As
Escrituras contam que, em seus poucos momentos de descanso ou lazer,
Jesus procurava a casa de amigos em Betânia,
local muito agradável
há apenas três quilómetros de Jerusalém. Lá moravam Marta, Lázaro e
Maria, três irmãos provavelmente filhos de Simão, o leproso. Há
poucas mas importantíssimas citações de Marta nas Sagradas
Escrituras.
É
narrado, por exemplo, o primeiro momento em que Jesus pisou em sua
casa. Por isso existe a dúvida de que Simão fosse mesmo o pai deles,
pois a casa é citada como se fosse de Marta, a mais velha dos
irmãos. Mas ali chegando, Jesus conversava com eles e Maria estava
aos pés do Senhor, ouvindo sua pregação. Marta, trabalhadora e
responsável, reclamou da posição da irmã, que nada fazia, apenas
ouvindo o Mestre. Jesus aproveita, então, para ensinar que os
valores espirituais são mais importantes do que os materiais,
apoiando Maria em sua ocupação de ouvir e aprender.
Fala-se
dela também quando da ressurreição de Lázaro. É ela quem mais fala
com Jesus nesse acontecimento. Marta disse a Jesus: "Senhor, se
tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido. Mas mesmo
agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Deus dará".
Trata-se de mais uma passagem importante da Bíblia, pois do evento
tira-se um momento em que Jesus chora: "O pranto de Maria provoca o
choro de Jesus". E o milagre de reviver Lázaro, já morto e
sepultado, solicitado com tamanha simplicidade por Marta, que
exemplifica a plena fé na omnipotência do Senhor.
Outra
passagem é a ceia de Betânia, com a presença de Lázaro ressuscitado,
uma prévia da última ceia, pois ali Marta serve a mesa e Maria lava
os pés de Jesus, gesto que ele imitaria em seu último encontro
colectivo com os doze apóstolos.
Os
primeiros a dedicarem uma festa litúrgica a santa Marta foram os
frades franciscanos, em 1262, e o dia escolhido foi 29 de julho. |