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FIEIS DEFUNTOS |
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Leitura do Livro de Isaías (Is 25,6a.7-9)
Sobre este monte, o Senhor do Universo há-de preparar para todos
os povos um banquete de manjares suculentos.
Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o
pano que envolvia todas as nações; Ele destruirá a morte para sempre.
O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará
desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo.
Porque o Senhor falou.
Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a
salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança.
Alegremo-nos e rejubilemos,
porque nos salvou. |
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SALMO 22 (23)
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. |
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Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo
aos Tessalonicenses (1 Tes 4,13-18)
Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos
defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm
esperança.
Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo,
Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido.
Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós,
os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os
que tiverem morrido.
Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o
próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos
arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro
do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Consolai-vos uns aos outros com estas palavras. |
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João (Jo 6,51-58)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é minha carne, que Eu darei pela
vida do mundo».
Os judeus discutiam entre si:
«Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?»
Jesus disse-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do
Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu
sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu
vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão
que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e
morreram: Quem comer deste pão viverá eternamente». |
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PONTOS DE REFLEXÃO
PRIMEIRA LEITURA
A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que
o projecto de Deus para o homem é um projecto de vida. No horizonte
final do homem não está a morte, o fracasso, o nada, mas está a comunhão
com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida
eterna.
No Evangelho, Jesus deixa claro que o objectivo final da sua missão é
dar aos homens o “pão” que conduz à vida eterna. Para aceder a essa
vida, os discípulos são con-vidados a “comer a carne” e a “beber o
sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu
projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a
carne” e beber o sangue” de Jesus) é, ao longo da nossa caminhada pela
terra, um momento privilegiado de encontro e de compromisso com essa
vida nova e definitiva que Jesus veio oferecer.
Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalónica que Cristo
virá de novo, um dia, para concluir a história humana e para inaugurar a
realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e
se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá
com Ele para sempre.
Na primeira leitura, Isaías anuncia e descreve o “banquete” que Deus, um
dia, vai ofe-recer a todos os Povos. Com imagens muito sugestivas, o
profeta sugere que o fim último da caminhada do homem é o “sentar-se à
mesa” de Deus, o partilhar a vida de Deus, o fazer parte da família de
Deus. Dessa comunhão com Deus resultará, para o homem, a felicidade
total, a vida definitiva.
II LEITURA
Antes de mais, Paulo confirma aquilo que, provavelmente, já antes havia
ensinado aos tessalonicenses: que Cristo virá para concluir a história
humana; e que todo aquele que tiver aderido a Cristo e se tiver
identificado com Ele, esteja morto ou esteja vivo, encontrará a salvação
(vers. 14). Se Cristo recebeu do Pai a vida que não acaba, quem se
identifica com Cristo está destinado a uma vida semelhante; a morte não
tem poder sobre ele… Isto deve encher de esperança o cristão, mantendo-o
alegre, sereno e cheio de ânimo.
Como é que se concretizará isso? Como é que aqueles que já morreram
assistirão ao triunfo final de Cristo?
Paulo não é demasiado explícito, pois está consciente de que se trata de
uma realidade misteriosa, que foge à lógica e à linguagem humanas.
EVANGELHO
Depois de se apresentar como “o pão vivo que desceu do céu” para dar aos
homens a vida definitiva (vers. 51a), Jesus identifica esse “pão” com a
sua “carne” (vers. 51b). A palavra “carne” (em grego: “sarx”) designa a
realidade física do homem, na sua condição débil, transitória e caduca.
Ora, foi precisamente na “carne” de Jesus – isto é, no seu corpo físico
– que se manifestou, em gestos concretos, a sua doação e o seu amor até
ao extremo. Na realidade física de Jesus, Deus tornou-Se presente e
visível no meio dos homens, mostrou a sua vontade de comunicar com os
homens e manifestou-lhes o seu amor. É esta “carne” (isto é, a sua vida
física, o “lugar” onde Deus se manifesta aos homens e lhes mostra o seu
amor) que Jesus vai dar a “comer” para que o mundo tenha vida. |
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