Capítulo 16
ÊXTASES
PÚBLICOS
Na fase de vida
pública, aos êxtases da Paixão da sexta-feira seguem êxtases que não são
reservados à Alexandrina: Jesus dirige-se a todos os presentes, mais, à
humanidade inteira.
Podemos
distingui-los em duas categorias: em alguns Alexandrina fala como mensageira de
Jesus, noutros é o próprio Jesus que fala directamente através dos lábios da
Alexandrina.
Alexandrina mensageira de Jesus
— Manda
dizer ao teu pai espiritual que reze, que se consuma para que Eu seja
visitado e amado na Santíssima Eucaristia. Sou Eu quem lho peço.
Que me peçam
tudo que quiserem diante de Mim (frente ao sacrário); é de lá que vem o
remédio para todos os males. C (8-4-35)
— Ó
minha filha, dor e cruz, a Eucaristia e o Rosário! Minha Mãe santíssima e a
vítima deste Calvário. Coragem, vamos salvar o mundo!
Fala, fala do sacrário às almas para que Eu seja recebido muitas vezes.
Fala do amor do meu divino Coração como meio de salvação: fala do Rosário! S
(15-10-54)
— Fala
às almas, minha filha, fala-lhes do Rosário e da Eucaristia. O Rosário, o
Rosário, o Terço, o Terço! (a terça parte, que contém um grupo de cinco
mistérios); o meu Corpo e o meu Sangue!
A Eucaristia, a Eucaristia com as minhas vítimas: eis a salvação do mundo! S
(29-10-54)
— Escuta,
louquinha das almas, escuta, louquinha da Eucaristia.
Estou aqui (no
sacrário) só por amor. Os homens não compreendem este amor.
Estou aqui para ser alimento de vida. Os homens não querem alimentar-se e
viver a minha vida.
Fala-lhes do
meu amor, comunica-lhes o meu amor! Tu, que foste criada para ser
distribuidora de tudo o que é meu, fala, minha louquinha, fala, esposa
minha, da minha Eucaristia! Pede às almas para virem ao sacrário e viverem
do sacrário. (...)
Eu vi que Jesus irradiava amor; eu senti que todo Ele era doçura e caridade.
E vi que as suas chagas derramavam sangue vermelhinho. (...)
— Este
sangue é sangue derramado por amor. São chagas avivadas dia e noite por
tantas, tantas almas que Me recebem na Eucaristia sacrilegamente.
Vinde ao sacrário, vinde em graça e abrasados em amor! S (26-11-54)
— Fala
aos homens deste amor. Diz aos homens que se unam a Mim: quero dar-Me a eles
muitas vezes; todos os dias, se possível. Venham com os seus corações puros,
muito puros e sedentos.
Se vierem ao sacrário com as devidas disposições e rezarem o Rosário, ao
menos a terça parte dele, todos os dias, de mais nada terão necessidade para
afastar a justiça de Deus.
O Sacrário, o
Rosário e as minhas vítimas, a vítima deste Calvário, são suficientes para
que ao mundo sejam dados o perdão e a paz.
Quem vem ao sacrário vive puro, quem vive à sombra de minha Mãe bendita,
vive da sua pureza.
E assim, a humanidade vive aquela vida nova, pura, santa, neste quartinho
tantas vezes por Mim recomendada. S (10-12-54)
— Minha
filha, oh, como Eu vejo o mundo! o que espera ao mundo! (...)
Fala da minha
Eucaristia. Diz, diz que ali estou como Homem e como Deus.
Diz que quero que Me amem como Eu amo. Fala-lhes do amor eucarístico e da
necessidade em Me receber.
Fala-lhes do Rosário, fala-lhes do amor de minha bendita Mãe.
Coragem, minha filha! Dor e sangue, dor e sangue para a salvação das almas.
A tua vida dá vidas, as tuas trevas dão luz.
Vamos a
salvá-las (as almas). (...) S (7-1-55)
— As
almas, as almas, o mundo que te entreguei, oh, como ele corre para o abismo
eterno! Oh, como ele arma noite e dia, com o auge dos seus vícios, a justiça
de meu Pai! (...)
Convida as almas a virem à Eucaristia, a virem com vida, pureza e amor, e
não mortas pelo pecado, pelo sacrilégio!
Fala da minha Eucaristia, fala da devoção ao Rosário da minha bendita Mãe.
Se tudo fosse feito com perfeição, seria o bastante para a salvação do
mundo. S (1-7-55)
Jesus fala com os lábios da
Alexandrina
Nestes êxtases, a
Alexandrina repete as palavras que ouve Jesus dizer, dirigidas à humanidade.
Registemos alguns fragmentos por ordem cronológica.
— Ai
do mundo, se não se converte! (...) O ódio, a vingança, a soberba, a ambição
continuam ainda nos corações dos homens. Pensam, preparam-se para novas
lutas (terminou há pouco a 2ª Guerra Mundial; podemos ver o que aconteceu
depois!).
Eu queria prostrar-me à frente de cada homem e pedir-lhes para não Me
ofenderem. S (14-6-46)
— Ouvi
quem fala, ouvi quem vos quer: é Jesus que é a vossa vida.
Vinde a Ele todos! Chama-vos, quer-vos o meu divino Coração: vinde a Ele
todos! Amai-Me! Não pequeis mais! Depressa, depressa! Este convite é de
Jesus.
Depressa, depressa, mais oração, mais penitência. Depressa, depressa a
renovar a vida e os costumes. Depressa, depressa, filhos meus!
Ai, para quantos já é tarde este convite! Chamei, convidei, preveni a tempo.
Quantos e quantos já receberam a justiça de meu Pai! E porquê? Porque não
atenderam à voz divina, ao convite do Céu.
Já caiu a justiça divina e mais vai cair. Já milhões de pecadores foram
castigados e mais milhões deles o vão ser. S (19-1-51)
— O
mundo, o mundo, o pobre mundo! Se se convencesse que tem de arrepiar caminho
e se se apressasse a vir ao meu divino Coração!
Eu sou Pai, e como Pai dei o sangue, dei a vida. Eu sou Pai e, como Pai,
castigo para chamar. S (18-5-51)
— Escutai,
escutai, ouvi a voz ferida de Jesus! Haja oração, faça-se muita oração e
imensa penitência.
O céu rasga-se, a justiça divina cai.
Escutai, escutai, tende compaixão do Coração divino de Jesus.
Emendai-vos, emendai-vos! Jesus vo-lo pede: deixai a luxúria, a vaidade e
todos os crimes! O céu abre-se e pelas suas fendas cai a justiça vingadora.
Quantos avisos, quantos chamamentos de Jesus! S (19-10-51)
— Jesus
tem sede das vossas almas, Jesus quer possuir os vossos corações.
Quero corações puros, quero corações cheios de amor. (...) Deixai o pecado,
deixai o pecado e as falsas ilusões do mundo!
Fiz-Me vosso irmão, fiz-Me como vós, vivi como vós, morri na cruz para
dar-Vos o Céu.
E em troca, qual a recompensa que recebeu o meu divino Coração?
Uma lança, a renovação da minha Paixão, ingratidão contínua. O meu peito foi
rasgado, o Coração foi trespassado. Foi assim no alto do Gólgota.
O mesmo continua a ser a cada momento. S (27-6-52)
— Escutai,
escutai! Preparai-vos para a batalha. Enchei-vos de Jesus para estardes
fortes.
O Eterno Pai, o Eterno Pai vai aplicar a sua justiça sobre a terra com todo
o seu rigor.
Pobre mundo que não atende à voz de Jesus e à voz de sua Bendita Mãe! S
(11-7-52)
— Jesus
pede-vos com insistência: não pequeis mais, não pequeis mais!
Calcai aos pés as vaidade, os prazeres, tudo o que é pecaminoso.
É Jesus quem fala, é Jesus quem pede com todo o amor, com toda a ternura do
seu divino Coração: arrepiai caminho, arrepiai caminho, segui o Senhor. S
(18-7-52)
— Vinde
a Mim, corações frios, vinde a Mim, corações empedernidos! Vinde a
aquecer-vos, vinde incendiar-vos na fornalha ardente do meu divino Coração!
Vinde modelar-vos no divino modelo, que é Jesus!” S (1-8-52)
— Eu
vejo aos milhões, aos milhões a morte nas almas. Faça-se oração, faça-se
penitência! Haja emenda de vida!
Jesus pede, Jesus avisa porque ama muito, ama infinitamente. S
(26-12-52)
— Vinde
a Mim, vinde a Mim, filhos meus, vinde a Mim, filhinhos do meu Sangue
divino!
Filhinhos, filhinhos, palavra terna!
Filhinhos, filhinhos, palavra amorosa saída do Coração de Deus pelos lábios
da grande vítima deste Calvário, da maior vítima que Jesus escolheu na
terra, para ser imolada neste século com os maiores vícios, os maiores
crimes, na maior inundação de iniquidades.
Estou triste, tristíssimo. Estou triste e choro, minha filha, minha querida
filha, pomba branca que esvoaças sobre os meus sacrários, flor perfumada que
os adornas com a variedade das tuas virtudes. S (20-2-53)
— Ferem-Me
a vaidade e a desonestidade nas praias, nos cinemas, nos bailes; peca-se
horrivelmente nos casinos e nas case de vício; peca-se na família, peca-se
em todos os estados. Ai, quanto sofre o meu divino Coração! (…)
Vinde a Mim vós todos os que errastes, vinde a Mim todos os que estais
frios: quero perdoar-vos, quero aquecer-vos.
— Vinde
a Mim, vinde a Mim todos os que estais doentes: quero curar-vos, quero
sarar-vos as vossas almas. S (4-9-53)
— Aprendei,
aprendei deste Calvário! Aprendei de Jesus que é puro, manso e humilde de
Coração.
Aprendei, aprendei, filhos meus, aprendei a amar, aprendei a sofrer,
aprendei a levar a vossa cruz!
Eu sou o Mestre, eu sou o Modelo que deveis imitar. Aprendei de Mim. (...)
Já não posso, já não posso sustentar por mais tempo a justiça de meu Pai.
Dura, dura expressão: não pode nada o Senhor, não pode Jesus com a justiça
vingadora do seu Eterno Pai! S (27-11-53)
|