Cedo morreu este servo de
Deus, o Fundador dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora,
apenas com quarenta e um anos de idade. No entanto, levado pelo seu
coração compassivo, teve tempo de olhar pelos
pobres, doentes,
anciãos e demais indigentes a quem quis proporcionar um viver mais
desafogado, com a ajuda sua e de outros cristãos, que associou, ao
redor, e formou no espírito caritativo e benfazejo, sempre a
derramar sobre os deserdados os bens confortadores de suas presenças
solícitas acompa-nhadas com o pão de todos os dias e o alívio para as
dores.
Nascido em Weitersburg,
Alemanha, a 25 de Feve-reiro de 1819, quando começavam, na Europa,
gran-des transformações sociais, se adivinhava a era industrial a
criar inúmeros deserdados, vítimas du-ma sociedade desnaturada e
feroz, despontava já o frenesi do consumismo e crescia a fome do
dinheiro, cedo sentiu a miséria, a atingi-lo, na sua própria pele.
Órfão de pai e mãe,
experimentou ainda muito novo, a necessidade de trabalhar para
subsistir. Foi limpa-chaminés, um trabalho árduo e difícil para a
sua saúde.
Ainda aprendiz, comovido
pela pobreza de tanta gente, reunia alguns companheiros a quem
comuni-cava as preocupações do seu íntimo. Já em grupo, iam
procurando ajudar os desfavorecidos, assistin-do-os, com ternura e
carinho, e proporcionando-lhes víveres, roupas e remédios.
Como aumentasse este
trabalho social e evangélico, houve de abandonar o emprego, para
mais se dedicar aos outros e seguir o caminho traçado pela sua
vocação.
Por entre inúmeras
dificuldades e demasiadas provas, sempre confiado na divina
Providência, aos trinta anos, sendo nada mais que um cristão leigo,
empreendeu o princípio da nova Congregação colocada sob o patrocínio
de Nossa Senhora de quem era tão devoto.
Tirando, do interior da sua
alma, a caridade que o abrasava, derramou-a no coração dos seus
amigos a quem formou, orientando-os para a misericórdia compadecida
em favor de todos os indigentes. O serviço dos irmãos da
Misericórdia de Maria Auxiliadora era duro. Os pobres nem sempre
correspondiam ao esforço realizado para os arrancar aos seus males.
À volta, perdurava a incompreensão e o egoísmo de muitos ricos,
dentro de cada um, aparecia o cansaço estafante e a debilidade
dolorosa.
O corpo doentio de Pedro
Friedhofen não respondia à dureza do trabalho nem à ousadia do seu
ardor. Restava-lhe uma fé inabalável e uma confiança inflexível no
Deus todo poderoso.
Enquanto já se divisava a
morte prematura, ia dando aos seus auxiliares uma formação adequada,
alicerçando-os na caridade que tudo vence, entregando-lhes o carisma
da preocupação pelos infelizes e animando-os a prosseguir as tarefas
começadas.
Dez anos apenas pôde estar à
frente da sua Congregação. Mas o seu exemplo e palavra, a sua
dedicação e perseverança, a sua coragem e audácia ficaram nos seus
como uma graça.
A 21 de Dezembro de 1860, em
Koblenz, deixou este mundo legando à Igreja um espírito preocupado
com os outros, não apenas por suas necessidades físicas mas
sobretudo por suas carências espirituais.
A Congregação espalhou-se
por muitos países do mundo, onde os seus discípulos cuidam, ainda
hoje, de anciãos, doentes e pobres.
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