As Aparições
Em preparação
para as aparições de Nossa Senhora, um anjo que se identificou como o Anjo de
Portugal, falou em primeiro lugar às crianças dizendo-lhes: "Não tenham
medo. Eu
sou o anjo da Paz. Rezem comigo".
Depois
ajoelhou-se, inclinando-se até tocar o seu rosto no solo e rezou: "Meu Deus, eu
creio, eu adoro e eu te amo!, peço-te perdão por aqueles que não crêem, não
adoram, não confiam e não te amam!" E disse esta oração três vezes. Quando
parou, disse às crianças "Rezem assim. Os corações de Jesus e Maria estão
atentos à voz de suas súplicas". Ele deixou as crianças que começaram a dizer
esta oração frequentemente.
Na aparição final
do anjo, ele trouxe-lhes um cálice o qual suspendeu no ar; por cima deste havia
uma hóstia. Gotas de sangue caiam da hóstia para o cálice. Antes de oferecê-lo a
Lúcia, a única que tinha recebido a Primeira Comunhão, ele se prostrou na terra
e disse:
"Santíssima
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu te adoro profundamente e te ofereço o
Precioso Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os
tabernáculos da terra, em reparação por todas as ofensas, sacrilégios e
indiferença com os quais Ele é ofendido. E através dos méritos infinitos de seu
Sacratíssimo Coração e do Imaculado Coração de Maria, eu rogo-te pela conversão
dos pobres pecadores".
Ele repetiu esta
oração três vezes e ao parar, levantou a hóstia e olhando-a disse:
"Comam e bebam o
Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente insultado pelos homens ingratos.
Façam reparação por seus crimes e consolem a Deus".
A primeira
aparição de Nossa Senhora ocorreu no dia 13 de maio, a Virgem apareceu flutuando
em uma nuvem, rodeada de uma luz brilhante e segurando um rosário.
Ela disse:
"Não tenham medo.
Eu não lhes farei mal!"
Lúcia perguntou à
Senhora de onde era, o qual Ela respondeu: "Eu sou do céu" Depois disso, Lúcia
perguntou-lhe o que queria deles. A Senhora replicou:
"Eu venho a
pedir-lhes que venham aqui por seis meses consecutivos, no dia 13 a esta mesma
hora. Depois Eu lhes direi quem sou, e o que quero. Depois eu voltarei aqui pela
sétima vez".
Lúcia perguntou
se ela iria ao céu, a Senhora respondeu-lhe, "Sim, sim irás".
Depois perguntou
se Jacinta e Francisco iriam também ao céu. A Senhora respondeu, "Também. Mas
Francisco terá que dizer muitos rosários!"
Depois Lúcia
perguntou-lhe sobre duas meninas que tinham morrido recentemente, a Senhora
respondeu de novo: "Vocês desejam oferecer-se a Deus, suportar todos os
sofrimentos que Ele se compraz em enviar-lhes, como um ato de reparação pelos
pecados pelos quais Ele é ofendido, e pedir pela conversão dos pecadores?"
As crianças
responderam, "Sim, sim desejamos". A Senhora então lhes disse que eles teriam
que sofrer muito, mas que a Graça de Deus seria seu consolo.
Na aparição de
julho, a Virgem disse às crianças:
"Sacrifiquem-se
pelos pecadores, e repitam com frequência, especialmente quando fizerem um
sacrifício por eles: O Jesus, é por amor a Ti, pela conversão dos pecadores e em
reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".
Ela também
confiou a eles três segredos muito importantes os quais eles tinham que guardar
até que Ela decidisse, também predisse dar-lhes um grande sinal no dia da futura
aparição em outubro.
"Quando vocês
rezarem o Rosário, digam depois de cada mistério "Oh meu Jesus, perdoai-nos e
livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu, especialmente as
que mais necessitarem da Tua Misericórdia".
Em 13 de outubro
de 1917, Nossa Senhora apareceu às três crianças, que tinham reunido por volta
de 70.000 pessoas que foram testemunhas do incrível fenómeno do sol.
Nossa Senhora se
manifestou com o título de "Nossa Senhora do Rosário".
Em 17 de outubro,
O Dia, um jornal de Lisboa reportou o seguinte: À uma da tarde, meio dia pelo
sol, a chuva parou. O céu, com uma cor cinza perolado, iluminava a vasta
paisagem árida com uma luz estranha.
O sol tinha um
fino véu transparente, viu-se girar e rodopiar no círculo das nuvens abertas. Um
grito saiu de cada boca e as pessoas caíram de joelhos no chão pantanoso.
A luz tornou-se
de azul formoso como se tivesse vindo através de vidros defumados de janelas de
catedral e espalhou-se sobre as pessoas que estavam ajoelhadas com as mãos
abertas. O azul se desvaneceu devagar e então a luz parecia passar através de um
vidro amarelo. Manchas amarelas caíram sobre os panos brancos e sobre as saias
escuras das mulheres. Também foram vistas nas árvores, nas pedras e na serra. As
pessoas choravam e rezavam com as cabeças descobertas na presença do milagre que
eles tinham esperado.
Outro grande
jornal de Lisboa, o Século, mandou seu editor, Avelino de Almeida ao local das
aparições. Ele veio preparado para ridicularizar as aparições, entretanto isto
foi o que ele reportou:
Desde a estrada,
onde os veículos estavam estacionados estavam reunidas centenas de pessoas que
não se atreviam a atravessar o pântano, podia-se ver a imensa multidão que
olhava para o sol, o que parecia estar livre das nuvens e a pino. Parecia como
uma placa de prata desbotada e era possível olhá-lo sem nenhum incómodo.
Poderia ter sido
um eclipse que estava acontecendo. Mas nesse momento escutou-se um grande grito
e podia-se escutar os espectadores mais próximos gritando: "Milagre! Milagre!"
Diante dos olhos atónitos da multidão, cujo aspecto era bíblico como se
estivessem descobertos, ansiosamente buscando o céu, o sol, tremeu, fez alguns
movimentos incríveis fora de suas leis cósmica — o sol “dançou” — de acordo com
as expressões típicas das pessoas.
O Doutor Joseph
Garret, um professor de ciências da Universidade de Coimbra notou isto:
Este não foi um
relampear normal de um corpo celestial, porque o sol girou ao redor de si mesmo
em um redemoinho louco, quando repentinamente o clamor foi escutado por todas as
pessoas. O sol, rodopiando, parecia perder-se do firmamento e avançar ameaçador
sobre a terra como se fosse esmagar-nos com seu grande peso abrasador.
A sensação
durante estes momentos era terrível.
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