O
Mundo Consagrado
aos Corações de Jesus e de Maria
Os
dois artigos do P.e Fernando Leite que se seguem foram ambos
publicados na Voz de Fátima e em data
próxima da Beatificação da Alexandrina. Como se verá, o segundo em
grande parte repete o primeiro, mas acrescenta alguma coisa no
final. A republicação fazia sentido, pois a Beatificação já estava
mesmo a chegar.
A
importância deles está no facto de Fátima reconhecer a importância
da Beata Alexandrina relativamente à Consagração do mundo de 1942 e
em isto ser afirmado por quem é, uma pessoa próxima do P.e Pinho e
conhecedor da mensagem de Fátima. O P.e Fernando Leite dirigia então
a Cruzada, que o P.e Pinho fundara.
As
instâncias do Senhor para que o mundo inteiro fosse consagrado,
tanto ao seu Coração, como ao Imaculado
Coração
de Maria, partiram de Portugal. Quanto à Consagração ao Coração de
Jesus a intermediária dos pedidos do Céu foi a Irmã Maria do Divino
Coração (1863-1899), religiosa alemã, actualmente beatificada, na
altura Superiora do recolhimento do Bom Pastor, em Paranhos, Porto.
Por três aparições ou visões, em 1897 e 1898, recebeu ordem do Céu
para escrever ao Papa Leão XIII, pedindo-lhe que se dignasse aceder
ao convite que lhe era dirigido. Depois de diligente investigação, a
25 de Maio de 1899, publicou o Papa a Encíclica «Annum Sacrum»,
mandando celebrar um Tríduo de orações na principal igreja de cada
localidade, nos dias 9, 10 e 11 de Junho, para que, nesta última
data, todos os católicos, em união com ele, se consagrassem ao
Coração Divino do Senhor. Como o próprio Papa declarou: "Vou
praticar o acto mais glorioso do meu pontificado».
E
assim o fez, como preparação para o Ano Santo com que se ia
inaugurar o século XX. A intermediária para a Consagração do mundo
ao Imaculado Coração de Maria, não foi propriamente a Irmã Lúcia,
como por vezes se afirma, mas a Alexandrina Maria da Costa, que
esperamos este ano ver elevada aos altares, com o título de Beata.
O
salesiano italiano Padre Humberto Pasquale, segundo director
espiritual da Serva de Deus, e que também frequentes contactos teve
com a Irmã Lúcia, escreve a este propósito: "Por amor da verdade,
deve rectificar-se o que anda errado no julgamento de muitas
pessoas, que atribuem à Irmã Lúcia o pedido do Céu para esta
consagração. Tendo eu visitado a Vidente de Fátima no seu Carmelo de
Coimbra, no dia 4 de Agosto de 1978, dirigi-lhe propositadamente a
seguinte pergunta: Gostava que me dissesse, se o puder fazer, se
alguma vez Nossa Senhora lhe pediu a Consagração do mundo ao seu
Imaculado Coração. E logo a Irmã Lúcia: "Nossa Senhora nunca me
pediu essa Consagração. Só me pediu a consagração da Rússia".
A
mesma resposta a deu ao monfortino holandês Padre Huberto Iongen,
nas suas entrevistas de 3 e 4 de Fevereiro de 1946.
Tendo-lhe este feito a pergunta: "Não falou (Nossa Senhora) na
Consagração do mundo? — Não". Foi a resposta textual que recebeu.
Por isso o especialista de Fátima, o claretiano espanhol,
encarregado do estudo científico da mensagem, Padre Joaquim Maria
Alonso, dá este testemunho:
"Em
Fátima, propriamente, não foi pedida pela Virgem mais do que a
Consagração da Rússia, como meio eficaz da sua conversão e da paz do
mundo". Nos anos de 1935 e, 1936, a "doentinha de Balasar»
sacrificou-se e imolou-se para que fosse concedida ao mundo a graça
da consagração. Tais pedidos foram transmitidos à Santa Sé por meio
do Padre Mariano Pinho, sacerdote eminente da Companhia de Jesus.
O facto
é confirmado oficialmente pela Congregação para a Causa dos Santos
no perfil biográfico da Venerável Alexandrina. Tal documento
proclama: "No ano de 1936, por ordem de Jesus, Alexandrina Maria da
Costa pediu ao Santo Padre, por meio do Padre Mariano Pinho a
Consagração do Mundo ao Coração Imaculado de Maria. Este pedido foi
renovado mais vezes no ano de 1941, pelo que a Santa Sé interrogou
três vezes o Arcebispo de Braga acerca da Alexandrina: e no fim a
consagração foi feita por Pio XII em Roma, no dia 31 de Outubro de
1942".
Poucos
dias depois da sua eleição para o Sumo Pontificado, isto é, a 20 de
Março de 1939, diz-lhe o Senhor a respeito do novo Vigário de
Cristo: "Será este o Papa que fará a consagração".
Nos
fins do mês de Maio de 1942 o Senha fala-lhe em tom de festa:
"Glória, glória, a Jesus! Honra e glória a Maria! O coração do Papa,
o coração de ouro (Pio XII) está resolvido a consagrar o
mundo ao Coração de Maria! Que dita, que alegria para o mundo ser
consagrado, pertencer mais que nunca à Mãe de Jesus! Todo o mundo
pertence ao Coração Divino de Jesus; todo vai pertencer ao Coração
Imaculado de Maria» (22.05.1942).
Passados cinco meses, a 31 de Outubro de 1942, Pio XII, falando para
Portugal, na nossa língua, pronunciou estas palavras: "A Vós, ao
Vosso Coração Imaculado, nós como Pai comum da grande família
Cristã, como Vigário de Cristo; Aquele a quem foi dado todo o poder
no Céu e na terra, e de quem recebemos a solicitude de quantas almas
remidas com o seu sangue povoam o mundo universo; a Vós, ao vosso
Coração Imaculado ... confiamos, entregamos, consagramos, não só a
Santa Igreja ... mas também todo o mundo ... ".
Esta
Consagração, ainda que não explicitamente pedida em Fátima, está
plenamente dentro do seu espírito. Também nela teve alguma
influência a Irmã Lúcia, como esperamos esclarecer noutra altura.
Voz
de Fátima, 13.04,2002.
Consagração do Mundo ao Coração de Maria
As instâncias do Senhor
para que o mundo inteiro fosse consagrado, tanto ao seu Coração,
como ao Imaculado Coração de Maria, partiram de Portugal.
Quanto à Consagração ao
Coração de Jesus a intermediária dos pedidos do Céu foi a Irmã Maria
do Divino Coração
(1863-1899),
religiosa alemã, actualmente beatificada, na altura Superiora do
recolhimento do Bom Pastor, em Paranhos, Porto.
O
salesiano italiano Padre Humberto Pasquale, segundo director
espiritual da Serva de Deus Alexandrina Maria da Costa
e que também frequentes
contactos teve com a Irmã Lúcia, escreve a este propósito: "Por amor
da verdade, deve rectificar-se o que anda errado no julgamento de
muitas pessoas, que atribuem à Irmã Lúcia o pedido do Céu para esta
consagração. Tendo eu visitado a Vidente de Fátima no seu Carmelo de
Coimbra, no dia 4 de Agosto de 1978, dirigi-lhe propositadamente a
seguinte pergunta:
— Gostava que me dissesse,
se o puder fazer, se alguma vez Nossa Senhora lhe pediu a
Consagração do mundo ao seu Imaculado Coração.
E logo a Irmã
Lúcia: — Nossa Senhora nunca me pediu essa Consagração. Só me pediu
a consagração da Rússia".
A mesma resposta a deu ao
monfortino holandês Padre Huberto Iongen,
nas suas entrevistas de 3 e 4 de Fevereiro de 1946.
Tendo-lhe este feito a
pergunta: — Não falou (Nossa Senhora) na Consagração do
mundo?
— Não". Foi a resposta
textual que recebeu.
Por isso
o especialista de Fátima, o claretiano espanhol, encarregado do
estudo científico da mensagem, Padre Joaquim Maria Alonso, dá este
testemunho:
"Em Fátima, propriamente,
não foi pedida pela Virgem mais do que a Consagração da Rússia, como
meio eficaz da sua conversão e da paz do mundo".
A consagração do mundo
inteiro está intimamente relacionada com a Venerável Alexandrina
Maria da Costa.
Durante um êxtase de 20 de
Março de 1939, Jesus diz-lhe claramente:
"Será
este o Papa que fará a Consagração".
"Glória, glória, a Jesus!
Honra e glória a Maria! a
coração do Papa, o coração
de ouro (Pio XII) está resolvido a consagrar o mundo ao
Coração de Maria! Que dita, que alegria para o mundo ser consagrado,
pertencer mais que nunca à Mãe de Jesus! Todo o mundo pertence ao
Coração Divino de Jesus; todo vai pertencer ao Coração Imaculado de
Maria» (22-05-1942).
Certamente a Alexandrina
previu e visão estes gloriosos acontecimentos, porque na semana
seguinte, no habitual êxtase de sexta-feira, expande-se:
"Ave,
Maria, Mãe de Jesus! Honra, glória
e triunfo para o seu imaculado Coração! Ave, Maria, Mãe de Jesus,
Mãe e todo o universo! Quem não quererá pertencer à Mãe de Jesus, à
se hora da Vitória?
a
mundo vai ser consagrado todo
ao seu Imaculado Coração! Guarda, Virgem pura, guarda, Virgem
Mãe, em teu coração
Santíssimo todos os lhos teus" (29 de Maio de 1942).
Na
véspera do solene acontecimento, feito pelo Papa Pio XII a 31 de
Outubro de 1942, Jesus fala novamente
à
sua mensageira, com expressão de júbilo:
"O
Céu, o Céu cheio de glória!
O
Céu cheio de triunfo!».
Na
sexta-feira seguinte
à
Consagração, Jesus profetiza as vitórias desta glória mariana:
«Triunfo! Triunfo! Glória a Jesus e a Maria! Paz
à
humanidade! Jesus alegra-se, Jesus consola-se. A Rainha do Céu, a
Rainha do mundo triunfa nele... A Mãe de Jesus e as vítimas trazem a
paz à
humanidade».
O
Salvador avisa:
«Ai do
mundo se não se
converte! Ai dele se não ama a Jesus! Ai dele
se não deixa seus vícios! Ai dele
se
não deixa seus crimes que tanto têm rasgado o Coração Divino de
Jesus» (6 de Novembro de 1942).
Já a 2
de Dezembro de 1939 o Senhor tinha-lhe dirigido esta confidência:
"O
Coração da minha Mãe Bendita está tão ferido
com as blasfémias que contra Ela
se proferem. Tudo o que fere o seu Santíssimo
Coração vem ferir o Meu. Estão tão unidos os nossos Divinos
Corações! É
por isso que a Consagração do mundo lhe há-de dar
muita honra e glória. Coragem, minha filha, que dentro em pouco tudo
será realizado e depois verás no Céu a glória que lhe foi dada!”
Jesus
promete-lhe, a 18 de Março de 1955:
"No Céu
hás-de enriquecer a humanidade».
E no
mês anterior à
sua morte, 13 de
a o
de 1955:
“Como
por meio de ti foi consagrado o mundo
à
minha Mãe Bendita, faz que
se
espalhe em todo o mundo o amor dos nossos Corações”.
Voz de Fátima,
13.2.2004. |