Jesus
fez tudo através de Nossa Senhora. Ele veio ao mundo por ela; ela
lhe deu a natureza humana que fez do Verbo encarnado o sumo
Sacerdote. Ela foi o paraíso do novo Adão, como disse S. Luis de
Montfort; ela o embalou em seus braços; ensinou-o a andar, falar,
rezar e o preparou para a grande missão de Salvador da humanidade.
Por
Maria Ele foi levado ao Egipto, para fugir da fúria diabólica de
Herodes, e ali o protegeu.
Por
Maria Jesus começou os seus milagres, nas bodas de Canaã da
Galileia; a seu pedido, “quando ainda não havia chegado a sua hora.”
Maria O
acompanhou em sua missão redentora e chegou até ao Calvário com Ele.

Ninguém
cooperou mais do que Maria com o Senhor na obra da salvação da
humanidade. Por isso ela mereceu a glória da Assunção ao céu de
corpo e alma. No céu ela continua a sua missão de Mãe dos viventes.
Jesus
quis nos dá-La aos pés da cruz, para ser a nossa Mãe espiritual. Na
cruz, agonizando, com lábios de sangue, antes de “entregar o
espírito ao Pai”, Ele nos fez filhos de Sua Mãe. Olhou para o
discípulo (João) que tanto amava e disse: “Eis aí a tua Mãe.” E o
apóstolo João a “levou para a sua casa.” (Jo 19,27)
Maria
foi a última dádiva que Jesus nos deixou.
Rejeitá-la como Mãe seria, pois, terrível, seria o mesmo que dizer a
Jesus: “Eu não quero receber a Tua Mãe para minha Mãe.” Sem dúvida
esta recusa seria para Jesus pior do que aquela última estocada da
ponta da lança no Seu divino coração; pior do que aquelas afrontas,
daqueles tapas no rosto, pior do que os açoites e espinhos que Ele
recebeu…
Seria
uma insana ousadia recusar a Sua Mãe, para nossa Mãe. “Eis aí a tua
Mãe.”
Por
amor a Jesus, leve-A também para a sua casa e Ela conquistará todas
as graças que precisa para viver como Deus quer.
Se
Jesus deixou-nos a Sua Mãe para nossa Mãe, é porque isto é
necessário para a salvação de cada um de nós. Este gesto não foi
apenas um carinho a mais para connosco; foi uma grande necessidade.
Grandes
santos e doutores da Igreja, como S. Bernardo, Santo Afonso de
Ligório, e outros, afirmam que: “Maria é necessária para a nossa
salvação.”
S. Luis
de Montfort nos pergunta: Se Deus, que é omnipotente, e portanto não
precisava dela para salvar o mundo, e no entanto, quis precisar
dela, será que você é tão orgulhoso que acha que pode se salvar sem
o seu auxílio?
Só
Jesus é o Salvador (At 4,12).Sabemos que só Jesus é “o único
Mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5), e nenhuma mediação é
válida sem a de Jesus; mas Deus quis que Maria fosse uma mediadora
“subordinada”. Ela é a grande Auxiliadora dos Cristãos; Aquela que
nos leva à fonte da salvação, Jesus.
Ela é a
mediadora de todas as graças, através de Jesus, não em paralelo, não
de maneira substituta. A mediação de Maria, ensina o Concílio
Vaticano II, valoriza ainda mais a mediação de Jesus.
Se
Jesus quer precisar de nós para salvar o mundo, quanto mais Ele não
quer precisar de Maria!
Se foi
por Ela que Jesus veio a nós, então, dizem os santos, é também por
Ela que devemos ir a Jesus.
A
Igreja não se cansa de ensinar que, em nada, a mediação de Maria
substitui a única e indispensável Mediação de Jesus; é apenas uma
mediação subordinada, auxiliar, materna.
Depois
do demónio conseguir fazer alguém escravo do pecado, em seguida
trabalha arduamente para afastá-lo de Maria, pois sabe que Ela é o
Refúgio dos pecadores; isto é, aquela que poderá convencê-lo a
deixar o pecado e voltar à fonte da graça.
Infelizmente, muitos trazem no coração uma certa rejeição a Maria,
como se ela fosse uma “rival” de Jesus. É tentação! É uma forte
tentação! Jesus continua a nos dizer hoje: “Eis aí a tua Mãe!”
Leve-a para casa!
Jesus
foi gerado em Maria. E se Ela, dizem os doutores santos, gerou a
Cabeça da Igreja, haverá de gerar também os Seus membros.
A
Igreja é o Corpo de Cristo; Ele é a Cabeça, e nós os membros. Ela
gerou a Cabeça, e deve gerar também os membros. E aí está a grande
missão de Maria na vida de cada um de nós: ser nossa Mãe espiritual.
Todo
aquele que ama Jesus, deve amar e honrar a Maria. Qual o Filho que
gostaria de ver a sua Mãe desprezada?
Assim
como a sua mãe terrena o gerou e educou segundo a natureza, Jesus
quis que a Sua Mãe gere e eduque você segundo a graça. A missão da
mãe é gerar e educar.
A maior
glória que se pode dar a Deus Pai, dizem os santos, é que Jesus seja
formado em nós. Deus “nos predestinou para sermos conformes a imagem
de seu Filho.” (Rom 8,29)
E quem
faz essa obra em nós é o Espírito Santo e Maria, afirma S. Luís de
Montfort.
Santo
Agostinho chamou Maria de a “forma Dei”; isto é, a forma de Deus, o
molde que Deus usa para fazer santos em série, como se faz imagens
em série.
Sem
Maria, diz S. Luís de Montfort, é árduo, difícil, perigoso e
demorado o caminho até a santidade; mas com Maria esse caminho se
torna suave, seguro, rápido, e não desistiremos dele.
Enfim,
Maria é o grande Auxílio que Jesus nos deixou para vencermos toda
fraqueza e miséria que enfrentamos na luta contra nós mesmos, contra
o mundo e contra o demónio.
Seremos
tão insensatos e orgulhosos, a ponto de dizer: “Jesus, eu não
preciso de Tua Mãe”? Não sejamos insensatos!
Você
não pode dar essa alegria ao demónio.
Nas
bodas de Caná, Ela fez com que Jesus “antecipasse a Sua hora” (Jo
2,1-11). E Jesus, “porque Ela pediu”, transformou 600 litros de água
em vinho especial.
Entre
muitas outras coisas, o milagre das bodas mostra que Jesus “nada”
nega a Sua Mãe, tal é a gratidão que Ele tem a Ela, pelo seu “Sim”
integral, que fez dela a Sua Mãe.
Essa é
a razão pela qual Jesus não nega nada a Maria; porque quer honrá-la
de todas as maneiras possíveis, e ser-Lhe grato, ensinam grandes
santos.
Por
isso, tornou-se célebre na Igreja a sentença: “Pede à Mãe, que o
Filho atende.”
Se não
somos dignos de conquistar de Deus a graça que necessitamos, no
entanto, lembremo-nos de que existe Alguém que “achou graça diante
de Deus” e que foi saudada pelo próprio Deus com a expressão: “cheia
de graça.” (Lc 1,28)
Maria é
a “Medianeira de todas as graças”, ensinam os santos doutores (S.
Agostinho, S. Bernardo, S. Boaventua, S. Afonso, etc). Nenhuma graça
chega até nós sem passar por Maria. Por quê? Será que Deus é
limitado? Não!
Não é
uma limitação imposta ao Senhor, mas sim o Seu próprio desejo, dizem
os santos, porque Deus quer honrá-la sobremaneira.
A razão
é lógica. Qual foi a maior “Graça” que a terra recebeu do céu?
Jesus, o Salvador dos homens. E por que “meio”, através de que
“canal”, Deus Pai no-lo deu? Por Maria.
Então,
os Santos concluem facilmente: Se a “maior” Graça (Jesus) veio “por
Maria”, será que as outras, que são menores, viriam sem ser por meio
dela? Não, é a resposta dos santos.
S.
Bernardo a chama de “Aqueduto de Deus.” S. Luis de Montfort resume
tudo dizendo que “Deus reuniu todas as águas e deu o nome de mar,
reuniu todas as graças e deu o Nome de Maria.”
Maria é
o oceano das graças de Deus.
Aquele
que ama a Jesus não pode deixar de amar Maria e de se consagrar a
ela todos os dias, porque ela é a Consoladora dos aflitos, o Auxílio
dos cristãos, a Medianeira de todas as graças, a Advogada nossa.
Os
primeiros cristãos, já no século II rezavam aquela oração de
consagração a Nossa Senhora dizendo:
Debaixo
de Vossa protecção nos refugiamos ó Santa Mãe de Deus, não
desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos
sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita. Amém.
Faça
tudo por Jesus, mas nada sem Maria; é o sucesso de todo aquele que
segue a Jesus. São Bernardo dizia que nenhum dos filhos de Maria se
perderá; e que nenhum servo dela recua diante das perseguições do
mundo e do demónio.
Por Ti
Jesus, amarei a Tua Mãe e minha Mãe de todo o meu coração.
Rui
Manuel Tapadinhas Alves – Maio 2014. |