Alexandrina de Balasar

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Margarida Bourgeoys
Religiosa, Fundadora, Santa
1620-1700

Margarida Bourgeoys nasceu na cidade francesa de Troyes, na região da Champanhe, numa sexta-feira Santa, 17 de Abril de 1620. Foi baptizada no mesmo dia, na igreja de São João, vizinha da casa paterna. Era a sexta dos doze filhos de Abraão Bourgeoys e de Guilhermina Garnier e cresceu no seio de uma família profundamente cristã, pertencendo à burguesia da dita cidade.

Aos dezanove anos perdeu a mãe. No ano seguinte, aquando de uma procissão em honra de Nossa Senhora do Rosário, sentiu-se atraída de maneira particular ao ver a imagem da Virgem. Esta “visão” transforma-a e faz nascer nela o desejo de se retirar do mundo para se consagrar ao serviço de Deus. E daí em diante, ela vai procurar perscrutar qual poderá ser verdadeiramente a sua vocação, para nela deixar que se cumpra a vontade de Deus.

A sua primeira preocupação foi de se inscrever como externa na Congregação “das jovens piedosas e caridosas destinadas ao ensino das crianças dos bairros pobres da cidade de Troyes”. Foi ali que ela teve conhecimento, em 1642, da fundação de Vila Maria, próxima da cidade de Montréal, no Canadá (então província francesa). Animada pelo zelo às coisas de Deus, apercebeu-se que esta era uma ocasião de pôr em prática o que lhe ditava o seu generoso coração: consagrar-se inteiramente ao ensino das crianças mais pobres e por isso mais necessitadas. Este decisão precisou-se ainda mais claramente quando em 1652 se encontrou com “Monsieur” de Maisonneuve, fundador e governador daquele posto avançado da Nova França e que justamente procurava uma leiga a quem pudesse confiar a instrução das crianças, francesas e indianas, daquela longínqua região francesa.

Como para confirmar a vocação, a Virgem Maria apareceu a Margarida e disse-lhe, maternamente: “Vai, Eu nunca te abandonarei!”

Assim tranquilizada, Marguerida deixou Troyes em Fevereiro de 1653, na mais completa miséria. Chegou a Montreal em 16 de Novembro seguinte. Prontamente, começou a trabalhar e se tornou a alma da colónia que a pouco e pouco retomou vida. É considerada, com razão, como co-fundadora de Montreal, tal como Jeanne Mance, enfermeira, e Maisonneuve o “mestre de obra”.

Para estimular a piedade dos colonos, ela mandou levantar uma Cruz em Mont-Royal posta abaixo pelos índios inimigos. Mas nem isto foi motivo para diminuir a sua coragem e logo se lançou na construção de um capela dedicada a Nossa Senhora do Bom Socorro. Convencida da importância das famílias na construção do novo país, ele apercebeu-se do papel fundamental das mulheres e faz todos os esforços para atrair e formar.

Em 1658, num estábulo cedido pelo Governador, ela abriu a primeira escola em Montreal. Em seguida, fundou uma Congregação externa inspirada na de Troyes, mas adaptada às novas exigências, para satisfazer as necessidades das mulheres e meninas cuja ignorância religiosa e secular poderia comprometer a boa educação dos filhos e o futuro da colónia. De 1659, ela hospeda meninas recrutadas pelos sacerdotes das paróquias de França ou dotadas pelo Rei para se virem casar em Montreal, comportando-se em relação a elas como uma verdadeira mãe. Assim nasceu um sistema escolar e se teceu uma rede de obras sociais que, pouco a pouco, se estenderam por todo o país, que valerá a Margarida o título de “Mãe da Colónia” e de co-fundadora da Igreja do Canadá.

Três vezes ela veio a França para pedir ajuda ajuda. Desde 1658 o grupo das professoras que acompanharam na sua vida de oração, de pobreza heróica e de incansável dedicação ao serviço do próximo, reveste-se das aparências de um autêntico Instituto religioso. Ele inspira-se da “vida viajante” de Maria e quer-se, por conseguinte não monástica, novidade que originou críticas, não só à Congregação, mas também à sua fundadora. Mas a Congregação de Nossa Senhora progrediu e acabou mesmo por receber o alvará de Luís XIV em 1671, e em seguida a aprovação canónica por carta pastoral do Bispo de Québec em 1676 e finalmente, a aprovação das suas constituições religiosas em 1698.

A etapa da fundação tendo sido ultrapassada, a irmã Bourgoys podia agora partir para a Casa do Pai.

Ela morreu em 12 de Janeiro de 1700 em odor de santidade em Montreal, depois de ter oferecido sua vida para a cura de uma irmã mais nova.

Margarida Bourgeoys foi beatificada por Pio XII em 12 de Novembro de 1950.

No dia 31 de Outubro de 1982, o Papa João Paulo II canonizou-a, oferecendo assim à nação canadiana a “sua” primeira Santa.

Afonso Rocha

 

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