Carlos José
Eugénio de Mazenod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade
Aix-en-Provance,
sul da França, em dia 1o de agosto de 1782. Seu pai era um
nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família
burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos
cinco anos de idade.
Sua infância foi tranquila até 1790, quando a família teve de fugir da Revolução
Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália, onde permaneceram durante
onze anos, vivendo de cidade em cidade. Nesse período, seus pais também se
separam. A mãe deixou Eugênio com o pai na Itália e foi para a França, tentar
reaver os bens confiscados.
Tudo isso influenciou a personalidade do menino, de maneira tanto positiva como
negativa, cujo reflexo foi uma séria crise de identidade na adolescência. Embora
Eugênio, antes do exílio, tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi
sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação
intelectual, devido à falta de uma moradia fixa. Mas seu caráter forte
permaneceu por toda a vida, sendo sua marca pessoal.
Foi por meio do padre Bartolo Zinelli, durante o período que morou em Veneza,
entre 1794 e 1797, que Eugênio teve contato concreto com a vida de fé. E ao
retornar para a França, em 1802, então com vinte anos de idade, amadureceu a
idéia de ingressar na vida religiosa, seguindo sua vocação primeira. Em 1808,
entrou no Seminário de São Sulpício, em Paris, recebendo a ordenação em Amiens
três anos depois.
Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a
Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes
abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores
cristãos, num momento novo para o país tão desgastado e sem rumo. Outros padres
se juntaram a ele nessa missão, por isso decidiu, em 1816, fundar a Sociedade
dos Missionários da Provença, que depois mudou o nome para Oblatos de Maria
Imaculada, recebendo todas as aprovações da Igreja.
Eugênio foi, então, nomeado vigário-geral da diocese de Marselha, da qual,
depois, foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. Foram
muitos os problemas com as autoridades que governaram Paris, com a elite social
e até com alguns membros eclesiásticos que não concordavam com as regras de vida
em comum estabelecidas por ele.
Mas o povo pobre o queria, amava e respeitava. Assim, continuou governando a
diocese e os oblatos, que se desenvolveram e foram pregar a Palavra de Cristo
fora dos domínios da Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México, depois também
na África e na Ásia, levando o carisma missionário da congregação.
Eugénio de Mazenod morreu no dia 21 de maio de 1861, na sua querida Marselha.
Muitas foram as graças atribuídas à sua intercessão. O papa João Paulo II
declarou-o santo em 1995. A solenidade contou com a presença de representantes
dos sessenta e oito países onde os oblatos já estavam fixados.
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