João Batista
Scalabrini, nasceu perto de Como, Itália, em 8 de julho de 1839. A sua família
era humilde, honesta e
cristã. Ele desejou tornar-se padre e entrou no seminário
diocesano, no qual se distinguiu pela
inteligência e perseverança. Foi ordenado
sacerdote em 1863. Iniciou o apostolado como professor do seminário e
colaborador em paróquias da região. Possuía alma de missionário, mas não
conseguiu realizar sua vontade de ser um deles na Índia.
Scalabrini foi designado pároco da paróquia urbana de São Bartolomeu em 1871.
Seu ministério foi marcante e priorizou a catequese da infância e da juventude.
Atento aos inúmeros problemas sociais do seu tempo, escreveu vários livros e
publicou até um catecismo.
Ao ser nomeado bispo de Piacenza, ficou surpreso. Tinha trinta e seis anos e lá
permaneceu quase trinta como pastor sábio, prudente e zeloso. Reorganizou os
seminários, cuidando da reforma dos estudos eclesiásticos. Foi incansável na
pregação, administração dos sacramentos e na formação do povo.
Scalabrini, como excelente observador da realidade de sua época, fundou um
instituto para surdos-mudos e uma organização assistencial para mulheres
abandonadas das zonas rurais, pertencentes à sua diocese. Mas o trabalho que
mais o instigou e para o qual não media esforços foi o que desenvolveu com os
migrantes. Entre os anos de 1850 e 1900, foram milhões de europeus que deixaram
seus lares e pátria em busca da sobrevivência. Para eles o bispo Scalabrini
criou a Casa dos Migrantes.
Um dia, ele estava na estação ferroviária e viu centenas de migrantes esperando,
com suas trouxas, o trem que os levaria ao porto de embarque. A situação de
pobreza e abandono desses irmãos infelizes marcaram para sempre seu coração. Em
seguida, Scalabrini recebeu uma carta de um emigrante da América do Sul,
suplicando que um padre fosse para aquele continente, porque, como dizia, "aqui
se vive e se morre como os animais".
A partir daquele momento, Scalabrini foi o apóstolo dos italianos que
abandonaram a própria pátria. Em 1887, fundou a Congregação dos Missionários de
São Carlos Borromeu, conhecidos atualmente como padres scalabrinianos, para a
assistência religiosa, moral e social aos emigrantes em todo o mundo, e criou a
Sociedade São Rafael, um movimento leigo a serviço dos migrantes.
Ele próprio planejou e realizou viagens para visitar os missionários na América
Latina, pois queria que estivessem estimulados e encorajados a dar a assistência
religiosa e social aos emigrantes. Percebendo que sua obra não estava completa,
em 1895 fundou a Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeu, hoje das
irmãs scalabrinianas, e concedeu reconhecimento diocesano às Irmãs Apóstolas do
Sagrado Coração, enviando-as para o trabalho com os emigrantes italianos do
Brasil em 1900. Apesar de todo esse trabalho, jamais descuidou de sua diocese.
Scalabrini dizia que sua inspiração tinha origem na ilimitada fé em Jesus Cristo
presente na eucaristia e na oferta dele na cruz. Morreu no dia 1o de junho de
1905, na cidade de Piacenza, Itália, deixando esta mensagem aos seus filhos e
filhas: "Levai onde quer que esteja um migrante o conforto da fé e o sorriso de
sua pátria. Devemos sair do templo, se quisermos exercer uma ação salutar dentro
do templo". O papa João Paulo II beatificou-o com o título de "Pai dos
Migrantes" em 1997. |