Silvério nasceu em Frosinone, na Campânia, Itália. Era filho do papa
Hormisdas, que fora casado antes de entrar para o ministério da
Igreja. Entretanto, ao contrário do que se encontra em alguns
escritos, ele não foi
sucessor do seu próprio pai. Antes de Silvério
assumir, e depois do seu pai, outros ocuparam o trono de Pedro. Em
períodos variados, não ultra-passando dois anos cada um, foram os
papas: João I, Félix III, Bonifácio II, o antipapa Dióscoro da
Alexandria, João II e Agapito I.
Eleito no dia primeiro de junho de 536, papa Silvério foi o sucessor
do papa Agapito I, e o numero cinqüenta e oito da Igreja Católica.
Embora fosse apenas subdiácono quando assumiu o trono de Pedro, ele
foi um dos mais valentes defensores do cristianismo, pois enfrentou
a imperatriz Teodora.
O
conflito com a imperatriz começou quando ela enviou uma carta a ele
ordenando que aceitasse, em Roma, bispos heréticos, entre eles
Antimo. Respondendo com veemência que não obedeceria de forma
alguma, foi preso. Tiraram-lhe as vestes papais, e, vestido como um
simples monge, foi deportado para Patara, na Ásia.
Enquanto isso, assumia o governo da Igreja o antipapa Virgílio, que
foi colocado em seu lugar porque aceitou a imposição da imperatriz
de receber em Roma os tais bispos heréticos recusados por Silvério.
Esse, por sua vez, pouco depois foi enviado a Lícia. Mas, como era
um religioso muito popular, foi recebido com honras inesperadas
pelos monarcas romanos da região.
Revoltado com a deposição de Silvério, o bispo de Lícia resolveu
falar diretamente com o imperador Justiniano. Foi nesse encontro que
proferiu as palavras que ficariam gravadas na história e seriam
repetidas pelos séculos seguintes: "Existem muitos reis neste mundo,
mas apenas um papa em todo o universo".
Tocado pelas palavras do religioso, o imperador determinou a volta
do papa Silvério a Roma. Mas Teodora continuou com suas armações e,
pouco tempo depois, ele era enviado à ilha de Palmaria, Ponza, onde
sofreu um exílio mais rigoroso que o primeiro.
Novamente, recebeu ordem de Justiniano para voltar a Roma. Contudo o
papa preferiu terminar no cisma que surgira, abdicando no dia 11 de
novembro de 537.
Consumido pelas chagas e pela fome, morreu pouco depois, no dia 2 de
dezembro do mesmo ano. Seu corpo, ao contrário do dos outros papas
que morreram no exílio, não retornou para Roma, permaneceu naquela
ilha, onde sua sepultura se tornou local de muitas graças e meta de
peregrinação. O santo papa Silvério é venerado no dia de sua morte.
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