A
biografia de são John Roberts, para nós João Roberts, nos mostra um
inglês profundamente católico que, fora de sua pátria, conseguia
pregar e professar sua fé e sua religião. Mas bastava pôr os pés em
sua terra natal, era preso.
Várias vezes retornou à liberdade só por
intervenção de estrangeiros importantes. Acabou se tornando o
primeiro monge a ser executado na Inglaterra, logo após a coroação
do rei Henrique VIII.
João
Roberts nasceu no condado de Merioneth, em 1576. Seus pais eram os
nobres João e Ana Roberts, protestantes cujos antepassados foram
príncipes de Gales. Estudou na famosa Faculdade de São João, em
Oxford, mas saiu sem graduação. Depois, for-mou-se em direito, aos
vinte e um anos, em Londres.
Em
1598, estava estudando na faculdade inglesa de Valladoid, na
Espanha. Já muito interessado no cristianismo, foi estudar na abadia
dos beneditinos daquela cidade no ano seguinte. A conversão total
aconteceu durante uma viagem a Paris, quando entrou para a Igreja de
Roma pelas mãos de um cónego de Notre-Dame. Em 1600, finalmente,
in-gressou como noviço no Mosteiro beneditino de São Martinho de
Compostela, Espanha.
Na
época, Roma determinou que uma missão bene-ditina fosse enviada à
Inglaterra. João Roberts, que acabara seus estudos em Salamanca,
passou a integrar as fileiras da missão. Bastou desembarcar na
Inglaterra, foi imediatamente preso, sendo liber-tado quando o rei
Jaime assumiu o poder, em 1603.
Londres, no verão daquele ano, foi abalada pela epidemia da peste.
João, então, trabalhou, incansavelmente, atendendo aos doentes.
Tanto destaque teve durante esse período que foi preso novamente
durante um ano, até 1606, em Gatehouse. Conseguiu a liberdade por
intervenção de uma senhora espanhola, Luísa de Carvajal, muito
influente na Corte inglesa, apesar de católica, por causa dos
negócios existentes entre os dois países na época.
Assim,
João se exilou na Espanha. Depois, organizou o Mosteiro de São
Gregório em Douai, na França, do qual foi o primeiro prior. Em
outubro de 1607, João Roberts voltou à Inglaterra e foi preso
novamente. Mais uma vez, escapou, mas foi recapturado e, dessa vez,
só conseguiu a liberdade por intervenção do embaixador da França.
Saiu do país, mas, quando voltou, foi preso outras duas vezes,
sendo, finalmente, em 1610, conduzido à presença do bispo
protestante Abbot e condenado à morte na fogueira.
Foi
queimado no dia 10 de dezembro do mesmo ano, na praça pública de
Londres. Na sua fala, pouco antes de morrer, lamentou o monstro da
heresia, o rei dos ingleses, e rezou por todos. Alguns séculos
depois, foi beatificado, em 1929. O papa Paulo VI canonizou são João
Roberts em 1970. A sua homenagem litúrgica ocorre no dia de sua
morte.
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