O
próximo não é aquela pessoa que está ao nosso lado, mas sim a pessoa
de quem nós nos aproximamos nos momentos difíceis da sua vida.

A
iniciativa tem de partir de nós próprios em relação ao outro.
O
exemplo desta atitude de aproximação foi-nos transmitido pelo
próprio Deus.
Não foi
o homem que procurou e encontrou Deus, foi Ele que se revelou ao
homem, foi Ele que para nos salvar enviou o Seu próprio Filho, a
iniciativa da salvação parte sempre de Deus em relação ao homem.
Imaginemos o Pai a dizer a Jesus o seguinte:
— Se
queres entrar perfeitamente na minha vontade, vai, assume a condição
humana, faz-te pobre e renunciando ao exercício da tua divindade
(não deixando de ser Deus), doa tudo em benefício das minhas
criaturas; assim atrás de ti, todos entrarão no Reino dos Céus.
Que
lindo o Sim de Jesus, ao qual se seguirá o Sim de Maria, para que o
projecto de salvação de todo o ser humano, seja uma realidade ao
alcance de todos aqueles que o desejem abraçar.
Jesus
sendo “rico” e divino, fez-se pobre e humano para que todo o homem
possa “enriquecer” e divinizar-se nesta caminhada escatológica para
a vida eterna.
O
itinerário da pobreza de Jesus culminará na Cruz.
A Sua
glorificação na Ascensão ao Céu.
E nós,
somos capazes de deixar o nosso eu, para viver o tu do outro?
Irmãos,
este é o nosso tempo. Os tempos de crise, são os tempos da Igreja e
nós somos Igreja.
Muitos
irmãos nossos esperam de nós, que nos dizemos cristãos, um sinal de
esperança, uma ajuda na situação desesperada em que vivem,
possivelmente esperam apenas um simples sorriso que os ajude a
caminhar e a enfrentar as dificuldades diárias e nós ainda não
conseguimos descobrir que Jesus está no sorriso que se dá e no
sorriso que se recebe e muitas vezes lhes negamos esse sorriso.
Que
nenhum de nós seja egoísta e tome a atitude daquele jovem que um dia
bateu à porta de um Convento, pois sentia-se chamado à vida
Conventual... desejava ser monge.
Foi
atendido pelo Irmão Superior que ao tomar conhecimento da sua
vontade lhe perguntou:
— Se
tivesses três moedas de ouro, dava-las aos pobres?
— De
todo o coração, respondeu o jovem.
— E se
tivesses três moedas de prata?
— Também as dava com muito gosto.
— E se
tivesses três moedas de cobre?
— Essas
não dava, irmão.
— Porquê? - perguntou o irmão.
— Porque eu tenho três moedas de cobre.
Será
que estamos sempre dispostos a dar somente aquilo que NÃO TEMOS?
Meditemos.
Fernando Luis Santana Conceição,
Diácono |