Rafaela
nasceu no dia 16 de Janeiro de 1843, em Bilbao, Espanha, no seio da
tradicional família cristã Ybarra, da alta burguesia local. De
personalidade serena e afável teve a infância e adolescência
felizes,
recebendo
uma sólida formação humana e religiosa, de acordo com os costumes da
época.
Aos
dezoito anos se casou com o engenheiro João Vilallonga, com quem
teve sete filhos. Mas, a morte trágica da sua irmã e do cunhado, fez
o casal assumir os cinco sobrinhos como seus próprios filhos.
Rafaela soube conciliar sua obrigação familiar com uma vida cheia de
caridade e riqueza espiritual.
Em
pleno século XIX, a Espanha vivia um período conturbado, com o povo
sofrendo severas privações provocadas pela Revolução Industrial, que
se desencadeara no mundo. A grande população rural, principalmente a
de jovens, se sentia acuada e era seduzida pelos novos pólos
industriais que surgiam. Bilbao não foi uma excepção, atraindo uma
legião deles, que buscavam uma melhor condição de vida. A este fato,
Rafaela se manteve alerta. Sua situação social não foi um obstáculo
para esta sensibilidade, ao contrário, tinha consciência dos perigos
que a capital produzia, como a privação, exploração e
marginalização.
Com
esta preocupação e neste campo realizou seu apostolado, de modo tão
amplo, que nem mesmo depois de sua morte se sabia exactamente até
onde poderia ter chegado. Colocou à distribuição das obras
assistenciais todo o seu dinheiro e suas energias: recolhia as
jovens que buscavam trabalho e depois de arranjar-lhes as
colocações, as mantinham abrigadas sob seus cuidados até que
tivessem uma profissão, com emprego e moradia dignos.
Cultivando o contacto com Deus, através da oração, no amor ao
próximo e na caridade para com todos; despertou e alicerçou as bases
para a fundação de um novo instituto religioso. Ao mesmo tempo em
que não descuidou da sua vida familiar, se dedicou a uma vida
intensa de apostolado, actuando em todas as obras assistenciais que
eram criadas em Bilbao. Entretanto, nunca abandonou seu sonho, ao
contrário, solidificou muito bem o fundamento e elaborou as Regras,
sob a orientação do bispo de sua diocese.
No
final de1894, junto com três jovens religiosas, assumiram o trabalho
de "mães e educadoras" das meninas e jovens que necessitavam de
ajuda naqueles anos tão difíceis. A missão se assemelhou a dos
"Anjos da Guarda", cujo nome tomou para sua fundação e cujas
atitudes foram imitadas. Em 1897, a Congregação dos Santos Anjos da
Guarda estava criada e dois anos depois aprovada pelo Vaticano,
sendo a Casa Mãe em Bilbao, o modelo. Nesta ocasião, tentou se
tornar uma religiosa, mas graves problemas a impediram.
Depois
de padecer uma longa enfermidade, morreu em 23 de Fevereiro de 1900,
aos cinquenta e sete anos. A santidade de sua vida foi reconhecida
pela Igreja. O Papa João Paulo II, a beatificou em 1984, nesta
ocasião as Irmãs se encontravam em toda a Espanha, Itália e América
Latina. A fundadora recebe as homenagens no dia de sua morte.
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