Alexandrina de Balasar |
Dr. Ruy João Marques MÉDICO BRASILEIRO NA BIOGRAFIA DA BEATA ALEXANDRINA
Agora que o Brasil começa a tomar um lugar tão relevante nas visitas ao Sítio Oficial da Beata Alexandrina muito nos apraz publicar este singular documento guardado em Balasar e datado de apenas um ano antes do falecimento dela. O jejum, não se pode esquecer, é um tema maior nos estudos desta Beata. Cópia fotografada do documento do Dr. Ruy João Marques O Dr. Ruy João Marques, «Prof. da Faculdade de Ciências Médicas e Docente da Universidade do Recife», não pôde observar a Alexandrina; emitiu as suas abalizadas considerações a pedido do Pe. Mariano Pinho a partir dos documentos dos médicos portugueses, mas acrescentou-lhes o aval da sua especialidade de nutricionista. Os dois directores espirituais das Beata Alexandrina tiveram este documento em grande apreço, pois ambos o citam. O Pe. Humberto fá-lo na sua biografia Alexandrina, p. da 7ª edição; o P.e Mariano Pinho, por sua vez, transcreve-o quase na totalidade em No Calvário de Balasar e também em Uma Vítima da Eucaristia:
«Ainda a 3 de Novembro de 1954 – escreveu o P.e Mariano Pinho em No Calvário de Balasar – o Dr. Ruy João Marques, Prof. catedrático da Faculdade de Ciências Médicas e da Faculdade de Medicina da Universidade do Recife, especialista em assuntos de nutrição, declarava: Também se conserva em Balasar o envelope usado pelo autor do documento A meu ver, não é possível explicar por meios meramente científicos — melhor diria, por meios médicos — o que se vem passando com a Sra. Alexandrina Maria da Costa. Nada faz crer, segundo se depreende dos minuciosos relatórios dos médicos... que se trate de um simples caso de histerismo, sobretudo porque é demasiadamente prolongado o tempo que a observada passou e vem passando sem tomar o mínimo alimento. Por outro lado, estou certo de que não se trata igualmente de mistificação, pois a comissão (insuspeitíssima e à altura da investigação a proceder) que a observou por quarenta dias e quarenta noites, sob rigorosa vigilância, na Casa de Saúde "Refúgio da Paralisia Infantil", pôde constatar que de facto, sua abstinência alimentar era total. Ora essa ausência absoluta de consumo de substâncias nutritivas, durante tão largo espaço de tempo, cerca de 14 anos, se não me engano, não é compatível com a vida e muito menos com a manutenção da normalidade da temperatura, da respiração, do pulso, da tensão arterial, etc. etc. Até mesmo as funções psíquicas deveriam cedo se apresentar obnubiladas, mas é exactamente o contrário o que se verifica: sua vida intelectual é intensa, suas relações afectivas são perfeitas, suas faculdades e seus sentidos absolutamente conservados. Trata-se pois, de um caso extraordinário, direi mesmo excepcional, de modo algum explicável por meios puramente naturais ou através de dados científicos. Quanto ao progresso da mielite, muito provavelmente existente e responsável pela paralisia, nada tem a ver com a abstinência de alimentos, sendo uma doença paralela. Dr. Ruy João Marques
Não há dúvida: este ponto ficou brilhantemente demonstrado, ainda em vida da Alexandrina, o que não quer dizer que cessasse toda a oposição que se notava, em certos sectores, ao caso de Balasar». Breve biografia Se a nossa pesquisa na Internet nos não enganou, o Dr. Rui João Marques do documento acima é aquele sobre que reza esta breve biografia, colhida em http://www.alepe.pe.gov.br/perfil/links/RuyJoaoMarques.html: «Nascido em 18 de Janeiro de 1917, no Recife, formou-se pela Faculdade de Medicina da capital pernambucana, e completou sua formação profissional e intelectual na University of Pennsylvania (EUA) e na Universidade de France, em Paris. Como médico e professor, dedicou-se à área das doenças tropicais. Foi pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da qual também foi pró-reitor de Assuntos de Pesquisa e Pós-graduação. Exerceu, também, as funções de pró-reitor de Assuntos Culturais, de Pós-Graduação e de Pesquisa da então Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP), hoje Universidade de Pernambuco (UPE). Foi vice-presidente da Academia Pernambucana de Medicina e do Instituto Pernambucano de História da Medicina e Ciências Afins, e consultor da Louisiana State University (EUA). Publicou, entre outros livros, Lições de Vida e Outras Lições; Romance em Preto e Branco; Elogio da Doença e Outros Elogios; Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre e a Medicina; Saúde e Nordeste; Medicina Tropical; Algumas Epidemias e seus Heróis em Terras Pernambucanas». O Dr. Ruy João Marques morreu em 12 de Julho de 1993, deixando alguns bens à diocese, com o fim, entre outros, de ajudar seminaristas pobres. A Fundação Joaquim Nabuco publicou um livro sobre este investigador e humanista, como consta do seu sítio: http://isbndb.com/d/publisher/fundacao_joaquim_nabuco.html (fundo).
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