jesus faz directamente aos seus discípulos. Que dizeis de Mim? Que significado tenho Eu na vossa vida? Quem dizeis que Eu sou? Note-se que não interessa tanto a resposta intelectual ou  cultural que possamos dar, como a resposta da fé e através da fé, enquanto tal. Sim, de acordo com a vivência da fé, que dizemos de Jesus? O que é que a alma nos sugere que digamos de Jesus?

Padre José Granja
Pároco de Balasar

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