Pedro
Crisólogo, Pedro "das palavras de ouro", pois, é exactamente este o
significado do seu sobrenome, dado sabiamente
pelo povo e pelo qual
se tornou conhecido para sempre. Ele nasceu em Ímola, uma província
de Ravena, não muito distante de Roma, no ano 380. E mereceu este
título, assim como os outros que a Igreja lhe concedeu.
Filho
de pais cristãos, foi educado na fé e cedo ordenado diácono.
Considerado um dos maiores pregadores da história da Igreja, era
assistido, frequentemente, pela imperatriz romana Galla Plácida e
seus filhos. Ela o fez seu conselheiro pessoal e, em 424,
influenciou para que ele se tornasse o arcediácono de Ravena. Numa
época em que a cidade era a capital do Império Romano no Ocidente e,
também, a metrópole eclesiástica.
Mais
tarde, o próprio imperador romano, Valentiniano III, filho de Galla
Plácida, indicou-o para ser o bispo de Ravena. Em 433, Pedro
Crisólogo tornou-se o primeiro bispo ocidental a ocupar essa
diocese, sendo consagrado pessoalmente pelo papa Xisto III.
Pedro
Crisólogo escreveu, no total, cento e setenta e seis homilias de
cunho popular, pelas quais dogmas e liturgias foram explicados de
forma simples, directa, objectiva e muito atractiva, proporcionando
incontáveis conversões.
Em 448,
recebeu a importante visita de um ilustre bispo do seu tempo,
Germano de Auxerre, que fatidicamente adoeceu e, assistido por ele,
morreu em Ravena. Também defendeu a autoridade do papa, então Leão
I, o Grande, sobre a questão monofisita, que pregava Cristo em uma
só natureza. Essa heresia, vinda do Oriente, propagava-se
perigosamente, mas foi resolvida nos concílios de Éfeso e
Calcedónia.
Pedro
Crisólogo morreu na sua cidade natal, numa data incerta. Alguns
historiadores dizem que foi em 31 de julho de 451, mas ele é
venerado pela Igreja no dia 30 de julho de 450, data mais provável
do seu falecimento.
A
autoria dos seus célebres sermões, ricos em doutrina, conferiu-lhe
outro título, o de doutor da Igreja, concedido em 1729 pelo papa
Bento XIII. São Pedro Crisólogo, ainda hoje, é considerado um modelo
de contacto com o povo e um exemplo de amor à pregação do Evangelho,
o ideal de pastor para a Igreja. |