Alexandrina de Balasar

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MEMÓRIA LITÚRGICA DA BEATA ALEXANDRINA

 

A Igreja de Balasar encheu-se novamente de peregrinos entusiastas para a festa da memória litúrgica da Beata Alexandrina, que foi presidida pelo bispo D. Antonino Dias, acompanhado por dez sacerdotes e dois diáconos. No final, como estava anunciado, foi benzida a imagem.

Na homilia, D. Antonino, depois de reflectir sobre os textos litúrgicos, falou sobretudo dos últimos momentos da vida da Alexandrina, pois 13 de Outubro é também o aniversário da sua morte. 

Duas curiosidades notáveis: esteve lá um idoso sacerdote vietnamita, que em tempos passara pelas prisões do regime comunista («Um mártir!», ouvia-se dizer); a segunda curiosidade foi a presença de membros da muito jovem Fraternidade brasileira da Arca de Maria. Dava gosto ver aquelas irmãs de pouco mais de vinte anos, envergando o seu hábito e respirando alegria. Se o sacerdote representava ali a Ásia gigantesca e os problemas que põe à Igreja, as jovens irmãs anunciavam uma Igreja que cada dia se renova para enfrentar as tarefas que se lhe deparam.

Esteve também presente a miraculada da Beatificação, a D. Madalena.

O primeiro número da nova série – trimestral – do Boletim de Graças já se encontrava à venda, pelo módico preço de 50 cêntimos. Além do editorial do Sr. Pe. Granja, tem um artigo do Sr. Arcebispo, um outro dum professor da Faculdade de Teologia sobre o tema da pobreza na vida da Alexandrina, um artigo sobre o Pe. Mariano Pinho e outro sobre o Pe. Humberto, um pequeno noticiário e uma relação de graças. A apresentação é boa. O boletim é enviado a todas as paróquias de Portugal, além, naturalmente, de outras instituições ou particulares interessados.

O  túmulo da Alexandrina tem um novo visual, cheio de luz; quem o idealizou merece os parabéns. A imagem do Imaculado Coração de Maria é muito bonita e aquela cruz pendente muito bem concebida.

Ao lado direito, foi reordenado o espaço de modo a receber o relicário. Tudo também muito bonito, com ar de modernidade.

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  É NESTE ARREBATAMENTO, NUM ÊXTASE DE AMOR QUE VOARÁS AO CÉU

O dia 13 de Outubro, como lembrou D. Antonino, é também o aniversário da morte da Alexandrina. Veja-se então este êxtase de 29/12/44 em que Jesus lhe anuncia:

É neste arrebatamento, num êxtase de amor, saído por entre a dor, que voarás ao Céu!

Coloca-se todo o texto do êxtase para que não fiquem ilusões sobre a vida interior desta Beata, que tinha a dor por constante companhia. Também se não coloca qualquer outro comentário, que se deixa para os especialistas da mística.

Não desaparecem do mundo as sextas-feiras! Ó meu Deus, corro para a morte e a morte para mim. Que dor esta tão angustiosa! A minha cabeça está dilacerada; o meu corpo, com os maus-tratos, despedaçado: é só sangue, é uma chaga viva. É tal a aflição e dor da minha alma que sinto e parece-me ver nela o desespero duma criatura. Por graça e grande misericórdia do Senhor, não estou desesperada; sinto o efeito da desesperação, mas estou calma e serena, sequiosa de mais dor, sequiosa de mais purificação e de mais amor. Só com isto o mundo será salvo; só com estas cadeias fortes o poderei prender.

O sangue corre, a vida vai fugindo; foge para dar a vida, vai louca a salvar o mundo.

Meu Jesus, dai-me a dor que eu tanto amo, dai-me a purificação que eu tanto desejo! Guardai-me em Vós e na Vossa e minha querida Mãezinha. Ouvi a minha alma num brado contínuo de agonia pela dor que sente e de ânsias de Vos entregar o mundo. Queria-o ver nas minhas mãos para vo-lo oferecer como o sacerdote vê em suas mãos a Sagrada Hóstia e a oferece ao Eterno Pai.

Jesus, olhai para mim, vede as ânsias tão agoniosas e imolai-me como Vos aprouver, para Vos dar amor e com ele a humanidade. Queria dizer-Vos muito, mas como nada sei, nada Vos digo.

No meio destas ânsias, veio Jesus.

- Minha filha, anjo da terra, flor mimosa, flor cândida do Paraíso!

Vem, minha filha, receber mais uma prova do meu esposório contigo, da minha união conjugal.

Neste momento, Jesus tomou a minha mão, beijou-me e a acariciou-me e estreitou-me docemente a Ele. Fiquei como que a nadar num mar de gozo, num mar de amor.

Jesus continuou:

- Recebe uma infusão do meu divino amor, recebe-o porque é a tua vida, e tu és a vida das almas.

Coragem, minha filha! Mais um pouco! O teu Céu está perto, agora está perto. Em breve a tua alma, desprendida da terra, voará ao céu como a pomba branca e pura voa ao seu ninho. O teu ninho é o Céu, junto ao trono da Majestade divina, ao lado da minha Bendita Mãe.

Voa a rainha da terra para o seu Esposo celeste, para junto do Rei do Céu.

É junto a Mim, minha filha, que vais continuar a vigiar, a governar o teu reinado na terra.

Não fica nela herdeiro da tua coroa nem do teu reinado. A ti entreguei o reinado do mundo: do Céu o governarás.

Quanto te deve o mundo por o que nele tens feito e por Eu o ter guardado no cofre riquíssimo do teu coração! És um mar de dor, és um mar de amor! Estás transformada no Infinito, tens sobre as almas um poder infinito!

Quanto te é devedora a humanidade, quanto te é devedor Portugal!

O mundo devia estar destruído: foi para evitar males maiores que permiti haver ainda os males presentes.

Pede, pede de novo muita oração e penitência!

Coragem, minha querida jardineira, jardineira do jardim celeste, agricultora divina!

Semeia, colhe para Jesus! Semeia graça, semeia pureza, semeia amor!

O amor é a mais bela flor: quem ama é puro, não ofende o seu amado.

Quem ama sofre por amor.

Ó filhinha amada, a tua dor tem sido a salvação das almas, guia e amparo dos pecadores.

Escuta, filhinha, escuta os Anjos a entoarem-Me louvores e um Te Deum de acção de graças pela vítima que escolhi, pela redentora que ao mundo dei.

Todo o Céu vê a glória que Me deste, todo o Céu vê o valor da tua dor. Escuta, escuta as vozes celestes!

Este louvor é ao terminar o ano; este louvor é dado em teu nome e em nome dos que sofrem contigo, dos que cuidam de ti e da minha divina causa. Dá a todos o meu agradecimento divino.

Olha o que te digo na última sexta-feira deste ano, na última que te falo e renovo a tua crucifixão: não te enganas, nunca te enganaste! Anima-te, tem coragem para a luta!

Antes da tua morte, todas as minhas divinas promessas serão cumpridas. O esposo que ama a sua esposa não a engana nem a deixa enganar.

Quando Jesus me mandou escutar, ouvi as vozes celestes dos Anjos, vozes tão harmoniosas que arrebatavam a alma ao Céu. Só a alma podia ouvir, só ela podia gozar.

Jesus disse-me:

— É neste arrebatamento, num êxtase de amor, saído por entre a dor, que voarás ao Céu.

— Obrigada, Jesus; abençoai esta pobrezinha tão miserável e tão pequenina; à vista da Vossa divina grandeza, desaparece.

Dai-me graça, dai amor!

Reportagem Prof. José Ferreira

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