Nicolau Gross nasceu a 30 de
setembro de 1898, nos arredores da cidade de Essen, na Alemanha.
Ainda
adolescente, começou a trabalhar como mineiro, aproveitando o
tempo livre para estudar. Afiliando-se à associação sindical dos
mineiros cristãos, foi depois eleito seu secretário para a secção
juvenil.
Em seguida, casou-se com
Elisabeth Koch, com quem teve sete filhos. Amava a sua família mais
do que qualquer outra coisa e foi um pai exemplar, distinguindo-se
por um profundo sentido de responsabilidade em todos os âmbitos da
vida. Em 1927, começou a colaborar com um jornal do sindicato, do
qual se tornou redactor-chefe. Aplicando a doutrina social da
Igreja, ajudava os operários a resolver os problemas que atingiam a
sociedade dessa época. Assim, desde o início do nazismo opôs-se à
sua ideologia política e criticou os seus princípios e actividades,
o que provocou o encerramento do seu jornal por parte das
autoridades do governo.
Entre muitas outras coisas,
escreveu: “É preciso obedecer a Deus mais do que aos homens. Se
nos pedem algo que é contrário a Deus ou à fé, temos o dever moral e
absoluto de não obedecer”.
Alguns dos seus escritos
caíram nas mãos da Gestapo, que o condenou. No dia 12 de agosto de
1944 foi preso com a falsa acusação de ter participado num atentado
falido contra a vida de Adolfo Hitler. Torturado, encontrava a fonte
da sua força na oração. Em 15 de janeiro de 1945 o tribunal
pronunciou a sua sentença à morte, com a seguinte justificação:
“Nadava... na corrente da
traição e por isso, nela deve morrer”. No dia 23 de janeiro foi
enforcado na prisão de Berlin-Plotizense, como os nazistas não
desejavam mártires, queimaram os seus restos mortais e espalharam as
suas cinzas. O Capelão do cárcere, que o abençoou na sua última
viagem, disse que o rosto de Nicolau “parecia iluminado com o
esplendor d'Aquele por quem estava prestes a ser recebido”.
O Papa João Paulo II,
declarou Beato Nicolau Gross em 2001, designando o dia de sua
morte para as homenagens litúrgicas. |