Alexandrina de Balasar

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Padre Mariano Pinho, SJ
SACERDOTE EUCARÍSTICO

Na sua longa e profícua formação, talvez sobretudo em Paray-le Monial, o Padre Mariano Pinho foi-se tornado um “Homem Eucarístico”, um “Sacerdote Eucarístico”. Todos os sacerdotes o deviam ser, já que a Eucaristia é o centro, o cume, a missão principal do ministério sacerdotal. Mas o P. Mariano, ainda antes de conhecer e dirigir a Beata Alexandrina, cuja vida como sabemos a fez ser “Uma Vítima da Eucaristia”, já era um homem centrado na Eucaristia, recolhido muitas vezes em oração diante do sacrário, escrevendo páginas eloquentes sobre a Divina Eucaristia. É certo que os contactos com a Beata o ajudaram a aumentar ainda mais esta dimensão e devoção eucarística. Quem o conhecia de perto e o ouvia com frequência, mesmo nas suas múltiplas pregações, sabe bem como o seu coração ardia de amor pela Eucaristia. A maneira como celebrava, o modo como adorava, a intensidade de amor que colocava nas suas palavras ao falar da Eucaristia, são testemunho do “Homem Eucarístico” que foi o P. Mariano Pinho.

Na Póvoa de Varzim, em Julho de 1925, tinha havido o Congresso Eucarístico Diocesano, pois o Arcebispo Primaz da altura, Dom Manuel Vieira de Matos, quis escolher a Póvoa porque, segundo ele, era a “terra mais eucarística de Portugal”. Foi na Póvoa que a Beata Alexandrina fez a sua primeira comunhão e foi na Póvoa que o P. Mariano Pinho fundou a Revista e o Movimento da Cruzada Eucarística, em 1930. A Cruzada Eucarística tinha sido fundada pelo Papa Pio XI em 1916 e chegado a Portugal em 1921. O P. Mariano Pinho, com as indicações e as licenças de seus Superiores, com seu coração eucarístico, lançou-se nesta empresa de alma e coração. Chegou à Póvoa em 1929, com 35 anos de idade, e logo no ano seguinte funda a Cruzada Eucarística. A revista teve a sua sede na Póvoa, no Largo das Dores até Dezembro de 1931, mas a partir de Janeiro de 1932, foi estabelecida a sua sede no Largo das Teresinhas, onde ainda hoje é elaborada, e despachada para cerca de 95 mil assinantes, de 88 países. Só um homem eucarístico, como o P. Mariano Pinho, podia lançar uma semente tão frutuosa na Igreja de Portugal.

É de salientar a participação do P. Mariano Pinho, no Congresso Eucarístico de Viana, no ano 1929, com uma comunicação subordinada ao tema: “Vocações Sacerdotais e Eucaristia”. Nessa comunicação, o P. Mariano afirmou com rasgo profético e sábio, que “semear hóstias hoje é colher vocações amanhã”, querendo ensinar que será a Eucaristia e a Sagrada Comunhão o grande meio de alcançar de Deus mais vocações. Quem participa na Eucaristia com fé e amor, quem comunga com respeito e intimidade com Jesus, deixa-se tocar por Ele, apaixonar, seduzir. Daí surgirão vocações. No ano seguinte a sua acção no Congresso do Apostolado de Oração e depois em 1931, nas Jornadas Eucarísticas na Póvoa, o P. Mariano não se cansou de falar e escrever na Cruzada sobre a Eucaristia e sobre a Revista nascida há pouco, sobre o Movimento da Cruzada Eucarística que desejava ver instituído em todas as terras. Ele sabia, que nesse tempo, a Revista Cruzada e o Movimento Eucarístico eram uma bênção para Portugal inteiro, por isso procurava sempre intensificar a devoção ao Rei de Amor, ao Coração Eucarístico de Jesus.

Os diálogos, as cartas entre a Beata Alexandrina e o Padre Mariano Pinho, eram muitas vezes centradas no mistério da Eucaristia, já que Jesus fazia de Alexandrina uma mística eucarística e ela precisava do discernimento, da ajuda do seu Director Espiritual, para cumprir bem a missão que o Senhor lhe confiava. Foi desses diálogos e dessas cartas, que o P. Mariano teve matéria, rica e abundante, para escrever o livro “Vítima da Eucaristia”, onde descreve o itinerário místico da Beata em relação à Divina Eucaristia. Julgo poder afirmar que ninguém melhor do que ele sabia desses segredos divinos, dessas revelações de Jesus à sua serva fiel, a Beata Alexandrina. Eram ambos envolvidos no mesmo amor eucarístico e ele recebia e aproveitava para seu bem e crescimento espiritual, as graças que Alexandrina recebia. Também ele cantava em seu coração hinos de louvor a Jesus nos sacrários, também ele, com humildade, procurava reparar e fazer companhia a Jesus abandonado e só em tantos sacrários, também ele, movido pela sua devoção pessoal e pela união com Alexandrina, queria ir pelo mundo fazer companhia a Jesus Eucaristia. Daí o modo crescente, piedoso e comprometedor, amoroso e atento, como celebrava o Sacrifício Eucarístico. Daí o seu encanto em falar da Eucaristia e da Sagrada Comunhão. Daí as suas horas de adoração, de louvor e reparação.

Ao terminar este “Ano Sacerdotal”, o Padre Mariano Pinho, verdadeiro “Homem da Eucaristia”, verdadeiro “Sacerdote Eucarístico”, Pai e Mestre Espiritual da grande “mística da Eucaristia”, a Beata Alexandrina, é modelo de vida, de santidade sacerdotal, de amor à Eucaristia. Sacerdotes ou leigos, todos temos muito a aprender com ele. Saibamos com humildade rezar-lhe, visitar seu túmulo na Capela do cemitério de Balasar e suplicar-lhe que nos alcance a todos um amor cada vez mais apaixonado pela Eucaristia, para a celebrarmos e participarmos sempre com mais amor, embebidos da graça do Cenáculo. Centremos nela a nossa vida, o nosso ser, o nosso trabalho, a nossa oração, o nosso sofrimento, a nossa alegria, para que toda a nossa vida seja “uma eucaristia viva”. Saibamos comungar com mais fé, mais amor, mais respeito, mais devoção para que a sagrada comunhão nos vá divinizando progressivamente. Saibamos deixar-nos atrair por Jesus nos sacrários, milhões no mundo inteiro, pois Ele tem sede da nossa presença, da nossa oração, da nossa amizade, do nosso tempo. Não resistamos à graça. Jesus nos chama e nos convida. Arranjemos amor e tempo para estar mais vezes junto d'Ele no sacrário ou na adoração solene em que Ele está exposto numa custódia. Ele nos chama, Ele espera por nós. Ele quer saciar-nos do seu amor e da sua presença. Ele que é tão ofendido com ultrajes, sacrilégios e indiferenças, bem merece a nossa reparação amorosa e amiga, todo o nosso coração a arder de amor por Ele para desagravar e reparar, tantos pecados contra a Eucaristia, tantas profanações, tanto ofensa a Jesus, no Divino Sacramento Eucarístico.

Dário Pedroso

 

 

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