Maria
Poussepin nasce em Dourdan, perto de Paris (França). Nessa época a
miséria era muito grande: as colheitas eram más, as doenças e as
guerras frequentes deixam a população num estado dramático. Maria
Poussepin pertence a uma família relativamente abastada mas seu pai
acaba na falência. Maria que é ainda jovem deve retomar a empresa de
fabrico de meias de seu pai não só para prover às necessidades da
sua família mas também a economia da aldeia.
Como
directora da empresa, introduz novas máquinas (está aberta ao
progresso técnico da época) mas sobretudo contrata jovens suprimindo
a necessidade para estes de pagar um direito de formação à
aprendizagem ao mestre de estágio. Esta prática muito inovadora
permite-lhe oferecer a possibilidade de adquirir um ofício (e por
conseguinte rendimentos) a jovens pobres, órfãos… ela cria empregos
de modo que estes jovens saiam da miséria por eles mesmos.
Ao
mesmo tempo que a sua responsabilidade de chefe de empresa, Marie
Pousssepin está muito entranhada numa Fraternidade de Caridade da
sua aldeia, seguidamente numa Fraternidade da Terceira Ordem
Dominicana (em 1693). Nestes grupos Marie torna-se rapidamente
responsável pelo zelo que mostra em visitar os doentes, as viúvas,
os mendigos… Está por conseguinte presente sobre as duas vertentes
da caridade: a economia e a compaixão.
Comovida pela miséria das campanhas e em especial o estatuto das
órfãs, das viúvas, das mulheres doentes e mais geralmente pela
condição da mulher pobre da sua época, Maria Poussepin funda em 1695
uma fraternidade dominicana à qual dá todos os bens pessoais. Esta
Fraternidade instalada numa pequena aldeia (Sainville) é uma
inovação: trata-se de viver juntos de acordo com os costumes
dominicanos mas sem clausura para poder irradiar a caridade;
propõe-se assim assinalar um desafio: lutar contra a miséria e viver
plenamente a vida religiosa.
Em
Sainville organiza uma pequena escola para as raparigas, visita os
pacientes… a comunidade aumenta e rapidamente outras comunidades são
criadas sempre ao serviço dos mais pobres, os doentes, as órfãs…
Existerá uma vintena de comunidades enquanto Maria Poussepin foi
viva, na região parisiense e também em Chartres… O bispo de Chartres
faz contudo problema para reconhecer a congregação fundada por
Maria; exige que as irmãs renunciem a qualquer relação com os
dominicanos. Maria deve apresentar-se; as relações serão
restabelecidas apenas no fim do século XIX e institucionalmente no
meio do século XX.
Maria
Poussepin institui uma congregação original (as irmãs de Caridade
Dominicanos da Apresentação de Tours) onde as irmãs agem
gratuitamente ao serviço dos pobres e devem além disso ganhar a sua
vida (trabalho de tesselagem na época da fundação). Coloca o
exercício da caridade (hoje dir-se-ia da solidariedade) ao centro da
vida religiosa; ao passar a ser o trabalho um meio para viver a
pobreza religiosa. Maria dará um grande lugar ao trabalho como
verdadeira ascèse e compromisso fraternal para atingir os objectivos
da congregação.
As
irmãs de Maria Poussepin são hoje mais de 4000 através do mundo
(Colômbia, Índia, França, Espanha, Burquina Faso, Iraque…)
Maria
foi beatificada em 1994 pelo Papa João Paul II.
Para
mais informações:
Sœurs
dominicaines de la Présentation de Tours,
Maison Mère
15 quai Portillon,
37100 TOURS (France |