Beato Diogo José de Cádiz, cujo nome civil era José Francisco João
Maria, nasceu em Cádiz, na Espanha, no
dia 30 de março de 1743. Seus
pais, José Lopez Carmaño e Maria de Ocaña y Garcia, eram de família
nobre. Ficou
órfão de mãe aos 5 anos de idade e sofreu muito com a madrasta.
Ainda criança dizia: “Quando eu for grande, serei capuchinho,
anunciarei o Evangelho, pegarei numa cruz e forçarei o mundo a
chorar. Quero ser capuchinho, missionário e santo”. Exteriormente
tinha todas as qualidades: bela aparência, belo rosto, nobreza de
alma e trato afável. Apenas a sua inteligência era meio curta, o que
conseguiu superar através de fervorosa oração e esforço pessoal. Os
capuchinhos o receberam no noviciado. Depois, como estudante,
manifestará inclinação para literatura, o que o levará ao domínio da
língua materna. Mas será na teologia, num estudo apaixonante, que o
seu pensamento ganhará altos vôos e a sua vida profundidade. Diogo
José de Cádiz foi ordenado sacerdote a 24 de maio de 1766. Por seis
anos se deu ao estudo da bíblia e dos livros devotos e lutou contra
o iluminismo francês da época. Ele, sem dúvida, foi o maior, mais
fecundo e o mais popular pregador dos capuchinhos da Espanha. Não
temia confrontos com ninguém. Era veemente e inquieto como um São
Vicente Ferrer; procurado e louvado como um novo Santo António.
Enfim, era eloquentíssimo e santo.
Em
1768 pregou em Ubrique com sucesso. Em 1773 levou a paz para o povo
de Estebona. Percorreu toda Andaluzia pregando, durante um decênio,
missões, quaresmas, novenas, em Granada em 1779, Guadix, Baza e
Jerer. E em 1780 no Porto de Santa Maria, em Taén e em outros
lugares. Em 1775 se encontra com o Pe. Francisco Jadier González,
religioso mínimo de São Francisco de Paula, que durante nove anos
será o seu diretor espiritual, conselheiro, regulador dos seus
empreendimentos apostólicos e indicador da sua missão na história
espiritual do seu século. Em 1776, com 33 anos, prega uma missão em
Sevilha, interrompida por uma grave doença. Curado, volta a Sevilha
e prega em muitas igrejas da cidade. São famosos, nesta época, os
seus sermões contra o iluminismo ateu, na Universidade de Granada,
em 1779, em Madri e Alcalá de Henares, em 1783, e os sermões
fúnebres em honra de seu diretor espiritual em 1784 e de um
carmelita célebre em 1786. Diogo de Cádiz pensava também nos pobres
quando, em 1778, falava à Comuna de Écija: “Me esbanjei na bela casa
de espetáculos, quando aqui faltam um hospital para os doentes, uma
casa para as órfãs e alojamentos suficientes para os soldados”.
Noutra ocasião decidiu formar uma Congregação para dar assistência
aos encarcerados que, por falta de ajuda, morriam de fome. Confiava
todas as suas pregações à proteção da
Divina
Pastora: colocava o seu estandarte na Igreja, criando um
ambiente de muita devoção a Nossa Senhora. Quando pregava sobre o
perdão dos pecados, revestia-se dos paramentos, colocava sobre o
altar o Santíssimo Sacramento e depois levava-o para o púlpito
durante o sermão. Programa de vida de Diogo José de Cádiz: amar,
pregar, sofrer. Cansado, dirige-se para o convento de Ronda onde,
com 58 anos, morre no dia 24 de março de 1801, de manhã.
Só 1
de abril de 1894 é que o Papa Leão XIII o proclamará Beato. Diogo de
Cádiz foi grande apóstolo das missões populares. Mais do que arte
oratória, a sua pregação nascia da sua maneira singular de
transmitir a Palavra de Deus assimilada antes no coração em oração e
participada com clareza, simplicidade e fervor.
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