Há
muito mais tradições envolvendo a existência de Flávia Domitila do
que documentos históricos
comprovados.
O seu nome e santidade tanto se espalharam, nos primeiros tempos do
cristianismo, que a sua vida se mesclou a essas tradições pela
transmissão dos próprios fiéis que fixaram o seu culto.
Flávia
Domitila teria sido convertida ao cristianismo por dois eunucos.
Enquanto ela se preparava para o casamento com o filho de um cônsul,
Nereu e Aquiles lhe falaram sobre Cristo e a beleza da virgindade,
“irmã dos Anjos”. Ela teria abandonado o casamento e se convertido
imediatamente.
Contudo
o próprio imperador, inconformado, tentou vencer a recusa pelo
compromisso da jovem com uma tarde dançante em sua homenagem. A
morte repentina do próprio noivo aconteceu no meio das danças.
Segundo a tradição, Flávia Domitila morreu queimada num incêndio
criminoso que destruiu a sua casa, sendo provocado por um irmão do
noivo.
Mas o
que existe de real sobre a vida de santa Flávia Domitila é que ela
era uma nobre dama romana, esposa do cônsul Flávio Clemente e
sobrinha do imperador Vespasiano, pai de Domiciano. Esses dados
foram encontrados em uma inscrição da época, conservada na basílica
dos santos Nereu e Aquiles, que também morreram decapitados pelo
testemunho em Cristo.
No
primeiro século, ela enfrentou a ira da corte por não esconder a sua
fé em Cristo. Banida do convívio social, foi depois julgada e
condenada ao exílio, sendo deportada para a ilha de Ponza.
A sua
morte aconteceu de forma lenta, cruel e dolorosa, numa ilha
abandonada, sem as menores condições de sobrevivência, conforme
escreveu sobre ela são Jerónimo.
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