Beatificada no dia
11 de Setembro de 1984, durante a visita de João
Paulo II ao Canadá, veio ao mundo a 12 de Maio
de 1840, na povoação
de Santa Margarida de Blairfindie, no estado
de Quebeque (Canadá). Baptizada no mesmo dia, deram-lhe os nomes de
Alódia
Virgínia.
Recebeu
da mãe a
primeira educação cristã, que aperfeiçoou no colégio das religiosas
da Congregação de Nossa Senhora de Laprairie.
Fez a primeira comunhão aos 12 anos, como era costume naquele tempo.
Em 1854 ingressou no noviciado das Marianitas
de Santa Cruz, com o nome de Irmã Maria de Santa Leónia.
Aos 22 de Agosto de 1857 fez os votos, perante o P.
Basílio Moreau,
fundador da Congregação.
Apesar de não ter uma saúde por aí além, encarregaram-na de cuidar
das residências paroquiais em diversas freguesias. Foi, depois, para
os Estados Unidos da América tomar conta de órfãos e servir de
secretária da superiora do asilo. Permaneceu nesse posto oito anos.
Quando
a congregação a
que pertencia deixou, em França, de cuidar das residências
paroquiais, para se dedicar ao ensino, as religiosas dos Estados
Unidos separaram-se da casa-mãe e formaram um
Instituto autónomo denominado Irmãs da Santa Cruz. A Irmã
Leónia aderiu ao novo
Instituto por ele conservar o trabalho inicial de auxílio aos
párocos.
Quando
o P. Camilo
Lefebvre, fundador do colégio de S. José de
Memramcook, lhe pediu para formar na vida
religiosa as jovens que ele havia chamado para cuidar dos diversos
serviços da casa, ela para lá partiu com outra Irmã, no dia 22 de
Setembro de 1874. Sob a sua direcção, o Instituto consolidou-se. Não
lhe faltaram oposições,
mas em 1880 os membros do
capítulo da congregação da Santa Cruz deram-lhe a sua aprovação.
Depois
de 20 anos na
cidade de Memramcook, a casa-mãe
e o noviciado mudaram para Sherbrooke, em 1885. No
dia 26 de Janeiro do ano seguinte, o Bispo dessa cidade publicou o
decreto da erecção canónica. A 2 de Outubro de 1904, a Serva de
Deus, por instâncias do Prelado, abandonou o hábito das Irmãs de
Santa Cruz, às quais estava juridicamente ligada, e vestiu o hábito
da Congregação que ela mesma havia fundado com o nome de
Irmãzinhas da Sagrada
Família.
No dia
5 de Maio de 1905, por indulto Apostólico de S. Pio X, ficou livre
de todas as obrigações para com a Congregação das Irmãs da Santa
Cruz e pôde assim mais expeditamente aderir às Regras do seu
Instituto.
A
Serva de Deus,
que sempre procurou servir o Senhor com todo o seu coração, custasse
o que custasse — e não foram pequenos nem poucos os sofrimentos que
teve de suportar —, viu coroados de êxito os próprios trabalhos. A
Congregação contava 635 Irmãs em 40 casas, dedicadas a auxiliar os
Sacerdotes, material e espiritualmente. Podia, pois, partir para os
braços do Pai quando Ele quisesse. Assim sucedeu, quase
inopinadamente, a 3 de Maio de 1912. Deixou vários volumes de
escritos que revelam quanto ela procurou viver na presença de Deus e
fazer tudo apoiada n'Ele. Mas o presente mais
valioso que legou às suas Filhas e à Igreja foi o exemplo de uma
vida santa, que Deus confirmou com milagres que a levaram às honras
dos altares. – AAS
59 (1967) 451-3; 73 (1981)
211-14; 77 (1985) 397-403.
Cf. Pe.
José Leite, SJ. |