

Patrício da Escócia
Bispo, Santo
377-461
Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram tirados do
seu livro autobiográfico “Confissão”. Nele, Patrício diz ter nascido numa vila
de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano 377. Era filho de
Calpurnius, e neto de um padre e apesar de ter nascido cristão, só na
adolescência passou a se dedicar à religião, e aos estudos.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como escravo.
Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos em meio a um povo
rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga, até que na terceira vez
conseguiu se libertar. Embarcou para a Grã-Bretanha e depois para as Gálias,
atual França, onde freqüentou vários mosteiros e se habilitou para a vida
monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão
apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à Irlanda,
mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação pagã, que o
escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável pela missão no país, o
Papa Celestino I o convocou para dar segmento à missão. Foi consagrado bispo e
viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da Igreja
Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um povo. Em quase
três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente todo o país. Não contava
com apoio político e muito menos usou de violência contra os pagãos. Com isso,
não houve repressão também contra os cristãos. O próprio rei Leogário deu o
exemplo maior, possibilitando a conversão de toda sua corte. O trabalho desse
fantástico e singelo bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na
Irlanda, vendo nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e
evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de
incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na Inglaterra
e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo por toda parte a
construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha um centro de
irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges missionários que
peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a
atuação dos célebres apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e
tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que as
lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas aventuras,
prodígios e graças, enquanto outras nações têm como protagonistas seus reis e
suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente
Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa um trevo,
cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São Patrício que o
usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da Santíssima Trindade: "um
só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória da
Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua pátria, tanto,
por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto, por ter sido convertida
pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem duzentos santuários erguidos em honra
a São Patrício, seu padroeiro.



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