Ao
ficar viúva do governador de Constantinopla, Olímpia recebeu muitas
propostas para um novo casamento, mas recusou todas porque queria
entregar-se à vida religiosa. A sua insistente recusa motivou,
mesmo, o confisco de todos os seus bens.
Olímpia
nasceu em 361, na Capadócia. Pertencia a uma família muito ilustre e
rica dessa localidade, mas ficou órfã logo cedo. Foi educada por
Teodósia, irmã do bispo Anfíloco, futuro santo, o que lhe garantiu
receber, logo cedo, os ensinamentos cristãos. Aos vinte anos de
idade, casou-se com o governador de Constantinopla, ficando viúva
alguns meses depois. Desejando ingressar para a vida religiosa,
afastou-se de todos os possíveis pretendentes. O fato muito
contrariou o imperador Teodósio, que queria vê-la como esposa do seu
primo, um nobre da Corte espanhola. Olímpia, en-tretanto, perseverou
na sua decisão. Como vingança, o soberano mandou que todos os seus
bens fossem confiscados e administrados pelo prefeito da cidade. Ao
invés de reclamar, Olímpia agradeceu, porque não precisaria mais
perder tempo com a adminis-tração das propriedades. Pediu que os
bens fossem definitivamente confiscados e doados aos pobres. Não foi
atendida.
Em
seguida, o imperador fez uma longa viagem e, ao voltar, três anos
depois, ficou tão impressionado com as informações sobre sua vida
santa e repleta de humildade e caridade que restituiu os bens a ela.
Assim, Olímpia continuou suas obras de caridade com maior
intensidade. Mas seu sofrimento não acabou. Contraiu doenças
dolorosas. Conta a tradi-ção que Olímpia jamais pronunciou qualquer
reclamação. Desse modo, tornou-se um modelo perfeito aos cristãos de
seu tempo.
Seu
nome foi envolvido em denúncias graves infundadas, por isso se
tornou vítima de perseguições injustas. Foi acusada de ser cúmplice
de são João Crisóstomo no incêndio de uma catedral. Mas ela
declarou, categoricamente, que nada fizera, muito menos Crisóstomo,
que doava muito dinheiro para a construção de igrejas, portanto não
poderia destruir uma.
Essas
acusações partiam do antipatriarca Arsácio, inimigo declarado de
Crisóstomo, que mandou Olímpia deixar a cidade. O principal motivo
desse exílio foi porque ela era a mais estimada assistente de
Crisóstomo, chamado de “o maior pregador da Antiguidade”. Era tão
competente que, aos trinta anos de idade, se tornou diaconisa da
Igreja, dignidade só concedida às viúvas com mais de sessenta anos.
Logo
Olímpia decidiu voltar, declarando ao próprio prefeito que não
reconhecia autoridade no antipatriarca por ser usurpador de um poder
que a Igreja não lhe concedera. Assim, tornou-se a principal vítima
de Arsácio, pois Crisóstomo já havia sido exilado de sua pátria pelo
cruel prefeito, cúmplice do antipatriarca. Olímpia morreu no ano
408.
Santa
Olímpia é celebrada, no Oriente, nos dias 24 e 25 de julho, e, na
Igreja de Roma, no dia 17 de dezembro.
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