MARIA
JESUS MASIÁ FERRAGUT
Nasceu
em Algemesí (Valência) a 12 de Janeiro de 1882, sendo baptizada no
mesmo dia pelo Pe. Joaquim Cabanes, pároco. Recebeu a Confirmação na
paróquia de São Tiago Apóstolo de Algemesí, das mãos de Dom
Sebastião Herrero e Espinosa de los Monteros, arcebispo de Valência,
dia 19 de Maio de 1899. Vestiu o hábito no mosteiro das clarissas
capuchinhas de Agullent (Valência) a 13 de Dezembro de 1900 e
professou no dia 16 de Janeiro de 1902. Morreu em Alcira (Valência)
num lugar denominado "Cruz coberta", a 25 de Outubro de 1936.
MARIA
VERÓNICA MASIÁ FERRAGUT
Nasceu
em Algemesí (Valência) a 15 de Junho de 1884 e foi baptizada no dia
seguinte (16 de Junho), por D. José Sanchís Beneficiado. Recebeu a
Confirmação a 19 de Maio de 1899.Ingressou no mosteiro das clarissas
capuchinhas de Agullent (Valência), vestindo o hábito a 18 de
Janeiro de 1903. Emitiu a profissão temporária a 26 de Janeiro de
1904 e a perpétua, a 10 de Abril de 1907. Morreu em Alcira
(Valência) num lugar denominado "Cruz coberta" a 25 de Outubro de
1936.
MARIA
FELICIDADE MASIÁ FERRAGUT
Nasceu
em Algemesí (Valência) a 28 de Agosto de 1890. Vestiu o hábito no
mosteiro das clarissas capuchinhas de Agullent (Valência) a 17 de
Abril de 1909. Emitiu os votos temporários a 20 de Abril de1910 e os
perpétuos a 26 de Abril de1913. Morreu em Alcira (Valência) num
lugar denominado "Cruz coberta" a 25 de Outubro de 1936. As três
irmãs nasceram na mesma cidade. Eram seus pais Vicente Masiá e
Teresa Ferragut. O casal teve sete filhos, dos quais cinco filhas
tornaram-se religiosas capuchinhas de clausura e o único filho homem
foi capuchinho.
Purificação, irmã delas, disse que desde jovens ”frequentavam os
sacramentos, comungando diariamente. Jamais foram vistos em lugares
públicos ou frequentados. A minha mãe soube educar as minhas irmãs,
inculcando-lhes o santo temor de Deus".
A vida
religiosa das três capuchinhas prosseguiu paralela. "Durante a vida
no convento - disse Purificação, irmã delas -tinham uma conduta que
causava a admiração das outras religiosas pelo exemplo e o modo de
comportar-se, próprios da sua profissão. Apesar de serem irmãs, não
existia entre elas distinção alguma entre si e com respeito às
outras As três irmãs eram muito estimadas pela comunidade. A piedade
de todas elas era sólida e vigorosa, inculcada pela nossa querida
mãe. Eram amantes do sacrifício e muito observantes do silêncio, da
Regra e das Constituições".
Irmã
Benvinda Amorós, religiosa do mesmo mosteiro, descreve assim a vida
religiosa delas: "Jamais ouvi crítica alguma sobre a actuação destas
religiosas. Eram de uma piedade sólida. Dedicavam-se especialmente à
oração e a presença de Deus reflectia-se nelas. Eram muito humildes
e estavam sempre dispostas a sacrificarem-se pelas outras irmãs.
Eram devotíssimas da Eucaristia e da Santíssima Virgem e,
extraordinariamente, da Paixão do Senhor".
Com a
chegada da República, em 1931, saíram do convento, permanecendo na
casa paterna uns dois meses até retornarem ao convento sem haver
recebido vexames. Ao iniciar a revolução de 1936, voltaram novamente
para casa em Algemesí, onde permaneceram até 16 de Outubro do mesmo
ano, ocupando-se dos serviços da casa, fazendo vida de comunidade,
completamente entregues à oração.
Dia 19
de Outubro de 1936, às quatro da tarde, foram detidas por
milicianos: elas e uma religiosa agostiniana do convento de
Beniganim. Teresa, a mãe das religiosas, não quis abandoná-las e
partiu com elas. Encarceraram as cinco religiosas no convento de
Fons Salutis, que servia como prisão. Ali permaneceram oito dias,
serenas e resignadas. Finalmente, padeceram a mesma sorte.
Na
noite de 28 de Outubro, que era domingo e festividade de Cristo Rei,
os milicianos conduziram-nas à morte. Quiseram deixar a mãe, porém
ela opôs-se e pediu para acompanhar as suas filhas e ser fuzilada
em último lugar. Vendo-as tombar uma por uma, animava-as dizendo:
“Filhas minhas, sejam fiéis ao esposoceleste e não queiram, nem
consintam aos afagos destes homens". Levadas num caminhão ao lugar
denominado "Cruz aberta", na direcção de Alcira, ali foram
martirizadas. Os corpos das cinco mártires foram enterrados em
Alcira. Actualmente descansam na paróquia de Algemesí.
ISABEL
CALDUCH ROVIRA
Nasceu
em Alcará de Chivert, diocese de Tortosa e província de Castellón de
la Plana, a 9 de Maio de 1882. Seus pais Francisco Calduch Roures e
Amparo Rovira Martí tiveram cinco filhos e Isabel era a última.
Seus
vizinhos dizem sobre ela que "durante a sua infância viveu num
ambiente muito cristão. Exerceu a caridade com os necessitados. Ela
mesma ia com outra amiga levar comida a uma anciã e também lhe
prestava ajuda na limpeza pessoal e da casa". Durante a sua
juventude namorou um jovem da sua localidade, muito cristão, porém
terminou este relacionamento para abraçar um estado de vida mais
perfeito, com o consentimento de seus pais.
Ingressou no mosteiro das capuchinhas de Castellón de la Plana,
vestindo o hábito em 1900. Disse seu irmão José que "o motivo que
induziu sua irmã a entrar na vida religiosa foi puramente por
vocação". Emitiu a profissão simples a 28 de Abril de 1901 e a
perpétua, a 30 de Maio de 1904. Dizem as religiosas que ela "era de
temperamento pacifico e amável, sempre alegre. Era uma religiosa
exemplar. Sempre estava contente. Era muito observante da Regra e
das Constituições. Era muito modesta no olhar prudente no falar e
muito mortificada. Era mortificada ao comer sendo sempre muito
estimada pela Comunidade. Cultivava uma intensa vida interior sendo
muito devota do Santíssimo, da Virgem e de São João Baptista".
No
mosteiro desempenhou o cargo de Mestra de noviças,“fazendo-o com
muito zelo para que fossem religiosas observantes, tratando as
noviças sem distinções", disse sobre ela Irmã Micaela. Foi reeleita
para outro triénio, que não chegou a desempenhar devido à chegada da
revolução.
Chegada
a revolução, a Irmã Isabel foi para Alcalá de Chivert (Castellón)
onde tinha um irmão sacerdote, Mosén Manuel, que depois foi
assassinado. Enquanto permaneceu na sua cidade, dedicou-se ao retiro
e à oração. Ali foi detida a 13 de Abril de 1937 por um grupo de
milicianos, com fr. Manuel Geli, sacerdote franciscano. Conduzidos
ambos ao comité local de Alcalá de Chivert, foram injuriados e
ridicularizados. Foi assassinada no distrito de Cuevas de Vinromá
(Castellón) e sepultada no cemitério daquela mesma cidade.
MILAGROS ORTELLS GIMENO
Nasceu
em Valência a 29 de Novembro de 1882, na rua Zaragoza e foi
baptizada no dia seguinte (30 de Novembro), na igreja paroquial de
São João Baptista. Foi a terceira e última filha do casal Henrique
Ortelís e Dolores Gimeno.
Durante
a sua infância era muito devo-ta e o ambiente familiar no qual se
criou era eminentemente cristão. Os seus vizinhos recordam que " a
sua piedade era extraordinária; o seu amor à penitência singular; ao
extremo de um dia a sua mãe a surpreender aspirando "catingas", não
havendo outro modo para mortificar-se (...). Na igreja, ao invés de
se sentar na cadeira, sentava-se no soalho (...)
A Irmã
Virtudes, capuchinha, recorda-se que Irmã Milagros" entrou na Ordem
Capuchinha levada pelo seu desejo de maior perfeição. Sua mãe
havia-lhe proposto ser religiosa reparadora, mas não quis aceitar;
buscando a maior estreiteza da Regra Capuchinha". Ingressou no
mosteiro das capuchinhas de Valência a 9 de Outubro de 1902. Ali
recordam que "quando ingressou o fez com muito entusiasmo". Neste
convento exerceu os cargos de enfermeira, refeitoreira, porteira,
sacristã e mestra de noviças, todos ofícios que desempenhou com
fidelidade.
As suas
irmãs religiosas descrevem a sua autêntica personalidade com estes
traços: "Era muito caridosa, oferecendo-se sempre a prestar qualquer
serviço às suas irmãs religiosas. Era vista sempre recolhida. Após o
matinal da meia-noite permanecia ainda por mais um pouco de tempo,
com a intenção de praticar maior penitência". "Gozava de fama de
santidade entre as suas religiosas ao ponto de exclamarem sempre: é
uma santinha". A sua piedade era sólida e a característica mais
saliente era o seu amor à Eucaristia e à Imaculada. A sua penitência
era extraordinária, usando disciplinas, cilícios. Era muito estimada
por todas as religiosas e observava muito bem toda a Regra. A oração
e a presença de Deus eram evidentes nela. A sua humildade aparecia
claramente ao sentir-se indigna de aceitar cargos e até de receber a
eucaristia".
Com a
chegada da revolução, teve que refugiar-se na casa de sua irmã
Maria, em Valência, levando ali uma vida de oração e recolhimento.
Depois refugiou-se numa casa da Rua Maestro Chapí, em Valência,
onde viviam também outras religiosas da Doutrina Cristã. Ali foi
detida por um grupo de milicianos a 20 de Novembro de 1936 e
assassinada junto com 17 religiosas da Doutrina Cristã, num lugar
conhecido como "Picadero de Paterna". Foi sepultada no cemitério de
Valência. A 30 de Abril de 1940 foram exumados os seus restos
mortais e transladados para o mosteiro das capuchinhas de Valência,
onde actualmente repousam.
Fonte :
http://www.capuchinhos.org/siteantigo/ordem/irmaos/0926.htm |