Henrique Suso nasceu na ilha de Constança, na Alemanha, no dia 21 de
março de 1295, foi um dos principais representantes do movimento
religioso, que floresceu na região do Reno, no início do século XIV.
Religioso
dominicano,
escritor e místico, tornou-se um dos teólogos alemães mais
conhecidos, pela característica da singular doçura de sua
espiritualidade e pela clareza do conceito transmitido de que a vida
interior é acessível a todas as almas seguidoras da Paixão de Jesus
Cristo.
Seu pai
era um rico comerciante, não muito religioso, da nobre dinastia dos
Berg, e sua mãe, uma senhora muito pia, era da tradicional família
cristã dos Suese ou Suso, forma latina do nome. Henrique preferiu
manter o sobrenome da mãe. Desde a infância foi educado pelos
dominicanos, demonstrando sua vocação religiosa já nesta época. Aos
treze anos, ingressou como noviço no convento de São Nicolau, desta
Ordem, em Constança, período em que desenvolveu muito, sua
espiritualidade.
Aos
dezasseis anos, viveu um período de fé incerta, o qual superou
através da somatória das penitências rigorosas com as orações
contemplativas. Dois anos depois, coroou sua completa conversão,
marcando com ferro em brasa o nome de Jesus, no lado esquerdo do
peito. Isto ocorreu, após uma experiência mística, na qual, viu um
anjo unindo o seu coração ao do Cristo. A partir de então, seu zelo
se traduziu numa entrega espiritual mais prudente; Deus o fez
compreender que a melhor mortificação consistia em aceitar com
resignação as provas enviadas por Ele.
No
convento dominicano em Constança, fez os estudos preparatórios,
filosóficos e teológicos. Depois foi enviado para o Colégio Geral de
Estrasburgo e finalmente para a universidade de Colónia, completar
seus estudos sob a orientação de Mestre Eckhart. Ao invés de uma
carreira brilhante eclesiástica, preferiu retornar para Constança,
em 1329, como professor de Teologia no colégio dos dominicanos. Ali,
durante os sete anos seguintes, escreveu suas obras mais
importantes: o Livro da Sabedoria Eterna e o Livro da Verdade.
Narrou com simplicidade e clareza os mistérios da alma, que
desvendava através dos seus colóquios íntimos com Cristo, veiculados
pelas orações silenciosas e experiências contemplativas. Nos seus
escritos refere-se a Deus numa linguagem próxima a do amor dos
namorados, plena de sensualidade.
Em
1336, Henrique sentiu que era hora de partir para o apostolado
peregrino. Viajou por toda Alemanha, passando pela Suíça e Países
Baixos, tornando-se um incansável pregador itinerante do nome de
Cristo. Durante quatro anos, até 1943 foi o director geral do
convento alemão de Turgovia. Depois foi transferido para o de Ulm,
no qual permaneceu até morrer, em 25 de fevereiro de 1366.
Ele não
foi sepultado no cemitério comum aos padres dominicanos, mas na
cripta da igreja daquele convento. Até o final de 1531, sobre a sua
lápide ardia uma chama atestando o seu culto. Depois seus restos
mortais foram destruídos pelos protestantes, mas a sua lembrança se
manteve e foram muitos os Santos que se inspiraram no seu exemplo
para a busca da espiritualidade. O Papa Gregório XVI, beatificou
Henrique Suso em 1831.
Suas
principais obras incluem sua autobiografia A Vida do Servo, O Livro
da Eterna Sabedoria, e O Livro da Verdade. Ficou conhecido como o
trovador entre os místicos germânicos por suas visões e descrições
metafóricas.
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