Franz
Jägerstätter nasceu a 20 de Maio de 1907 em St. Radegung, na Alta
Áustria. Durante a sua adolescência e juventude distinguiu-se dos
seus companheiros pela alegria, pela vivacidade e pelo particular
aspecto
exterior, que o tornava fascinante e atraente; não obstante na sua
jovem idade houvesse um certo interesse pela vida superficial, o
Servo de Deus permanecia fortemente ancorado nos princípios da fé,
rezando todos os dias e aproximando-se dos sacramentos.
Em
1931, após uma permanência de três anos em Eisenerz, Franz foi
obrigado a regressar a casa, pois seu pai tinha sido atingido pela
tuberculose, e a partir daquele momento caberia a ele a gestão da
quinta de família.
Em 1933
nasceu Hildegard, filha que reconheceu e amou muito, fruto da sua
relação clandestina com a Sr. Auer, doméstica da casa. Em 1936,
casou com Franziska Schwaniger e dessa união nasceram três filhas.
Os cônjuges distinguiam-se na paróquia que frequentavam por serem
católicos praticantes e profundamente devotos, e estavam entre os
poucos que recebiam quotidianamente a sagrada comunhão.
Aos
primeiros sinais da chegada do regime totalitário do Führer, o Servo
de Deus fez oposição ao nascente partido nazista e às suas
ideologias. Era tão grande a sua aversão por tudo o que fosse
contrário aos ideais e princípios católicos que não só deixou de
expor as próprias ideias mas também, com singular coragem, rejeitava
fazer a saudação nazista. Pode ser definido como um "resistente" ao
nazismo, um simples camponês que representou uma das pouquíssimas
testemunhas que em terra alemã tenha ousado opor-se ao regime de
Hitler. Rejeitou todo tipo de colaboração com o regime após a
anexação do seu país à Alemanha (1938).
Chamado
às armas em 1943, em pleno conflito mundial, declarou que como
cristão não podia servir a ideologia hitleriana e combater uma
guerra injusta.
A
escolha e a vida de Franz estão relacionadas com uma radicalidade
evangélica que não admite réplica, ao contrário, provoca e
questiona. O seu pároco, Josef Karobath, após o debate decisivo em
1943, realizado poucos dias antes da chamada ao alistamento,
comentou: "Ele deixou-me sem palavras, porque tinha as melhores
argumentações. Queríamos faze-lo desistir mas derrotou-nos sempre ao
citar as Escrituras".
Havia
em Franz uma serenidade, embora mediata e sofrida, devido r adesão
ao pleno significado da mensagem evangélica: nele a coerência
tornou-se um factor distintivo, não por preconceitos ideológicos ou
por um pacifismo abstracto, mas porque se deixou conduzir pela
adesão concreta e vivida aos valores, aos significados, às
exigências daquilo em que acreditava.
Franz
Jägerstätter foi processado pelo tribunal marcial de Berlim e
condenado à morte a 6 de Julho de 1943 porque reconhecido culpado do
delito de reticencia ao recrutamento militar. Foi esta a motivação
oficial, que porém subentende outra, a verdadeira: era culpado por
não ter renunciado â sua profissão de fé. Foi guilhotinado em
Brandeburgo a 9 de Agosto de 1943.
Beatificação, 26 de outubro de 2007, Linz (Áustria).
FONTE:
www.vaticano.va/ |