Alexandrina de Balasar

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XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
— B —

Livro de Josué 24,1-2.15-18.

Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém, e convocou os seus anciãos, chefes, juízes e oficiais; todos se apresentaram diante de Deus. Então, Josué disse a todo o povo: «Eis o que diz o SENHOR, Deus de Israel: ‘Vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitavam ao princípio do outro lado do rio e serviam outros deuses. E se vos desagrada servi-lo, então escolhei hoje aquele a quem quereis servir: os deuses a quem vossos pais serviram, do outro lado do rio, ou os deuses dos amorreus cuja terra ocupastes, porque eu e a minha casa serviremos o SENHOR.» O povo respondeu, dizendo: «Longe de nós abandonarmos o SENHOR para servir outros deuses! Pois o SENHOR nosso Deus é que nos tirou, juntamente com nossos pais, da terra do Egipto, da casa da escravidão, e realizou aqueles maravilhosos prodígios aos nossos olhos; Ele guardou-nos ao longo de todo o caminho que tivemos de percorrer, e entre todos os povos pelos quais passámos. O SENHOR expulsou diante de nós todas as nações e os amorreus que habitavam na terra: também nós serviremos o SENHOR, porque Ele é o nosso Deus.»

 

Livro de Salmos 34(33),2-3.16-23.

Em todo o tempo, bendirei o SENHOR;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios;
minha alma gloria-se no SENHOR!
Que os humildes saibam e se alegrem.

Os olhos do SENHOR estão voltados para os justos
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.

Ira do SENHOR volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.

Os justos clamaram e o SENHOR atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.

SENHOR está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.

Muitas são as tribulações do justo,
mas o SENHOR o livra de todas elas.

Ele guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.

Ímpio há-de perecer na sua maldade;
os que odeiam o justo serão castigados.

SENHOR resgata a vida dos seus servos;
os que nele confiam não serão condenados.

 

Carta de S. Paulo, apóstolo, aos Efésios 5,21-32.

Submetei-vos uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: as mulheres, aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja – Ele, o salvador do Corpo. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo S. João 6,60-69.

Depois de o ouvirem, muitos dos seus discípulos disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?» Mas Jesus, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não crêem.» De facto, Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam e também quem era aquele que o havia de entregar. E dizia: «Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai.» A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para trás e já não andavam com Ele. Então, Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus.»

 

"Tu tens palavras de vida eterna"

A novidade que se verificou na Última Ceia, estava na nova profundidade da antiga oração de bênção de Israel, que desde então se torna a palavra da transformação e nos concede a participação na "hora" de Cristo (Jo 13,1). Jesus não nos deixou a tarefa de repetir a Ceia pascal que, de resto, como aniversário, não é repetível a nosso bel-prazer. Deixou-nos a tarefa de entrar na sua "hora".

Entramos nela mediante a palavra do poder sagrado da consagração uma transformação que se realiza mediante a oração de louvor, que nos coloca em continuidade com Israel e com toda a sua história da salvação, e ao mesmo tempo nos dá a novidade para a qual tendia por sua íntima natureza aquela oração. Esta oração chamada pela igreja "oração eucarística" realiza a Eucaristia. Ela é palavra de poder, que transforma os dons da terra de maneira totalmente nova na doação de si da parte de Deus e envolve-nos neste processo de transformação. Eis por que chamamos a este acontecimento Eucaristia, que é a tradução da palavra hebraica "beracha": agradecimento, louvor, bênção, e assim transformação a partir do Senhor, presença da sua "hora".

A hora de Jesus é a hora em que o amor vence. Por outras palavras: foi Deus que venceu, porque Ele é Amor. A hora de Jesus quer tornar-se a nossa hora e tornar-se-á a nossa hora se nós, mediante a celebração da Eucaristia, nos deixarmos envolver por aquele processo de transformações que o Senhor tem por finalidade. A Eucaristia deve tornar-se o centro da nossa vida.

Papa Bento XVI
Homilia nas XX Jornadas Mundiais da Juventude, 21/08/05

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