Os bárbaros godos
são conhecidos na História por suas guerras de conquista contra terras e nações
cristãs. Pagãos, perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam
impedir a conversão de várias
famílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano
439.
Nascido na
Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua
herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser
ainda uma criança. Apesar de pouca instrução tornou-se um sábio na doutrina
cristã.
Desde então,
transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida
monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos
anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu
tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de
seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes
de tudo, um caridoso e valente.
Naquela época
havia o decreto de que cristãos para serem poupados, deveriam comer a carne dos
animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar
os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses
sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas, Sabas se recusava a
mentir, chegando a protestar em público contra essa prática.
Quando as
perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha
fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na
Palestina, chamada de “grande Laura”. Ela começou naturalmente, com os eremitas
ocupando as cavernas ao redor da que ele vivia, ali isolado com os animais e
construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o mosteiro
de São Sabas.
A fama dos
prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a
doutrina de Cristo, que tão bem ele defendia, fizeram essa comunidade crescer
muito. A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma
posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloquência da
sua pregação do Evangelho atraia cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas
então já incomodava o poder pagão, como autoridade cristã.
Interferiu junto
ao imperador, em Constantinopla à favor dos mais pobres contra os impostos.
Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para
dar apoio ao Papa contra heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente.
Morreu em 5 de
dezembro de 532, na Palestina, aos noventa e três anos de idade. Santo Sabas
está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da
Palestina. A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte. |