Vicente
Bossilkov nasceu na cidade de Belém do Danúbio, Bulgária, no dia 16
de novembro de 1900. Filho de camponeses católicos romanos, fez os
seus votos na Congregação da Paixão em 1920, e ordenou-se sacerdote
em
1926, com o nome de Eugénio.
Homem
dotado de uma grande inteligência, muito contribuiu para o
desenvolvimento da diocese de Nicópolis, orientada por um bispo
passionista. Era um padre activo e colaborador, trabalhando para a
aproximação entre a Igreja Católica e a Ortodoxa russa. Eugénio
acabou sendo eleito para a sucessão em 1947, e tornou-se o bispo de
Russe, na Bulgária.
A
Bulgária vivia, então, sob o domínio do regime comunista do russo
Josef Stálin. O bispo Eugênio foi preso no auge da repressão desse
regime, iniciada, em 1944, contra os cultos religiosos,
principalmente contra a Igreja Católica. Na ocasião, foram
proibidos: feriados religiosos, manifestações fora das igrejas e
obras sociais dos católicos romanos. Também fecharam escolas,
hospitais e orfanatos. O objectivo era promover a adesão da pequena,
mas compacta, comunidade católica búlgara ao culto ortodoxo através
de uma lei especial que induzia a total desobediência ao sumo
sacerdote da Igreja.
Assim,
iniciaram a perseguição aos católicos romanos. O bispo Eugênio
Bossilkov foi convidado a passar para o grupo dos ortodoxos, mas
recusou-se e confirmou sua fidelidade ao sumo pontífice romano. Ele
foi preso em julho de 1952 e negou-se a aceitar aquela lei especial
de desobediência à Santa Sé. A polícia política do regime stalinista
búlgaro acusou-o de subversão e espionagem por conta da Igreja de
Roma. A sentença de morte foi ditada em 3 de outubro de 1952. Dom
Eugênio, após ser torturado, morreu fuzilado no dia 11 de novembro
do mesmo ano, em Sófia, Bulgária.
Numa
das últimas cartas que enviou da prisão antes de morrer, para um dos
seus amigos ortodoxos, escreveu: "Não vos preocupeis comigo; eu
estou assistido pela graça de Deus e permaneço fiel a Cristo e à
Igreja".
Oficialmente, foi dado como desaparecido. Nem mesmo a família
obtinha informações de seu paradeiro. No anuário pontifício,
aparecia, ainda, como o bispo de Russe em 1975. Só naquele ano a
notificação da morte foi dada oficialmente pelo governo búlgaro e
depois confirmada com o acesso aos arquivos e ao relatório do
fuzilamento.
Eugênio
Bossilkov foi beatificado pela Igreja Católica em 15 de março de
1998, numa cerimónia solene presidida pelo papa João Paulo II na
Basílica de São Pedro, em Roma, quando foi proclamado "primeiro
mártir do século XX da Europa do Leste", morto em nome da fé e da
fidelidade ao papa.
Um dos
momentos emocionantes da solenidade foi o encontro com Gabriela
Bossilkov, sobrinha do bispo mártir, que entregou ao papa João Paulo
II um pedaço da camisa ensanguentada que seu tio vestia no momento
da execução. A data para a celebração de sua lembrança foi indicada
para o dia 13 de novembro.
Fonte:
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