A vida
de Santa Inês de Assis, irmã de Santa Clara nos é quase
desconhecida... Ela, no entanto, teve um papel relevante na história
clariana, aderiu de coração e alma ao carisma de pobreza e
sororidade, sendo a
primeira
vocacionada à vida da Ordem das Clarissas, depois da fundadora,
Clara de Assis. Pode, com certeza, ser considerada como cofundadora,
por sua dedicada colaboração. Foi quem mais partilhou com Clara o
ideal evangélico; é um protótipo autêntico e acabado da Irmã Pobre,
um modelo e um exemplo de vida para a clarissa hoje. A Igreja
venera-a como santa e sua festa é celebrada no dia 19 de novembro.
Talvez algumas notícias históricas, fruto de sérias pesquisas, nos
ajudem a conhecê-la melhor. Nasceu em Assis em 1196-1197. Segunda
filha de Favarone de Ofreduccio e da Bem-aventurada Ortolana, ambos
da nobreza da Úmbria, teve mais uma irmã, chamada Beatriz, também
clarissa beatificada, que morreu a 25 de janeiro de 1260 e que teria
nascido por volta de 1199. Seu nome de batismo era Catarina
(Catherina), como resultado da influência de uma viagem de Ortolana
à Terra Santa, passando pelo famoso mosteiro de Santa Catarina de
Alexandria, no Monte Sinai, cujos ossos guardados na igreja atraíam
peregrinos que desembarcavam no porto egípcio de Damieta e
prosseguiam viagem, passando pelo Sinai e posteriormente por Gaza,
rumo à terra de Jesus Cristo. Esta mesma devoção inspirou também o
nome de muitos mosteiros do início da Ordem de Santa Clara, e era,
além disso, um nome muito comum entre as mulheres da época medieval.
A infância e adolescência de Catarina foram vividas no palácio da
família na praça da catedral de São Rufino, em Assis, com breves
estadias de veraneio no castelo de Coresano, no caminho de Gúbio,
que pertencia aos cavaleiros nobres de Ofreduccio. Residiu com a
família em Perusa como refugiados, num certo período de anos,
durante a guerra que se desenrolava em Assis entre o povo em revolta
contra o domínio do Imperador e contra os Feudatários. Juntamente
com Clara e Beatriz, foi educada santamente pela mãe Ortolana,
partilhando dos sentimentos de Clara e desejando, como ela
consagrar-se somente a Deus. Clara mesma rezou por sua irmã,
suplicando para ela o dom da mesma vocação. Sua personalidade foi se
delineando entre as aspirações ao poder e prestígio da nobre
família, que se enfileira na guerra a favor dos perusinos contra a
cidade natal, e os exemplos de devoção e de virtudes que vê em sua
mãezinha e em sua irmã mais velha, Clara. “Com ela vive em concórdia
e afinidade de alma” e há entre elas um maravilhoso afeto mútuo que
tornará dolorosa a separação, quando Clara deixa a família para
seguir o ideal evangélico de Francisco no caminha da altíssima
pobreza.
Das
Fontes clariana e franciscanas conhecemos como Clara, entre as
primícias que oferecia a Deus, com todo os sentimentos do coração,
pedia com maior intensidade que aquela concórdia e afinidade de alma
que tivera no mundo com a irmã se tornasse agora união de vontade
entre elas no serviço de Deus. Reza com insistência ao Pai das
misericórdias, e sua oração é atendida. Eis que uma luz inunda o
coração de Inês, mostrando-lhe a belíssima realidade de um amor
divino livre e soberano que domina em sua jovem vida e torna-se
tudo.
Santa
Inês de Assis foi a segunda depois de Clara na Ordem das Clarissas,
iniciando sua vida consagrada a Deus com apenas catorze anos. Sua
fuga de casa ocorreu dezesseis dias depois de Clara ter abandonado a
família, e foi encontrá-la na igreja de Santo Ângelo de Panço, nas
encostas do Monte Subásio, perto de Assis, onde vivia um pequeno
grupo de mulheres numa vida de penitência evangélica, mas sem seguir
nenhuma regra. Eram provavelmente chamadas Beguinas. Neste mesmo
lugar, os parentes tentaram fazê-la retornar, mas ela resistiu
firmemente, com a ajuda da oração de Clara. Este local, na verdade,
não tinha a segurança do direito de asilo. Se tiivesse, como o
mosteiro de São Paulo das Abadessas, na confluência dos rios Tescio
e Chiascio, mais distante de Assis, Abadia de monjas beneditinas, em
que Clara estivera anteriormente, e de onde seus parentes desistiram
de tirá-la depois que tocou as toalhas do altar, apelando para o
direito de asilo, que poderia resultar em excomunhão para quem o
violasse, Inês estaria protegida. As duas irmãs seguiam os passos de
Cristo na Igreja de Santo Angelo quando se desencadeia o ataque dos
parentes que, com violência tentam levar Catarina, enquanto Clara,
pondo-se a rezar com lágrimas, implora que seja dada à irmã firmeza
de propósito. Repentinamente os cavaleiros, com todos os seus
esforços, não conseguem mais levantá-la do solo. O tio Monaldo
mesmo, que oprimido pela raiva queria atingi-la com um golpe mortal,
tomado de uma dor atroz na mão erguida para golpeá-la, foi
constrangido a desistir de uma tal luta e a afastar-se com seus
soldados, com amargura pelo insucesso. A Legenda de Santa Clara
narra com vivacidade este fato, exaltando a sua convicção firme e a
confiança na oração de sua irmã. Depois desta luta, São Francisco
cortou pessoalmente os seus cabelos e mudou seu nome Catarina para
Inês, recordando a firmeza de opção que lembrava a virgem e mártir
romana, Santa Inês, depois que ela, pelo “inocente Cordeiro Jesus
Cristo, imolado por nossa salvação, fortemente resistiu e virilmente
combateu”. São Francisco mesmo a orientou no caminho do Senhor.
Conduziu-as, então, na companhia de Frei Bernardo e Frei Felipe,
para o pequeno e pobre mosteiro que reconstruíra alguns anos antes,
São Damião, onde logo chegaram outras companheiras, das quais um
número significativo seria de bem-aventuradas, tornando São Damião
um lugar perfumado de santidade. Aqui, Inês aprende de Clara a
afastar da mente todo rumor, para poder aderir unicamente às
profundidades do mistério de Deus. Não teme abraçar as penas, as
fadigas, as privações da pobreza e acolhe tudo com alegria, na
entrega ao Esposo. Seguindo o mesmo caminho da irmã, ama contemplar
Cristo Pobre e Crucificado. Recebeu graças grandiosas na
contemplação e, numa certa ocasião, Santa Clara a teria visto ser
coroada três vezes por um anjo, enquanto permanecia suspensa no ar.
Confessando a sua irmã o que se passara, narrou que pensava
devotamente na bondade e paciência de Deus, como e quando todos os
dias se deixa ofender pelos pecadores. Meditava, condoendo-se e
compadecendo-se. Refletia sobre o inefável amor que Jesus tem pelos
pecadores e como, por sua salvação, sofreu a Paixão e a Morte. Além
disso, meditava sobre as almas do purgatório, que não podem por si
mesmas alcançar alívio.
A
Crônica dos primeiros vinte e quatro Gerais da Ordem dos Frades
Menores conservou uma pequena narrativa biográfica de Santa Inês,
descrevendo sua fidelidade e assiduidade à oração. Pela tradição
temos presente que possuía uma terna e afetuosa devoção ao Menino
Jesus e ao Crucificado. A tradição narra que ficou marcada com um
sinal no rosto, devido a um beijo do Menino Jesus. Fazia penitências
ásperas, mortificações penosas e jejuns rigorosos. Era de um
temperamento dócil, delicado, tranqüilo. Caridosa e terna, era cheia
de solicitude pelas irmãs que sofriam. Era prudente e madura,
testemunho de constância e fidelidade ao compromisso assumido no
albor de sua juventude, no desabrochar de seus verdes anos
oferecidos ao Senhor. Em 1221, dez anos depois dos inícios de São
Damião, Inês foi enviada a Florença, juntamente com Irmã Giácoma,
que também havia ingressado em São Damião. Não se conhece com
precisão a data de sua chegada a Monticeli e diversas são as
afirmações. Sabemos com certeza que ainda estava em São Damião em
1220, pela exata datação de uma carta do Cardeal Hugolino que,
escrevendo a Clara, saúda a irmã, que evidentemente estava ali
presente. Irmã Chiara Lúcia Garzônio, clarissa do mosteiro de Santa
Inês de Florença, grande estudiosa , é propensa a datar a partida de
Inês em torno de 1221, como resulta da Crônica do mesmo mosteiro de
Monticeli, redigida em 1649, mas que se baseava em documentos
precedentes, posteriormente perdidos, e onde se diz que passando por
Florença “Francisco mesmo prometeu enviar Inês de Assis às irmãs
florentinas”. Também a Crônica dos XXIV Gerais refere o fato de que
Inês “foi mandada pelo bem-aventurado Francisco como abadessa em
Florença, onde... com o exemplo da santidade de sua vida e com a sua
palavra doce e persuasiva, plena de amor de Deus, fervente no
desprezo do mundo, plantou naquele mosteiro, como desejava Santa
Clara, a observância da pobreza evangélica”. A confirmação mais
segura desta data nos vem dos documentos da fundação do mosteiro de
Santa Maria de Santo Apolinário, em Milão, que ocorreu em 1222, para
a qual é enviada Irmã Giácoma, explicitamente chamada “companheira
de Inês, irmã de Clara”. Esta separação de Clara e das irmãs foi
para ela na verdade uma prova muito dura. Assim o expressa numa
carta escrita logo depois da chegada a Florença. É a única que se
conserva, infelizmente, pois se presume que a correspondência tenha
continuado posteriormente. Nesta carta, expõe toda a dor pela qual
passa, por estar separada das irmãs que tanto ama e com quem pensou
que viveria por toda a sua vida. Entretanto, fala também da alegria
que experimentou pelo acolhimento carinhoso das novas irmãs e de
como se surpreendeu pelo espírito de obediência e docilidade que
demonstram para consigo. Acena brevemente ao fato do Papa ter
acedido aos seus pedidos e pede que as irmãs roguem ao Frei Elias
que as visite com freqüência para consolá-las no Senhor. Inês e
Giácoma chegaram poucos meses antes do Natal de 1221, sendo
recebidas pelos Frades Menores, já presentes numa comunidade nas
proximidades de Florença, na igreja de Santa Maria em São Galo. Este
mosteiro de Monticeli, à margem esquerda do rio Arno, sobre as
colinas de Florença, tinha como abadessa, desde 1219 por bula de
Honório III, uma jovem irmã clarissa de família nobre, chamada
Advegnente de Albizzo de Amadei, e não distava muito da comunidade
de Frades Menores. Advegnente, com algumas companheiras (Boaventura,
Giovanela, Lucia, Cristina), iniciara uma vida pobre no estilo de
São Damião a 25 de março de1218, quando o próprio Francisco de
Assis, passando por Florença, consagrou-as na Igreja de Santa Maria,
na localidade de São Galo e, em seguida, foram acompanhadas a
Monticeli pelo benfeitor dos Frades, Guido de Volto del’Arco e sua
esposa Bernardesca, onde deram início oficial à vida clariana. Em
Monticeli, a igreja e o mosteiro haviam sido construídos com a
aprovação do Cardeal Hugolino e a generosa doação do casal Teresa
(Sassa) e Forese Merguilese Belicuzi, que inclusive mandaram fundir
um sino, onde deixaram gravada a data e o nome do casal, para
perpetuar a memória da doação. A 19 de março de 1217, na presença do
Bispo de Florença, Monsenhor Giovani Veletri e do delegado oficial
do Cardeal Hugolino, Belinguiero Gerolami, foi ratificado o
documento de doação do terreno. Estavam presentes Advegnente e suas
companheiras, que já residiam na igreja de Santa Maria do Santo
Sepulcro, em Florença, à espera das luzes de Deus e da possibilidade
de iniciar a vida pobre e penitente das clarissas, tendo por modelo
o mosteiro de São Damião de Assis. A 27 de março de 1219 a fundação
fora aprovada oficialmente pelo Papa Honório III, que concedeu
também o Privilégio da Pobreza à comunidade nascente. Procuravam
aproximar-se em tudo, o mais possível, do ideal evangélico vivido em
São Damião de Assis, e tinham na pessoa de Clara uma referência
contínua. Através dos Frades Menores eram instruídas e introduzidas
no caminho do seguimento de Jesus Cristo em pobreza e humildade.
Solicitaram então, a conselho do próprio Francisco e dos Frades, a
presença de irmãs do próprio mosteiro de São Damião, que ao menos
temporariamente as orientassem no espírito da Ordem. E foi assim que
Inês e Giácoma foram enviadas por Clara e Francisco a Florença. Logo
ao chegar, em 1221, Inês assumiu os cuidados da comunidade, como
abadessa, sendo uma presença discreta e acolhedora, materna,
sensível, cultivando em sua irmãs o autêntico espírito da vivência
das Irmãs Pobres. Todas lhe prestaram obediência com cortesia e
reverência, sendo-lhe dóceis e dedicadas e disso Inês ficou
sumamente admirada e edificada.
Em
1222, na primavera (entre março e junho), o Cardeal Hugolino visitou
pessoalmente as irmãs e os frades de Florença. Queria que Inês fosse
a Milão para realizar outra fundação, mas como estivesse há tão
pouco tempo na direção e cuidado das Irmãs, a escolha recaiu sobre
Giácoma, que viera com ela de Assis e que tinha bem presente o
espírito das Irmãs Pobres. Giácoma partiu para Milão com Fiora e
mais duas irmãs de Florença, sendo que o mosteiro ficou concluído em
novembro de 1224, junto à igreja de Santa Maria de Santo Apolinário,
perto de um canal de águas, lugar de neblinas constantes. Giácoma
permaneceu oficialmente como abadessa em Milão até 1228, entretanto
seu nome consta no elenco de irmãs até 1236, sendo abadessa nesta
época Irmã Belvésia.
Em
1235, na primavera, após a Páscoa, passou por Florença Irmã
Iluminata de Assis. Chamava-se Grazia, filha de messer Giovani
Renaro de Assis, do mosteiro de São Damião, que havia ingressado
depois da partida de Inês. Dirigia-se a Mântua, para auxiliar numa
nova fundação, juntamente com Irmã Ana, também de Assis. Frei Leão
Perego, ministro provincial da Lombardia, pedira a presença das
damianitas em Mântua, numa comunidade de mulheres reunidas em Tieto,
numa localidade chamada Miliarino, para seguir a Forma de Vida das
Irmãs Pobres. Com a aprovação do Cardeal Hugolino, agora Papa
Gregório IX, Clara decidira, então, enviar também Inês a Mântua, com
algumas irmãs de São Damião e de Florença. Ainda no ano de 1235
chegaram a Mântua Inês, Iluminata, Ana, Andrea e Madalena. O
mosteiro fora adaptado numa antiga construção, com o apoio dos
Frades Menores e do benfeitor Zambonino de Rufino, que doou o
terreno e, posteriormente, a 17 de março de 1242, após a morte da
esposa, renovou sua doação à abadessa do mosteiro já ereto
canonicamente, Irmã Iluminata. Irmã Ana de Assis recebeu mais uma
missão: partiu de Mântua para Veneza, para dar auxílio a uma
comunidade de Clarissas, não se tem certeza se em 1237 ou depois de
1242. E Santa Inês retornou a Florença justamente num período entre
estas datas, pelo que resulta das pesquisas. Neste tempo era
abadessa em Monticeli novamente Advegnente, que morreria nesta
fundação de Florença no ano de 1259, deixando um belíssimo exemplo
de santidade e testemunho de vida evangélica e amor à Ordem. As
fundações de Veneza, Pádua, Milão e várias outras cidades teriam
reclamado a presença de Inês para orientá-las, e houve mesmo quem a
tivesse colocado aí, em narrativas bem posteriores. Mas
historicamente, até onde podemos hoje chegar através de
investigações e pesquisas rigorosamente comprovadas, apenas Florença
e Mântua tiveram esse privilégio de ter a orientação da santa irmã
de Clara.
Em
Monticeli de Florença, Inês conheceu uma jovem chamada Humiliana de
Cerdi, que desejou muito ingressar no mosteiro das Clarissas, mas
por vontade dos parentes teve de se casar aos 15 anos. Nas enormes
dificuldades e sofrimentos, encontrava força nos diálogos com Santa
Inês, que se tornou sua orientadora espiritual. Por conselho de Frei
Miguel, Humiliana ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Levou uma
vida santa, teve duas filhas e ficou viúva com menos de vinte anos.
Morreu em 1246 e foi a primeira Santa de Florença, da Ordem
Franciscana. Somente em 1253, perto da morte de Santa Clara, Inês
retorna a Assis. Ali, continua profundamente unida a Advegnente e à
comunidade de Florença. Numa situação oportuna, solicita do Papa
Inocêncio IV a confirmação do Privilégio da Pobreza para o mosteiro
de Florença. Em data de 26 de maio de 1253, de Assis, endereçada ao
Cardeal Reinaldo, o Papa confia em proteção solícita a ele mesmo e a
seus sucessores o mosteiro de Monticeli, até que a abadessa e as
irmãs mantivessem o propósito de nada possuir além de Deus. Através
da Crônica dos XXIV Gerais, de 1300, sabemos que Inês morreu em São
Damião, a 27 de agosto de 1253, dezesseis dias após a morte de
Clara. Tinha cerca de cinqüenta e seis anos de idade. Da legenda de
Santa Clara sabemos da promessa que Clara, ao morrer, fez a irmã que
lhe estava bem próxima: “Agrada a Deus, irmã caríssima, que eu
parta; mas tu, deixa de chorar, porque logo virás ao Senhor atrás de
mim e, antes que eu me separe de ti, será concedida pelo Senhor uma
grande consolação”. Realmente, poucos dias depois, Inês, chamada às
núpcias do Cordeiro, seguiu a irmã Clara na alegria celeste. Na
ocasião da morte de Inês, a multidão da cidade de Assis acorreu ao
mosteiro, aclamando-a como santa. Ao subirem pela ponte levadiça do
mosteiro, houve um acidente, devido ao excesso de peso, em que
muitas pessoas ficaram feridas na queda. Entretanto, como primeiro
sinal de suas virtudes sobrenaturais e de sua santidade, ao ser
invocada, curou milagrosamente seus ferimentos. Assim, confirmou-se
para a população a certeza de sua santidade, depois ratificada pela
Igreja. Inês foi solenemente canonizada a 15 de abril de 1752, pelo
Papa Benedito XIV. Foi sepultada inicialmente na cripta ao lado da
capela, no mosteiro de São Damião. Em 1260 seu corpo foi inumado e
transportado para junto do túmulo de Santa Clara, na Basílica,
dentro dos muros de Assis, quando as Clarissas se transferiram para
o novo mosteiro, sob a direção da Bem-aventurada Benedita de Assis,
abadessa das Irmãs Pobres. Ali repousa, juntamente com Ortolana e
outras irmãs que haviam morrido antes da transferência das primeiras
Clarissas para o Protomosteiro de Assis e que foram com ela
transportadas para dentro dos muros de Assis. São dezesseis as
Clarissas Bem-aventuradas, dentre as primeiras damianitas, além de
Santa Clara e de Santa Inês, incluídas Ortolona e Beatriz, como
riquíssimo fruto da árvore fecunda que brotou no campo da Igreja, a
Ordem das Clarissas. Depois do Oitavo Centenário do nascimento de
Santa Clara, olhamos agora para o “primeiro rebento” da Plantinha de
Francisco, para aprender dela aquela concórdia e afinidade de alma
que tornou-se união de vontade no serviço de Deus, e com ela
gozarmos da Cruz de Cristo, colocando-nos também nós na escola de
Clara, discípula e pedagoga, candelabro de santidade que refulge
diante do tabernáculo de Senhor.
FONTE:
http://inesdeassis.blogspot.com/2009/08/ines-de-assis.html |