Alexandrina de Balasar
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Recensão Kevin Rowles
Capítulos:
Mas talvez isto devesse ser esperado, porque o profeta nunca é aceitado na sua terra e na sua própria família. (Mateus 13:57) A intenção primeira do trabalho é nos mostrar dois aspectos da Beata Alexandrina – uma humilde cidadã da Póvoa mas também enfatizar a dimensão universal de seu santo apostolado. Ele mostra que a Beata Alexandrina merece a atenção especial da juventude porque tornou-se vítima expiatória quando jovem e mais tarde cooperadora salesiana com a ênfase de rezar especialmente pela juventude. O livro é dedicado à juventude de hoje, especialmente à da Póvoa. O autor mescla a história da vida da Beata usando citações de seus diários e da sua autobiografia e com os escritos das figuras mais próximas dela – família, director espiritual, outros padres, médicos. Por exemplo a comovente descrição de sua irmã Deolinda sobre os seus sofrimentos místicos da Paixão: “Antes de principiar, oh como se via nela (na Alexandrina) cara de aflição! .. Eu confortava-a quanto podia e acariciava-a, apesar de estar também cheia de medo e muito aflita. Durante a Paixão, eu não podia passar sem chorar e vi correr lágrimas pelas faces de quase todos os assistentes. Que espectáculo tão comovedor! A agonia no Horto foi muito demorada e aflitiva… a flagelação e a coroação de espinhos, isso é que foi! … O suor era tanto que os cabelos estavam empastados e, ao passar-lhe a mão por cima de toda a roupa, ficava molhada. Quando acabou a coroação de espinhos, ela parecia um perfeito cadáver”. Alem dos sofrimentos místicos que Alexandrina sofreu, o autor também narra os sofrimentos causados pela incompreensão e as críticas negativas iniciais das autoridades envolvidas no exame do caso. Estes sofrimentos a fizeram sofrer muito. Um exemplo dado é o caso do seu pároco, Padre Leopoldino Mateus. A sua oposição inicial ao caso da Alexandrina está bem documentada. O médico da Beata afirma que o padre Leopoldino Mateus foi o mais severo e mais influente em tomar-se uma decisão negativa por parte da comissão estabelecida para estudar Alexandrina. Apesar destes factores negativos, a Beata permaneceu perfeitamente paciente, como também obediente e leal aos que investigavam o seu caso – sinal de autenticidade que a separa dos falso “videntes” que se multiplicam no mundo de hoje e que abertamente ignoram a legitimidade das declarações eclesiásticas feitas sobre os seus casos. A Beata nos ensina aqui uma lição importante. Com o tempo, com a ajuda de Deus, toda oposição ao caso de Alexandrina desapareceu, sobretudo por causa da revelação de que ela vivia exclusivamente da Eucaristia. O autor incluiu um capítulo separado sobre o jejum total de Alexandrina, reproduzindo documentos e afirmações que provam além de qualquer dúvida a incrível e miraculosa natureza de seu jejum. Os capítulos intitulados Alexandrina na Póvoa do Varzim e A gente de Póvoa associada com Alexandrina ajudam muito em nos dar uma visão mais profunda da vida em torno da Beata e uma ideia em que a vida consistia no Portugal daqueles tempos. Alexandrina na Pavoa do Varzim relata eventos dos tempos de sua educação, Primeira Comunhão e Crisma. Uma menção especial deve ser feita sobre as várias ilustrações do livro, que nos dão uma história em gravuras muito rica de sua vida como também do ambiente que a cercava. Uma secção, intitulada Artistas com Alexandrina, contém fotografias dos vitrais da igreja de Balasar onde Alexandrina está sepultada, como também uma fotografia do relicário contendo uma relíquia de primeira classe da Beata, com um bonito ícone de Alexandrina pintado por Doménica Ghidotti. Alem das muitas fotografias nas páginas do livro, também há uma secção de fotobiografia. Dois capítulos do livro tratam da paróquia de Balasar e da Santa Cruz de Balasar que fica junto à Igreja. Nos contam a história desta mística cruz, como Custódio José da Costa foi o primeiro a ver a cruz de terra em 1832, como Balasar tornou-se um centro de peregrinação por causa dela e como a cruz está relacionada com Alexandrina. Nosso Senhor lhe diz: “Estava preparada a cruz; faltava a vítima, mas já nos planos divinos estava escolhida; foste tu... A parte sobre a igreja paroquial contém uma fotografia do túmulo da Beata Alexandrina o qual foi recentemente renovado. O livro também traz um capítulo intitulado Antologia Poetico-Mística para a qual o autor seleccionou algumas poesias do diário de Alexandrina. O livro termina com uma bibliografia, um índice de ilustrações e um índice geral, os quais ajudam e facilitam a leitura. Mais no início do livro uma referencia é também feita aos trabalhos de vários grupos e indivíduos que estão ajudando a espalhar a devoção a ela pelo mundo. Penso que o autor concordaria comigo de que este livro jamais teve a intenção de ser uma biografia definitiva da Beata Alexandrina – ainda estamos à espera de tal trabalho – mas até que tal livro seja escrito, José nos oferece este livro, excelente meio de referências e recursos, o qual é rico em história, para nos ajudar em aprofundar o nosso conhecimento da Beata, o qual sem dúvida ajuda a montar a cena dela enquanto uma humilde cidadã da Póvoa e ao mesmo tempo uma figura de importância universal.
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