Além da
humildade, caridade, amor ao próximo e fé irrestrita em Cristo e
Maria, virtudes inerentes à alguém que é declarado Santo, Pedro
Nolasco se notabilizou também pela luta em favor da libertação de
cristãos
tornados escravos sempre movido pelos ensinamentos do
Cristianismo, num período conturbado para a humanidade, nos idos dos
séculos XII e XIII.
Procedente de uma cristã e nobre família francesa, Pedro Nolasco
nasceu num castelo no sul da França, próximo de Carcassone, próximo
ao ano 1182. Desde pequeno demonstrou grande solidariedade com os
pobres e desamparados. Todos os dias fazia os pais lhe darem
dinheiro para as esmolas e até a merenda que levava quando estudante
era dividida com eles. Assim cresceu, vivendo em intima comunhão com
Jesus Cristo e a Virgem Maria, de quem era um devoto extremado. Aos
quinze anos de idade, quando seu pai morreu, foi com a família para
Barcelona, Espanha, onde se estabeleceram. E ali ingressou na vida
religiosa.
Na
juventude, quando acompanhou a tragédia dos cristãos que caíam nas
mãos dos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos,
empregou toda sua fortuna para comprar os escravos e, então,
libertá-los. E também, quando seu dinheiro acabou, arregaçou as
mangas e trabalhou para conseguir fundos para esta finalidade,
pedindo-os às famílias nobres e ricas que conhecia. Antes que
entrasse em desespero, pois nunca teria dinheiro suficiente para
garantir a liberdade dos cristãos, recebeu a graça de uma visita da
Virgem Maria. Ocorreu no dia 1º de agosto de 1223. Nossa Senhora lhe
apareceu, sugerindo que criasse com seu grupo de leigos, uma ordem
religiosa destinada a cuidar deste tipo de situação, naquele momento
e para sempre.
Pedro
contou esta visão a seu superior, Raimundo de Penhaforte, seu
co-fundador e também Santo, e ao rei Jaime I de Aragão, ao qual
servira na infância como professor e tutor. Mas, qual não foi sua
surpresa ao saber que eles também tinham recebido em sonho de Maria,
a mesma missão que ele que recebera. Desta forma fundou, juntamente
com eles, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos
Cativos, cujos religiosos são conhecidos como padres mercedários.
Foi eleito superior e dirigiu a ordem por trinta e um anos,
libertando milhares de cristãos das mãos dos árabes muçulmanos.
Pedro Nolasco morreu no dia de Natal de 1258, feliz e plenamente
realizado com sua vida de religioso, mas amargurado porque, nos
últimos anos, seu corpo alquebrado não permitia mais que
trabalhasse.
Foi
canonizado pelo Papa Urbano VIII, em 1628. Embora seja comumente
homenageado no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora das Mercês, e
no dia 28 de janeiro pelos padres mercedários, o calendário
litúrgico romano lhe decida especialmente o dia 31 de janeiro para a
sua veneração. |