Guido de Casamare
Monge, Santo
+1046
Guido nasceu na
segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir
seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o
hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de
Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu
observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de
disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois,
seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do
mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.
No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que
foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal
forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se
tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente
para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi
a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como
conselheiro espiritual.
Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram,
despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na
viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São
Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.
Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido.
Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão.
Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o
corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi
necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias
para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista,
passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também
conhecido.
A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele
é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge
solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve
que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de
músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia
morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai,
já gozando a fama de santidade.
FONTE : http://www.paulinas.org.br/home/home.aspx