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XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
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Livro de Josué 24,1-2.15-18.
Josué reuniu todas as
tribos de Israel em Siquém, e convocou os seus anciãos, chefes, juízes e
oficiais; todos se apresentaram diante de Deus. Então, Josué disse a todo o
povo: «Eis o que diz o SENHOR, Deus de Israel: ‘Vossos pais, Tera, pai de Abraão
e de Naor, habitavam ao princípio do outro lado do rio e serviam outros deuses.
E se vos desagrada servi-lo, então escolhei hoje aquele a quem quereis servir:
os deuses a quem vossos pais serviram, do outro lado do rio, ou os deuses dos
amorreus cuja terra ocupastes, porque eu e a minha casa serviremos o SENHOR.» O
povo respondeu, dizendo: «Longe de nós abandonarmos o SENHOR para servir outros
deuses! Pois o SENHOR nosso Deus é que nos tirou, juntamente com nossos pais, da
terra do Egipto, da casa da escravidão, e realizou aqueles maravilhosos
prodígios aos nossos olhos; Ele guardou-nos ao longo de todo o caminho que
tivemos de percorrer, e entre todos os povos pelos quais passámos. O SENHOR
expulsou diante de nós todas as nações e os amorreus que habitavam na terra:
também nós serviremos o SENHOR, porque Ele é o nosso Deus.» |
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Livro de Salmos 34(33),2-3.16-23.
Em todo o tempo, bendirei o SENHOR;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios;
minha alma gloria-se no SENHOR!
Que os humildes saibam e se alegrem.
Os olhos do SENHOR estão voltados para os justos
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.
Ira do SENHOR volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o SENHOR atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
SENHOR está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do justo,
mas o SENHOR o livra de todas elas.
Ele guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
Ímpio há-de perecer na sua maldade;
os que odeiam o justo serão castigados.
SENHOR resgata a vida dos seus servos;
os que nele confiam não serão condenados. |
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Carta de S. Paulo, apóstolo, aos Efésios 5,21-32.
Submetei-vos uns aos
outros, no respeito que tendes a Cristo: as mulheres, aos seus maridos como ao
Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da
Igreja – Ele, o salvador do Corpo. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim
as mulheres, aos maridos, em tudo. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo
amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a, no banho
da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha
nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem também
os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua
mulher, ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo;
pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; porque nós
somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à
sua mulher e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério; mas eu
interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. |
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo,
segundo S. João 6,60-69.
Depois de o ouvirem,
muitos dos seus discípulos disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode
entender isto?» Mas Jesus, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos
murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o
Filho do Homem subir para onde estava antes? É o Espírito quem dá a vida; a
carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. Mas
há alguns de vós que não crêem.» De facto, Jesus sabia, desde o princípio, quem
eram os que não criam e também quem era aquele que o havia de entregar. E dizia:
«Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for
concedido pelo Pai.» A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para trás
e já não andavam com Ele. Então, Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir
embora?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras
de vida eterna! Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus.» |
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"Tu tens palavras de vida eterna"
A novidade que se
verificou na Última Ceia, estava na nova profundidade da antiga oração de bênção
de Israel, que desde então se torna a palavra da transformação e nos concede a
participação na "hora" de Cristo (Jo 13,1). Jesus não nos deixou a tarefa de
repetir a Ceia pascal que, de resto, como aniversário, não é repetível a nosso
bel-prazer. Deixou-nos a tarefa de entrar na sua "hora".
Entramos nela
mediante a palavra do poder sagrado da consagração uma transformação que se
realiza mediante a oração de louvor, que nos coloca em continuidade com Israel e
com toda a sua história da salvação, e ao mesmo tempo nos dá a novidade para a
qual tendia por sua íntima natureza aquela oração. Esta oração chamada pela
igreja "oração eucarística" realiza a Eucaristia. Ela é palavra de poder, que
transforma os dons da terra de maneira totalmente nova na doação de si da parte
de Deus e envolve-nos neste processo de transformação. Eis por que chamamos a
este acontecimento Eucaristia, que é a tradução da palavra hebraica "beracha":
agradecimento, louvor, bênção, e assim transformação a partir do Senhor,
presença da sua "hora".
A hora de Jesus é a
hora em que o amor vence. Por outras palavras: foi Deus que venceu, porque Ele é
Amor. A hora de Jesus quer tornar-se a nossa hora e tornar-se-á a nossa hora se
nós, mediante a celebração da Eucaristia, nos deixarmos envolver por aquele
processo de transformações que o Senhor tem por finalidade. A Eucaristia deve
tornar-se o centro da nossa vida.
Papa Bento XVI
Homilia nas XX Jornadas Mundiais da Juventude, 21/08/05
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