Alexandrina de Balasar

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VII DOMINGO DO TEMPO COMUM
— B —

Livro de Isaías 43,18-19.21-22.24-25.

«Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, não penseis mais no passado, pois vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais? Vou abrir um caminho no deserto, e fazer correr rios na estepe. o povo que Eu formei para mim, e assim hão-de proclamar os meus louvores.» «Mas tu, Jacob, não era a mim que invocavas, não era por mim que te esforçavas, Israel. Não me compravas canela com dinheiro nem me satisfazias com a gordura das tuas vítimas, antes, me atormentavas com os teus pecados, e me cansavas com as tuas iniquidades. Eu, porém, é que apagava as tuas faltas, por mim, não me lembrava dos teus pecados.

 

Livro de Salmos 41(40),2-5.13-14.

Feliz daquele que cuida do pobre;
no dia da desgraça, o SENHOR o salvará.

SENHOR o guardará e lhe dará vida e felicidade na terra;
não o abandonará à mercê dos seus inimigos.

SENHOR o assistirá no leito do sofrimento;
quando estiver de cama, o restabelecerá da doença.

Eu disse: «SENHOR, tem compaixão de mim;
cura-me, embora tenha pecado contra ti!»

Tu me ajudarás, porque vivo com sinceridade,
e me farás viver sempre na tua presença.

Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel,
desde agora e para sempre. Ámen! Ámen!

 

Segunda Carta aos Coríntios 1,18-22.

Mas Deus é testemunha de que a nossa palavra dirigida a vós não é «sim» e «não.» Pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, aquele que foi por nós anunciado entre vós, por mim, por Silvano e por Timóteo, não foi um «sim» e um «não», mas unicamente um «sim.» Nele todas as promessas de Deus se tornaram «sim» e é por isso que, graças a Ele, nós podemos dizer o «ámen» para glória de Deus. Aquele que nos confirma juntamente convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, Ele que nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito.

 

Evangelho segundo S. Marcos 2,1-12.

Dias depois, tendo Jesus voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em casa. Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra. Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens. Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico. Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações: «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados, Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.» Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»

 

PONTOS DE REFLEXÃO
 

1ª- Leitura. Is 43,18-19.21-22.24b-25. 

Só Deus pode realizar alguma coisa completamente nova e atuar em qualquer situa-ção, mesmo nas mais desesperadas, como a era do exílio em que o povo de Israel se encontrava havia já muito tempo. Mas a atuação do Senhor pode também não ser reconhecida: pode acontecer que o homem não se aperceba, ou não queira ver o que Deus está operando na sua vida. É então que Ele promete realizar algo de extraor-dinário, que restituirá ao povo a sua verdadeira identidade e o louvor: “O povo que formei para mim proclamará os meus louvores”.

Deus recrimina Israel/Jacob pelo facto de O não ter “chamado”, de “não se ter preo-cupado com Ele”. E no entanto, apesar disso, JHWH não desiste e coloca como última palavra não o mal do homem, mas sim o Seu perdão, a Sua misericórdia que chega a “apagar as suas transgreções” e a “não recordar” as suas faltas.

O contexto celebrativo deste domingo indica-nos o caminho para a compreensão do texto profético. Em cada um de nós existe uma profunda necessidade de libertação do exílio de nós mesmos, das nossas paralisias, em suma, do nosso afastamento de Deus, que se chama pecado. Depois de haver dado muitos sinais  ao longo da história, Deus abriu definitivamente o caminho do regresso do homem a si mesmo e a Ele: Jesus, Caminho, Verdade e Vida. 

2ª- Leitura. 2Cor. 1,18-22. 

Do breve texto de Paulo proposto para a liturgia de hoje destaca-se o modo de viver e raciocinar do Apóstolo. Afirma como cosa certa, absolutamente natural e indubitável, a sua fidelidade a Jesus Cristo. É portanto inevitável que, se Jesus se consagrou totalmente à sua Missão, sem hesitações, reflexões, mudanças de opinião, assim acon-tece com o Apóstolo, o qual continua a anunciá-lO, e chama a Deus como “teste-munha” disso.

A Boa Notícia destas linhas é que todas as promessas de Deus se tornaram “sim” em Cristo. Como numa grande liturgia, graças a esse “sim” sobe até Deus o “nosso Amen”, isto é o assentimento, a disponibilidade a entrar na própria fidelidade.

Assim, quer  Paulo quer os Coríntios encontram-se “confirmados” por Deus em Cristo. 

EVANGELHO. Mc. 2,1-12. 

A narração começa com Jesus que, descoberto e assediado pela multidão, “prega a Palavra”. Esta expressão indica a atividade de ensino própria do Nazareno e será em seguida utilizada, sobretudo nos Atos dos Apóstolos, para descrever a atividade dos primeiros missionários.

A narrativa continua com o aparecimento da personagem que será a causa da controvérsia: um paralítico. Este não prenuncia uma única palavra, está comple-tamente dependente da ação  daqueles que o trazem para junto de Jesus e que, por uma solidariedade que se torna teimosia e reconhecida por Jesus como fé, não se detêm perante nenhum obstáculo. A este ponto é o Senhor que toma a iniciativa: declara que os pecados estão perdoados: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.

Entram depois em cena, pela primeira vez, aqueles que serão depois, ao longo de todo o Evangelho, os adversários por antonomásia do Mestre: os escribas. Não dizem nada, limitam-se a considerar  a  partir da sua formação a única conclusão possível a um judeu piedoso: “Está a blasfemar”. Começa  aqui o discurso de Jesus que afirma o seu poder sobre o pecado, testemunhado pela cura do doente.

O paralítico é levado à presença de Jesus por quatro homens. Muitos autores antigos viram nestes quatro homens a imagem da igreja que intercede por seus filhos. Há momentos na vida em que as forças faltam. Pode tratar-se da força física, mental ou espiritual. Pode ser não compreender para que direção se caminha, viver a experiência de um problema laboral ou afectivo, a incapacidade de deixar um pecado que mantém a pessoa escrava, ou simplesmente encontrar-se numa situação em que alguém se sente impotente, por qualquer razão. Precisamente nestas circunstâncias é importante descobrir ao nosso lado uma comunidade, uma igreja capaz de nos ajudar a ultrapassar os obstáculos, capazes de carregar cada irmão e levá-lo até junto do Deus da liberdade e da paz, intercedendo, de vários modos, por ele. Se é belo fazer a experiência de sentir-se amparado e acompanhado, é nosso dever perguntarmo-nos como vivemos esta responsabilidade perante os nossos irmãos e as nossas irmãs. 

P. José Granja

 

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