Maria Crescência
Hoss nasceu numa família numerosa de humildes tecelões na cidade de Kaufbeuren,
na
Alemanha, no dia 20 de outubro de 1682. Seus pais eram católicos praticantes,
mas não tinham condições de atender o desejo da filha, que era o de ingressar no
mosteiro da Ordem Terceira das Franciscanas daquela cidade. Entretanto a ajuda
financeira veio do prefeito protestante, sensível à vocação religiosa de
Crescência. Admitida pelas franciscanas em 1703, um ano depois recebia o hábito
definitivo da Ordem Terceira.
A franciscana
Crescência possuía dotes espirituais, humanísticos e morais que fascinavam todos
que dela se aproximavam. Para um número extraordinário de pessoas, foi a
auxiliadora previdente, sensata e também conselheira iluminada. Possuía a
capacidade de reconhecer rapidamente os problemas e apresentar soluções
apropriadas e racionais. Até mesmo o príncipe herdeiro e bispo de Colônia,
Clemente Augusto, tinha-a como orientadora espiritual e sábia, tanto que
solicitou ao papa sua canonização logo que ela morreu.
Crescência tinha
uma inteligência privilegiada. Dentro do pequeno convento das franciscanas,
conseguiu fazer um surpreendente apostolado, onde cumpriu todas as funções com a
dedicação e a generosidade de quem possui a alma dos grandes. Em 1710, ela foi
porteira atenciosa, previdente e caridosa mantendo um contato harmonioso de
comunicação com o exterior e a vida do convento. Sete anos depois, ela se tornou
a professora das noviças, formando as jovens irmãs para uma vida digna da
espiritualidade interior daquela comunidade religiosa.
Para sua
surpresa, em 1741 Crescência foi eleita a superiora e, apesar das tentativas de
recusa, acabou aceitando a tarefa. Recomendou a observação do silêncio, a oração
contemplativa, e a leitura espiritual, especialmente o Evangelho. Em seus três
anos como superiora, tornou-se sua segunda fundadora. Firmou solidamente as
bases espirituais franciscanas no respeito ao juramento da vocação, que diz:
“Deus quer os ricos em virtudes, não em bens temporais”. Os pontos
principais de seu programa para a renovação do convento foram a confiança
ilimitada na Providência Divina, na doação integral ao próximo e aos mais
pobres, no amor ao silêncio, na devoção a Jesus Crucificado, na devoção à
eucaristia e à Virgem Santa.
Maria Crescência,
no momento em que vivia a “noite espiritual”, encontrou-se com a venerável Maria
Ana Lindmayr, mística sua contemporânea conhecida pelas suas relações com as
almas do Purgatório.
Maria Crescência
Hoss morreu em Easter, no dia 5 de abril de 1744, e tornou-se uma das santas
mais veneradas da Alemanha e da Europa do Leste. Foi sepultada no convento da
Ordem Terceira das Franciscanas de Kaufbeuren, que logo se tornou um local de
intensa peregrinação de devotos que solicitam a sua intercessão em curas e
graças.
No ano de 1900,
o papa Leão XIII beatificou-a.
O seu culto foi
fixado para o dia 5 de abril e se tornou oficial que no local de sua sepultura
fosse erigido um santuário para a visitação de fiéis. A sua canonização foi
feita em 2001, pelo papa João Paulo II, em Roma.
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