Madalena Sofia
nasceu prematura em Ivigny, na Borgonha, França, devido a um incêndio assustador
que arrasou a
casa vizinha àquela em que moravam seus pais, na madrugada de 13
de dezembro de 1779. Se um incêndio marcou seu nascimento, o fogo da fé,
presente em sua alma, contagiou muitas outras durante toda a sua existência, que
abrangeu o período da sangrenta e anti-cristã Revolução Francesa.
Com o imprevisto
do nascimento prematuro, sua mãe quase perdeu a vida, e Madalena, devido ao
risco de morte que corria, foi baptizada no mesmo dia, tendo como padrinho o
irmão Luís, de doze anos, profundamente ligado aos ensinamentos cristãos.
Madalena Sofia cresceu fraca fisicamente, mas com uma força interior marcante
desde a infância.
Desde pequena
aprendia as orações com facilidade e era sempre a primeira nas aulas de
catecismo. Seu irmão e padrinho, estudante de teologia, foi promovido a
subdiácono e nomeado professor do ginásio de Ivigny, levando consigo sua irmã e
afilhada, para melhor prepará-la para a vida. Percebendo que Madalena aprendia
com rapidez as matérias próprias do ginásio, Luís passou a lhe ensinar também
latim, grego, italiano e espanhol.
Porém chegou a
Revolução Francesa. Igrejas e conventos eram fechados. Os cárceres ficaram
lotados de sacerdotes e religiosos, incluindo Luís. Quando foi libertado, em
1795, ele se ordenou sacerdote e foi para Paris, acompanhado da irmã.
Trabalhando na
reconstrução da Igreja aniquilada pela revolução, Madalena confiou sua
orientação religiosa ao sábio e famoso padre Varin. Percebendo as necessidades
da época e seguindo sua forte inspiração, Madalena fundou, com a ajuda do padre,
a Congregação do Sagrado Coração de Jesus, para o ensino gratuito de meninas
pobres, em 1800. Junto com outras companheiras religiosas, vestiu o hábito da
ordem e, embora fosse a mais jovem da nova congregação, foi nomeada superiora.
A ordem passou a
ter cada vez mais seguidoras e enfrentou muitas dificuldades até obter a
aprovação canónica. Para manter as escolas gratuitas, Madalena as criava aos
pares: uma para as meninas pobres e outra para as de classe rica, que custeava a
primeira. Assim espalhou o carisma da congregação, com suas missionárias sendo
enviadas pelo mundo.
Durante sessenta
e três anos ela fundou cento e vinte e duas escolas, em dezasseis países. Até
que pressentiu, três dias antes, sua própria morte. Pediu, então, exoneração do
cargo para esperá-la, despediu-se das religiosas e nomeou sua substituta. Morreu
no dia 25 de maio de 1865, em Paris.
Imediatamente,
vários milagres aconteceram e muitas conversões se sucederam, conforme os dos
registros que regeram sua canonização, proclamada em 1925. Santa Madalena Sofia
Barat é festejada no dia de seu trânsito nos cinco continentes, onde a
congregação atua em quarenta e quatro países, no Brasil inclusive.
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