Ela
nasceu em Paris, no dia 1o de fevereiro de 1566, e se chamava
Bárbara Avrillot, filha do senhor de Champstreaux, riquíssimo,
influente na corte francesa e na vida religiosa por ser um homem
muito devoto,
assim
como sua descendência.
Como
era costume na época, apenas adolescente Bárbara foi enviada às
Irmãs Menores da Humildade de Nossa Senhora, que habitavam nas
proximidades. Regressou à família aos catorze anos e não pôde op-tar
pela vida religiosa, pois aos dezesseis anos foi en-tregue como
esposa ao visconde de Villemor, Pedro Acária, senhor de muitas
terras, muito atuante na política da corte e cuja influência era tão
forte quan-to à de sua família, possuidor de costumes sérios e
seguidor dos preceitos cristãos. Tiveram seis filhos.
O
rei Henrique IV, após desfazer a Liga política à qual seu marido
pertencia, mandou-o para o exílio e confiscou-lhe todos os bens.
Foram quatro anos de várias atribulações financeiras e aflição de
espírito. Porém Bárbara não se abateu, tomou a defesa do marido, não
se detendo até provar a inocência dele e reaver todos os bens. Foi
com essa fibra que educou os filhos com generosidade, no respeito e
no serviço aos mais pobres, doentes e mais desamparados. En-sinou-os
a viver de maneira simples, sóbria, mo-desta, e no amor à verdade,
pois a verdade é Cristo. Ensinou-lhes, também, o espírito de
sacrifício e a força de vontade perante as dificuldades.
Nesse período, conheceu o religioso Francisco de Sa-les, depois
também fundador e santo pela Igreja, o qual aprovava sua atitude e
comportamento, vindo a tornar-se o seu diretor espiritual. Em 1601,
ela leu os escritos de Teresa d'Ávila e desejou, ela mesma, uma
leiga, fazer todo o possível para introduzir na França a reforma
carmelita. Um ano depois, acolheu as primeiras vocações e obteve a
autorização do rei, o qual lhe dispensava uma grande consideração,
e, em 1603, o papa Clemente VIII enviou-lhe sua autorização para a
fundação, portanto ela pôde construir o pri-meiro mosteiro carmelita
na França. Depois, com os outros, que vieram em seguida, houve uma
forte in-fluência na espiritualidade católica de seu tempo. Três de
suas filhas entraram no Carmelo de Amiens.
Em
1613, morreu seu marido e só então ela tomou o nome de Maria da
Encarnação, tomando o hábito e jurando os votos a uma de suas
filhas, que se tornara a abadessa do mosteiro de Amiens, onde ela
per-ma-neceu durante algum tempo, para depois estabelecer-se no de
Pontoise. Manteve-se sempre ativa e pre-parada para discussões sobre
o tema da fé com personagens próprios e auto-reveladores e sempre
hu-milde e afetuosa como simples carmelita de sua comunidade.
Maria da Encarnação, madame Acária, é considerada a "madre fundadora
do Carmelo na França" porque contribuiu para a difusão da reforma
carmelita de Santa Teresa d'Ávila, mais do que todos, em solo
francês. Ela terminou os seus dias num leito de dor em Pontoise. E
ao morrer, no dia 18 de abril de 1618, recitou várias vezes os
salmos 21 e 101. Esse dia era
Quinta-Feira Santa. |