Nascido
em 1606, o Beato Julião Maunoir fez os estudos em Rennes, França, e
depois entrou na Companhia de Jesus em
Paris,
em 1625. Em Quimper, o venerável Miguel Le Nobletz impeliu-o a
continuar o apostolado na Baixa Bretanha, onde a assistência
religiosa estava nessa época muito descuidada. Em três dias, segundo
se diz, por intercessão da Virgem Maria, aprendeu o Padre Maunoir a
língua bretã e consagrou-se imediatamente ao ensino do catecismo na
região.
De 1634 a 1638 terminou os estudos teológicos em Bourges e, quando
se propunha ir para as missões do Canadá, foi atacado por doença
grave. Nesse momento, fez o voto de se consagrar às missões da
Bretanha, se recuperasse a saúde. Restabelecido, começou vasta obra
de restauração religiosa da gente dessa região. Durante 42 anos,
perseverou nesse trabalho, pregando, catequizando e dando retiros;
estes, em Quimper, reuniam uns mil padres por ano. Pelos muitos que
encaminhou para a vida sacerdotal na idade madura, segundo foi
escrito, o Beato merecia ser tomado como padroeiro das vocações
tardias. Julião Maunoir faleceu a 28 de Janeiro de 1683 e foi
beatificado por Pio XII, a 20 de Maio de 1951.
Reproduzimos parte do elogio que o mesmo Sumo Pontífice fez, a
seguir, do novo Beato, diante dos peregrinos franceses que tinham
vindo assistir à cerimónia na Basílica de S. Pedro:
«Em
consequência de que transformação chegou a Bretanha a merecer que a
apontassem ao mundo como exemplo de vida ardorosa, moral e
profundamente cristã? Ela própria atribui a honra disso ― depois de
Deus, da Virgem Maria e dos Santos padroeiros ― aos seus
missionários, na primeira linha dos quais ela venera o beato Julião
Maunoir.
Mas que
fez ele e qual foi o seu segredo? Foi nada mais que apóstolo, mas
foi-o em toda a extensão e toda a força do termo: apóstolo de
Cristo, formado na sua escola, dócil aos seus princípios e às suas
lições, penetrado pelo seu puro espírito... Acção intensa, adaptação
às disposições e aos métodos do tempo. Bem nos parece que foram
esses, entre outros, os traços da fisionomia e da actividade do
Beato Julião Maunoir...
No
capítulo da acção intensa, Maunoir pode fácil e vitoriosamente ser
comparado com seja quem for: trabalhos, fadigas, incómodos e
sofrimentos, sem nunca descansar nem se poupar na sucessão
ininterrupta das Missões, e que Missões! No continente e nas ilhas,
pregações, procissões, catecismo, confissões, visita dos doentes e
tudo mais. Quem lê a sua vida pergunta-se como um só homem pôde
bastar para tantos trabalhos, como pôde a sua natureza aguentar tal
cansaço... Homem de acção mais que ninguém, punha acima da acção o
estudo, e acima do estudo a oração... Tinha, dizia ele próprio,
recebido de Deus um dom de oração que o mantinha em contínua união
com Ele...
Foi
para se colocar ao alcance de todos que ele aprendeu a difícil
língua que falavam. Ensinava, por meio de grandes quadros figurados,
a doutrina e a moral. E punha-as em estribilhos e estrofes, que tão
bem se imprimiam na memória, que ainda hoje o povo os canta...
FONTE : http://www.portalcatolico.org.br/ |