O Padre Mariano Pinho nasceu no
Porto a 16 de Janeiro de 1894. Entrou na Companhia
de
Jesus a 7 de Dezembro de 1910. Não sendo ainda sacerdote, os superiores
destinaram-no ao Brasil onde, no Colégio António Vieira, Baía, leccionou e
fundou a revista Legionário das Missões.
Regressado a Portugal, em 1923, partiu para
Innsbruck, na Áustria, onde estudou Teologia e graduando-se depois na
Universidade de Comillas, Espanha.
Na sua Pátria foi notável conferencista,
pregador e Promotor incansável das Congregações Marianas e Cruzada Eucarística,
exercendo ao mesmo tempo o cargo de Director dos seus órgãos de comunicação.
Em 1931 teve o seu primeiro encontro com a
Alexandrina Maria da Costa, a carismática de Balasar. No ano seguinte começou a
direcção espiritual, tendo-lhe o Senhor dito: «Obedece em tudo ao teu pai
espiritual. Não foste tu que o escolheste; fui eu que to mandei». Exerceu este
cargo até 1942.
Tendo recebido a Alexandrina o encargo de
pedir ao Papa a Consagração do mundo ao Coração de Maria, o Padre Pinho
prestou-lhe a melhor colabo-ração.
Em 1938 pregou o Retiro ao Episcopado
Português. Por sua sugestão os nossos Bispos dirigiram uma súplica colectiva ao
Papa Pio XI, em ordem à consagração.
Endereçou mais duas missivas do mesmo teor ao
Secretário de Estado do Papa, o Cardeal Eugénio Paccelli. A 2 de Março de 1939,
foi eleito Papa, assumindo o nome de Pio XII. Dezoito dias depois a 20 de Março
de 1939, o Senhor comunica à sua confidente: «Será este o Papa que fará a
Consagração. O Papa de coração de oiro, está resolvido a consagrar o mundo ao
Coração de Maria… Todo o mundo pertence ao Coração Divino de Jesus; todo o mundo
vai pertencer ao Coração Imaculado de Maria».
Efectivamente, a 31 de Outubro de 1942, Pio
XII, dirigindo-se a Portugal e falando em português, fez esta consagração, que
renovou a 8 de Dezembro seguinte, na Basílica de São Pedro.
Devido a uma série de calúnias e informações
maldosas, a 1 de Outubro de 1942, o Padre Mariano Pinho recebe uma ordem
terminante do seu Superior de cortar toda a relação com a Alexandrina «directa
ou indirecta, pessoal ou escrita». Com um intuito punitivo, foi mandado para um
Seminário menor da Companhia de Jesus. O seu Superior assim escreveu à Santa Sé:
«Sofreu, como os santos, as piores calúnias e tribulações, sem um lamento e sem
quebra da sua alegria espiritual». E o Cardeal Dom Manuel Gonçalves Cerejeira,
assim o qualificou: «Era um santo!».
Para poder exercer doravante apostolado, em
Fevereiro de 1946, voltou para o Brasil, onde continuou a sua actividade
espiritual.
Faleceu no Recife a 11 de Julho de 1963.
Padre Fernando Leite, SJ
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