Celina Chludzinska Borzecka nasceu no dia 29 de Outubro de 1833, em
Antowil, então território polaco, actualmente Bielo-Rússia. A vida
espiritual de Celina desenvolveu-se cedo e durante as orações sempre
dirigia
a Deus a pergunta: "O que queres que eu faça com a minha vida?" Após
um retiro em Vilnius em 1853, exprimiu o desejo de tornar-se
religiosa, mas encontrou a oposição dos pais. Obedecendo à vontade
deles e ao conselho do seu confessor, aos 20 anos casou com José
Borzecki. De qualquer maneira, dentro dela permaneceu a convicção de
que "a sua vida não deveria terminar de modo comum".
Profundamente amada pelo marido, também ela foi uma esposa amorosa e
exemplar que partilhava a responsabilidade do lar e demonstrava a
sua atenção aos pobres. Tiveram quatro filhos, dos quais dois
morreram na infância.
Em
1869, quando o marido teve um derrame cere-bral que o deixou
paralisado, Celina transferiu-se com a família para Viena a fim de
obter melhores cuidados médicos para ele. Durante o seu sofri-mento,
que durou cinco anos, ela foi sua fonte de apoio espiritual e moral,
além de dedicada e sensível enfermeira. Ao mesmo tempo, continuou a
prodiga-lizar-se pela educação das duas filhas.
Em
1875, após a morte do marido, Celina transferiu-se para Roma com as
filhas a fim de alargar os horizontes espirituais e culturais; e
também procurar indicações a respeito da vontade de Deus para si e
para as suas filhas. Na igreja de São Cláudio encontrou-se com o
co-fundador dos Ressurrecionistas, Pe. Pedro Semenenko, que há
muitos anos desejava fundar o ramo feminino da Congregação.
Em
1882 Celina, juntamente com a filha menor, Edvige, iniciou a vida em
comunidade em Roma, sob a guia espiritual do Pe. Semenenko. Em 1886,
após a repentina morte do Sacerdote, Celina teve que enfrentar
muitas intrigas de pessoas contrárias à nova fundação. De maneira
cada vez mais forte, Celina sentia a chamada a fundar uma comunidade
de mulheres dedicadas ao Mistério da Ressurreição. Em 1887,
assistida por amigos fiéis, Celina abriu a sua primeira escola
vespertina para moças, da qual o Mons. Giácomo Della Chiesa, futuro
Papa Bento XV, cujos pais residiam no apartamento ao lado da escola,
foi capelão e catequista.
Depois de anos de provações e sofrimentos, Celina e sua filha
Edvige, co-fundadora, fizeram a profissão dos votos religiosos a 6
de Janeiro de 1891, dando início oficialmente à nova Congregação.
Expressou o dinamismo da sua vida, antes de morrer, quando escreveu
num pedaço de papel, pois já não podia falar: "Em Deus reside a
felicidade em eterno". Madre Celina faleceu a 26 de Outubro de
1913 em Cracóvia.
A
Beata Celina pertence a um raro grupo de mulheres que experimentaram
diversos estados de vida: esposa, mãe, viúva, religiosa e fundadora.
Com simplicidade e humildade, escreveu, dando assim uma
característica à sua vida espiritual: "Deus não me chamou para
fazer coisas extraordinárias... talvez porque não queria que me
tornasse orgulhosa. A minha vocação é cumprir a vontade de Deus
fielmente e com amor".
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