Filha de família
pobre cresceu em meio à miséria que pairava em meados do século XIX, no norte da
Itália. Franzina, de saúde fraca, que não conseguiu ser aceita nos conventos.
Apesar disso, era dona uma alma
grandiosa, digna de figurar entre os santos.
Assim pode ser definida: Santa Francisca Cabrini, com sua vida voltada somente
para a caridade e o bem do próximo.
Francisca Cabrini
era a penúltima de quinze filhos de António e Estela, camponeses muito pobres na
pequena Santo Ângelo Lodigiano, região Lombarda. Nascida em 15 de julho de 1850,
desde pequena, se entusiasmava ao ler a vida dos santos. A preferida era a do
Santo Francisco Xavier, a quem venerou tanto que assumiu seu sobrenome, se
auto-intitu-lando Xavéria. Sua infância e adolescência foram tristes e simples,
cheia de sacrifícios e pesares. Fran-cisca, porém, gostava tanto de ler e se
aplicava de tal forma nos estudos, que seus pais fizeram o possível para que ela
pudesse se tornar professora.
Mas, mal se viu
formada encontrou-se também órfã. No prazo de um ano perdeu o pai e a mãe.
Enquanto leccionava e actuava em obras de caridade em sua cidade, acalentava o
sonho de entregar-se de vez à vida religiosa. Aos poucos foi criando coragem e,
por fim, pediu admissão em dois conventos, mas não foi aceita em nenhum. A causa
era a sua fragilidade física. Mas também influiu a displicência e egoísmo do
padre da paróquia, que a queria ali trabalhando junto dele nas obras de caridade
da comunidade.
Francisca, embora
decepcionada, nunca desistiu desse sonho. Passado o tempo, quando já tinha
trinta anos de idade, desabafou com um bispo o quanto desejava abraçar uma obra
missionária e esse a aconselhou: “Quer ser missionária? Pois se não existe ainda
um instituto feminino para esse fim, funde um”. Foi exactamente o que ela fez.
Com o auxílio do
vigário, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de
Jesus, que colocou sob a protecção de Santo Francisco Xavier Ainda obteve o
apoio do Papa Leão XIII, que apontou o alvo para as missões de Francisca: “o
Ocidente, não o Oriente como fez São Francisco”. Era o período das grandes
migrações rumo às Américas por causa das guerras que assolavam a Itália. As
pessoas chegavam aos cais do novo mundo desorientadas, necessitadas de apoio,
solidariedade e, sobretudo, orientação espiritual. Francisca preparou
missionárias dispostas e plenas de fé como ela, para acompanhar os emigrantes em
sua nova jornada. Tinham o objectivo de fundar nas terras aonde chegavam,
hospitais, asilos e escolas que lhes possibilitassem calor humano, amparo e
conforto.
Em trinta anos de
intensa actividade, Francisca Cabrini fundou sessenta e sete casas na Itália,
França e nas Américas, inclusive no Brasil. Mais de trinta vezes cruzou os
oceanos aquela “pequena e fraca professora lombarda”, que enfrentava destemida
as autoridades políticas, em defesa dos direitos de seus imigrantes, nos novos
lares.
Madre Cabrini,
como era popularmente chamada, morreu em Chicago, em 22 de dezembro de 1917, nos
Estados Unidos. Solenemente o seu corpo foi transportado para Nova York, onde o
sepultaram na capela anexa à Escola Madre Cabrini, para ficar mais próxima dos
imigrantes. Canonizada em 1946, Santa Francisca Xavier Cabrini é festejada no
mundo todo no dia de sua morte como padroeira dos imigrantes. |